Há mais de um ano sem governo, Bélgica tem novo premier
O novo premier será o primeiro chefe de governo de língua francesa no país desde 1974. Di Rupo, de 60 anos, saiu sorrindo do prédio onde foram conduzidas as negociações, mas não deu declarações. Nesta quinta-feira, serão acertados os detalhes do acordo, que tem 185 páginas.
Ainda é preciso determinar o número de membros do governo, já que os flamengos querem por fim à tradição de que a língua falada pelo premier não seja considerada na hora de formar um Executivo equilibrado (composto por flamengos, que falam holandês, e valões, que falam francês e estão em menor número no país). Os partidos flamengos já decidiram que não querem mais ministros da minoria francófona.
Os partidos devem realizar reuniões durante o fim de semana. Os integrantes do novo governo poderão assumir seus cargos no início da próxima semana. Em seguida, Di Rupo deve apresentar seu programa ao Parlamento. Assim, até o fim da semana o novo Gabinete poderia estar em operação.
A crise política belga começou em abril de 2010, quando a coalizão se desfez devido às divergências sobre o distrito eleitoral de Bruxelas-Halle-Vilvoorde (BHV), que reúne Bruxelas (oficialmente bilíngue, mas com maioria esmagadora de falantes de francês) e aos municípios flamengos que estão na sua periferia (onde há uma importante minoria francófona).
As eleições de junho de 2010 não solucionaram a questão, já que o ganhador foi o partido nacionalista flamengo N-VA, partidário de uma transição à soberania e à independência de sua comunidade. O partido e seu polêmico líder, Bart De Wever, impuseram obstáculos às negociações durante um ano.
Em julho, o rei Albert II encarregou Di Rupo de formar um governo e os seis partidos mencionados realizaram negociações em setembro. Os acordos foram costurados por etapas, primeiro sobre o distrito de Bruxelas, depois sobre o aumento das competências regionais e, por último, sobre o orçamento para 2012.
Sem governo formal há 19 meses, o país atingiu um recorde na era moderna. A crise política foi um dos fatores que levaram o país a ser rebaixado, no mês passado, pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. O rebaixamento pressionou os políticos a encontrarem uma saída.
COPIADO : http://extra.globo.com/noticias/mundo/
Nenhum comentário:
Postar um comentário