O politólogo José
Adelino Maltez defendeu hoje que a Escócia é uma Nação e que o resultado
do referendo, maioritariamente a favor da manutenção do Reino Unido,
não resolveu a insatisfação social e política, antevendo mais
movimentações.
Mundo
Lusa
"O problema não acabou hoje, vai começar hoje", declarou à
agência Lusa o especialista político, dando como exemplo o caso da
Bélgica, que "continua sem Governo, devido a tensões entre duas
regiões".
Os resultados conhecidos até agora da consulta realizada na quinta-feira na Escócia mostram que os escoceses recusaram, com uma diferença de quase 10 pontos percentuais, a independência do Reino Unido.
Quando hoje cerca das 10:30 faltava apurar o resultado de uma das 32 regiões administrativas, o 'não' registava 55,42 por cento dos votos (1,9 milhões de eleitores), contra 44,58 por cento (1,53 milhões) dos partidários da independência.
"Comprovou-se que há uns firmes 40 por cento de uma sociologia completamente nova que quer uma rutura com Londres", referiu José Adelino Maltez à agência Lusa.
O especialista em ciência política frisou que a vontade independentista é suportada principalmente por jovens com dificuldades de acesso às oportunidades do mercado e cidadãos mais velhos insatisfeitos com a política social de Londres e do modelo europeu: "São as classes mais fustigadas pela injustiça que dão força ao movimento independentista, não é propriamente a elite".
José Adelino Maltez considerou tratar-se de um marco importante, "só pelo facto de haver referendo" e de "obrigar a declarações quase de medo ou ameaça" por parte de responsáveis políticos como Barack Obama (EUA) e François Hollande (França).
"Do Presidente do Estados Unidos ao Presidente francês, que falou no começo da desconstrução da União Europeia, através de um ataque às periferias, o pior resultado possível foi verificarmos que atores fundamentais que comandam aquilo a que pertenço, que é União Europeia, julgam que é uma aliança de Estados, uma espécie de Santa Aliança", lamentou.
"Houve aqui confissões terríveis de que isto é uma Europa das potências", disse à Lusa, defendendo que já não existe o projeto original de "uma união de povos".
Na opinião do professor universitário, esta realidade mostra também que há uma lei quando se trata da recomposição de Estados a leste e na Europa central e outra "quando toca às locomotivas ou às potências do diretório europeu".
"Esquecemo-nos de que há um problema vigente há uns anos na Bélgica, que não tem Governo por causa de uma questão de confronto entre duas regiões", indicou.
José Adelino Maltez frisou ainda que no caso do referendo escocês, apesar de não ter vencido o 'sim', a Escócia terá mais poderes e vai colocar também "uma pressão enorme" no referendo da Catalunha.
"Quem disser 'vitória definitiva', acabou. Está muito enganado, porque há muitas forças periféricas que vão levantar-se. O feitiço e o feiticeiro estão numa situação muito incómoda", considerou.
"Convém não confundir as coisas, a Escócia não é propriamente umas ilhotas no mar do Norte que são uma região, não tem nada a ver com os Açores e com a Madeira, a Escócia é uma Nação, é um velho reino medieval, e coisas destas, joias destas, há umas cinco ou seis na Europa: a Escócia, a Suécia, a Dinamarca, uma coisa chamada Portugal e a Catalunha. São Nações antes de haver nacionalismo", defendeu.
copiado http://www.noticiasaominuto.com
Os resultados conhecidos até agora da consulta realizada na quinta-feira na Escócia mostram que os escoceses recusaram, com uma diferença de quase 10 pontos percentuais, a independência do Reino Unido.
Quando hoje cerca das 10:30 faltava apurar o resultado de uma das 32 regiões administrativas, o 'não' registava 55,42 por cento dos votos (1,9 milhões de eleitores), contra 44,58 por cento (1,53 milhões) dos partidários da independência.
"Comprovou-se que há uns firmes 40 por cento de uma sociologia completamente nova que quer uma rutura com Londres", referiu José Adelino Maltez à agência Lusa.
O especialista em ciência política frisou que a vontade independentista é suportada principalmente por jovens com dificuldades de acesso às oportunidades do mercado e cidadãos mais velhos insatisfeitos com a política social de Londres e do modelo europeu: "São as classes mais fustigadas pela injustiça que dão força ao movimento independentista, não é propriamente a elite".
José Adelino Maltez considerou tratar-se de um marco importante, "só pelo facto de haver referendo" e de "obrigar a declarações quase de medo ou ameaça" por parte de responsáveis políticos como Barack Obama (EUA) e François Hollande (França).
"Do Presidente do Estados Unidos ao Presidente francês, que falou no começo da desconstrução da União Europeia, através de um ataque às periferias, o pior resultado possível foi verificarmos que atores fundamentais que comandam aquilo a que pertenço, que é União Europeia, julgam que é uma aliança de Estados, uma espécie de Santa Aliança", lamentou.
"Houve aqui confissões terríveis de que isto é uma Europa das potências", disse à Lusa, defendendo que já não existe o projeto original de "uma união de povos".
Na opinião do professor universitário, esta realidade mostra também que há uma lei quando se trata da recomposição de Estados a leste e na Europa central e outra "quando toca às locomotivas ou às potências do diretório europeu".
"Esquecemo-nos de que há um problema vigente há uns anos na Bélgica, que não tem Governo por causa de uma questão de confronto entre duas regiões", indicou.
José Adelino Maltez frisou ainda que no caso do referendo escocês, apesar de não ter vencido o 'sim', a Escócia terá mais poderes e vai colocar também "uma pressão enorme" no referendo da Catalunha.
"Quem disser 'vitória definitiva', acabou. Está muito enganado, porque há muitas forças periféricas que vão levantar-se. O feitiço e o feiticeiro estão numa situação muito incómoda", considerou.
"Convém não confundir as coisas, a Escócia não é propriamente umas ilhotas no mar do Norte que são uma região, não tem nada a ver com os Açores e com a Madeira, a Escócia é uma Nação, é um velho reino medieval, e coisas destas, joias destas, há umas cinco ou seis na Europa: a Escócia, a Suécia, a Dinamarca, uma coisa chamada Portugal e a Catalunha. São Nações antes de haver nacionalismo", defendeu.
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