Órgãos de fiscalização denunciam ataques cibernéticos em eleição na Rússia

04/12/2011 - 12h14

Órgãos de fiscalização denunciam ataques cibernéticos em eleição na Rússia

DA REUTERS, EM MOSCOU
Órgãos de fiscalização eleitoral na Rússia denunciaram neste domingo "grandes cyber ataques" aos sites das entidades, que teriam o objetivo de constrangê-las e evitar a divulgação de possíveis fraudes durante as eleições parlamentares que ocorrem neste domingo no país.
Veja galeria de imagens das eleições Parlamentares na Rússia.
Os russos foram às urnas em uma eleição vista como um teste da autoridade de Vladimir Putin antes de um planejado retorno à Presidência.
Uma entidade de fiscalização financiada pelo Ocidente e dois órgãos de imprensa independente disseram que seus sites foram fechados por hackers na tentativa de silenciar acusações de fraude. Páginas pertencentes à rádio Ekho Moskvy, ao portal Slon.ru e ao órgão Golos saíram do ar por volta das 8h no horário local.
"Grandes cyber ataques estão ocorrendo no sites do Golos e no mapa mostrando violações", afirmou o Golos no Twitter.

Yuri Maltsev/Reuters
Marinheiros russos formam fila em colégio eleitoral em Vladivostok, no extremo oriente do país, neste domingo
Marinheiros russos formam fila em colégio eleitoral em Vladivostok, no extremo oriente do país, neste domingo

A entidade de fiscalização eleitoral Golos disse que foi expulsa de diversas zonas eleitorais da região siberiana de Tomsk. No sábado, autoridades detiveram o diretor do Golos por 12 horas em um aeroporto de Moscou.
Promotores de Moscou lançaram uma investigação na semana passada sobre as atividades da empresa depois de legisladores terem criticado o financiamento ocidental do órgão. Washington afirmou que se preocupa com a "forma de assédio" contra o órgão.
O editor-chefe da rádio Ekho Moskvy, Alexei Venediktov, escreveu no Twitter: "É óbvio que o ataque no dia da eleição no site [da rádio] é parte de uma tentativa de impedir a publicação de informações sobre as fraudes".
O líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, afirmou que parecem ter havido fraudes em várias das 93 regiões russas.
"Acabei de falar com nosso pessoal na Sibéria e no extremo leste e a situação é muito preocupante," afirmou.
O atual presidente russo, Dmitri Medvedev, que deixará o posto em março para o retorno de Putin, rejeitou as acusações. A promotoria pública e a Comissão Central de Eleições não foram encontradas para comentar o assunto.
DISPUTA
Putin permanece de longe como o político mais popular do país, mas há sinais de que os russos podem estar cansados da imagem dele como homem forte da nação.
O ex-espião de 59 anos mostrou um ar austero neste domingo e afirmou apenas que espera bons resultados do partido Rússia Unida ao passar por eleitores para votar em Moscou.
"Votarei em Putin. Tudo em que ele se envolve, ele sabe lidar," afirmou Father Vasily, de 61 anos, um monge de um monastério próximo. "É muito cedo para uma nova geração. Eles ficarão no poder outros 20 anos. Somos russos, somos asiáticos, precisamos de uma liderança forte."

Sergey Krasnoukhov/Associated Press
Russo insere seu voto em urna durante eleições parlamentares neste domingo
Eleitor russo insere seu voto em urna durante eleições parlamentares neste domingo

Alguns eleitores dizem que votarão para o Rússia Justa, que se proclama "novos socialistas", ou comunistas, que continuam com grande apoio dos cidadãos mais pobres duas décadas depois do colapso da União Soviética e o advento de um sistema de livre mercado.
As pesquisas mostram que o partido de Putin deve ganhar maioria, mas terá menos do que os 315 assentos que atualmente detém na Câmara dos Deputados, que tem 450 vagas.
Se o partido de Putin tiver menos de dois terços dos assentos, não terá mais maioria constitucional, que permite ao governo mudar a Constituição e até aprovar o impeachment do presidente.
COPIADO : http://www1.folha.uol.com.br/mundo

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