Estudo Células cerebrais votam decisões e cérebro tenta prever qual será tomada
As células
cerebrais votam individualmente a favor ou contra uma determinada ação,
que é decidida pela maioria, mas durante a votação o cérebro faz uma
sondagem e antes da decisão final já "previu" qual vai ser a decisão.
País
Lusa
Este é o resultado de um estudo da autoria de
investigadores do Centro Champalimaud, publicado na revista "Nature
Neuroscience", que vem levantar dúvidas sobre a existência ou não do
livre arbítrio, explica a Fundação Champalimaud.
O investigador principal e diretor do programa de neurociências
da fundação, Zachary Mainen, explica que na dúvida perante fazer uma
determinada ação, as células cerebrais votam individualmente a favor ou
contra, como se se tratasse de um voto de braço no ar, e no final a
maioria ganha, ou seja, quando o limite é atingido a ação ocorre.
Mas antes, já o cérebro conseguiu fazer uma previsão da decisão que vai ser tomada e se a ação vai ocorrer, em função dos votos que vão sendo recolhidos, embora essa previsão possa não ser totalmente fidedigna.
Como explica Zachary Mainen, "os resultados das eleições podem ser previstos, e quanto mais dados disponíveis melhor será o prognóstico, mas estas previsões nunca são 100% precisas e ser capaz de prever parcialmente uma eleição não significa que os resultados são pré-determinados".
"Da mesma forma, ser capaz de usar a atividade neural para prever uma decisão não significa que a decisão já tenha ocorrido", acrescentou, pois a decisão só é tomada depois.
Para chegar a estas conclusões, os investigadores usaram ratos e um sinal sonoro.
A fim de tentarem prever quando é que o rato iria desistir de esperar por um sinal sonoro retardado, os investigadores registaram a atividade de neurónios numa área do cérebro conhecida por estar envolvida no planeamento de movimentos.
"Nós sabíamos que os ratos não estavam apenas a responder a um estímulo, mas também a decidir espontaneamente quando desistir, pois a sua escolha variava de forma imprevisível de uma tentativa para outra", explica Zachary Mainen.
Os investigadores descobriram que os neurónios do córtex pré-motor conseguem prever as ações dos animais com mais do que um segundo de antecedência.
Segundo Zachary Mainen, "isto é notável porque, em experiências semelhantes realizadas em seres humanos, estes relatam tomar a decisão de se moverem apenas dois décimos de segundo antes de se moverem."
No entanto, sublinha que este tipo de atividade neural de previsão não significa que o cérebro tenha tomado uma decisão.
Uma imagem que exemplifica o comportamento humano aqui estudado é a de um homem sentado numa paragem à espera do autocarro, que acredita irá chegar em breve.
Após esperar, olhar para a estrada, não ver nada, levanta-se e começa a andar, pensando que "talvez haja algum problema", e depois de algum tempo desiste e levanta o braço para chamar um táxi.
Assim que se começa a afastar no carro, vê pelo retrovisor o autocarro a chegar à paragem. É aqui que se levantam as questões a que este estudo pretende agora responder: será que teve possibilidade de esperar um pouco mais? Ou desistir de esperar pelo autocarro foi o resultado inevitável e previsível de uma determinada cadeia de eventos neurais?
copiado http://www.noticiasaominuto.com/
Mas antes, já o cérebro conseguiu fazer uma previsão da decisão que vai ser tomada e se a ação vai ocorrer, em função dos votos que vão sendo recolhidos, embora essa previsão possa não ser totalmente fidedigna.
Como explica Zachary Mainen, "os resultados das eleições podem ser previstos, e quanto mais dados disponíveis melhor será o prognóstico, mas estas previsões nunca são 100% precisas e ser capaz de prever parcialmente uma eleição não significa que os resultados são pré-determinados".
"Da mesma forma, ser capaz de usar a atividade neural para prever uma decisão não significa que a decisão já tenha ocorrido", acrescentou, pois a decisão só é tomada depois.
Para chegar a estas conclusões, os investigadores usaram ratos e um sinal sonoro.
A fim de tentarem prever quando é que o rato iria desistir de esperar por um sinal sonoro retardado, os investigadores registaram a atividade de neurónios numa área do cérebro conhecida por estar envolvida no planeamento de movimentos.
"Nós sabíamos que os ratos não estavam apenas a responder a um estímulo, mas também a decidir espontaneamente quando desistir, pois a sua escolha variava de forma imprevisível de uma tentativa para outra", explica Zachary Mainen.
Os investigadores descobriram que os neurónios do córtex pré-motor conseguem prever as ações dos animais com mais do que um segundo de antecedência.
Segundo Zachary Mainen, "isto é notável porque, em experiências semelhantes realizadas em seres humanos, estes relatam tomar a decisão de se moverem apenas dois décimos de segundo antes de se moverem."
No entanto, sublinha que este tipo de atividade neural de previsão não significa que o cérebro tenha tomado uma decisão.
Uma imagem que exemplifica o comportamento humano aqui estudado é a de um homem sentado numa paragem à espera do autocarro, que acredita irá chegar em breve.
Após esperar, olhar para a estrada, não ver nada, levanta-se e começa a andar, pensando que "talvez haja algum problema", e depois de algum tempo desiste e levanta o braço para chamar um táxi.
Assim que se começa a afastar no carro, vê pelo retrovisor o autocarro a chegar à paragem. É aqui que se levantam as questões a que este estudo pretende agora responder: será que teve possibilidade de esperar um pouco mais? Ou desistir de esperar pelo autocarro foi o resultado inevitável e previsível de uma determinada cadeia de eventos neurais?
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