Caso Adriano: tiro foi disparado do banco traseiro, diz perito

Caso Adriano: tiro foi disparado do banco traseiro, diz perito

Vítima continua internada em hospital da Barra. Ela deve ser operada até terça-feira

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Perito analisa o projétil encontrado no carro de Adriano Foto: Pablo Jacob / O Globo
Perito analisa o projétil encontrado no carro de Adriano Pablo Jacob / O Globo
RIO - O delegado titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), Fernando Reis, disse que o perito que analisou o carro do jogador Adriano, do Corinthians, foi enfático ao dizer que quem atirou na jovem Adriene Cyrillo Pinto, de 20 anos, estava obrigatoriamente no banco traseiro do automóvel, uma BMW de propriedade do atleta. O delegado acrescentou que existem vários pontos a serem esclarecidos e que, até agora, Adriene é a única pessoa afirmando que o jogador estava no banco de trás do carro e que é ele o autor do disparo acidental.
Outras cinco pessoas que estavam no veículo do jogador - um segurança, três amigas e o próprio Adriano - afirmam que ele estava no banco da frente do carro e não teria disparado a arma. Adriene continua internada no Hospital Barra D'Or. Ela será operada na próxima terça-feira, para reconstituir o osso do dedo indicador da mão esquerda. De acordo com a equipe médica da unidade, a bala não atingiu artérias, nem o tendão. Ela está internada num quarto do hospital e não conta com a companhia de parentes neste domingo.
O caso envolvendo o jogador ocorreu no fim da madrugada de sábado, depois que o grupo saiu do Barra Music, na Barra da Tijuca. O delegado de plantão na 16ª DP (Barra da Tijuca), Carlos César Santos, tomou o depoimento de Adriano e Adriene. Também estavam no veículo, que tem placa de São Paulo FAD-1002, Andréa Ximenes e Daniele Penna, amigas de Adriano, e Viviane Faria de Fraga, amiga da vítima, além do tenente da reserva da PM Júlio César Barros de Oliveira, de 52 anos, que faz a segurança do jogador. Todos prestaram depoimento na tarde de sábado, além de uma pessoa que estava no veículo que vinha atrás ao do jogador e dois PMs.
Segundo o delegado Carlos César, “há contradições gritantes” na versões apresentadas por Adriano e pela vítima. Adriano afirmou que estava sentado no banco dianteiro do carona e que não disparou a arma, que teria sido acionada pela própria vítima. Já Adriene manteve a versão de que Adriano estava no banco de trás do veículo manuseando a arma - uma pistola .40 pertencente ao segurança -, quando ela disparou acidentalmente. O depoimento de Adriene foi tomado no Barra D’Or, para onde ela foi levada com fratura exposta na mão e operada.
Para o delegado, será necessária uma acareação entre os dois, provavelmente na segunda ou terça-feira.
- Há contradições nos relatos. Adriano, o segurança PM e duas amigas afirmam que foi Adriene que fez o disparo. Uma amiga da vítima, Viviane Faria, diz que não se lembrar quem fez o disparo. Adriene admitiu ter manuesado a arma, mas que ela estava na mão de Adriano quando disparou - disse o delagdo.
Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) colheram material nas mãos de Adriano e da vítima para verificarem resíduos de pólvora, além de realizarem a perícia no carro do jogador, recolhendo o projétil que atingiu a mulher e analisando de que direção partiu o disparo. Há uma marca de tiro na lataria da BMW, do lado do banco traseiro esquerdo, aparentemente de um disparo feito de dentro para fora. Há também vestígios de sangue.
Adriano estava na boate Barra Music com duas amigas e chamou outras duas mulheres para seu camarote, deixando o local em seu carro com as quatro e o segurança.
Nascido e criado na Vila Cruzeiro, na Penha, Adriano foi citado em inquéritos sobre supostas ligações com o tráfico, mas todos foram suspensos por falta de provas. Uma investigação teve início após serem divulgadas fotos em que o jogador apareceria com um fuzil ao lado de um homem armado. Depois, foi esclarecido que a suposta arma seria um brinquedo.
Em outro inquérito, Adriano negou ter presenteado com uma moto Marlene Pereira de Souza, mãe do traficante Mica. Já em agosto do ano passado, a Polícia Civil decidiu não indiciar Adriano no inquérito que apurava se o atacante teria enviado R$ 60 mil a traficantes da Vila Cruzeiro. A polícia considerou que não havia provas. A mãe de Adriano, Rosilda Ribeiro, teria usado o dinheiro para a compra de cestas básicas para moradores da Vila Cruzeiro.
O jogador Adriano atravessou uma fase ruim em 2011 e teve pouca participação na conquista do título de campeão brasileiro pelo Corinthians. Já no início do ano, quando ainda defendia o Roma, da Itália, ele veio se tratar de uma lesão no Brasil e, depois de jantar numa churrascaria, foi para uma festa, sendo fotografado com um imenso copo de chope.
Na madrugada de 9 de fevereiro, ao sair de outra festa, o jogador foi parado numa blitz da Lei Seca. De acordo com os policiais, Adriano estava visivelmente alterado e se negou a fazer o teste de bafômetro.
No último dia 10, o camisa 10 do Corinthians havia recebido um incentivo especial. O presidente do clube, Andrés Sanchez, disse confiar numa volta por cima do atacante em 2012.
COPIADO : http://oglobo.globo.com/rio/

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