Em protesto contra Kátia Abreu, MST ocupa fazenda
A indicação da ruralista Kátia Abreu para o Ministério da Agricutura ainda não foi digerida por movimentos sociais, como o MST; neste sábado, em protesto contra a polêmica escolha da presidente Dilma Rousseff, integrantes do MST ocuparam a Fazenda Pompilho, em Santa Catarina; para Raul Amorim, da coordenação do coletivo de juventude do MST, com esta ocupação a juventude denuncia Katia Abreu pelo vínculo com o agronegócio; “Katia Abreu é símbolo de um modelo que está destruindo os recursos naturais e a saúde dos trabalhadores e de toda a população", diz ele
247 - Os
movimentos sociais ainda não digeriram a indicação da senadora ruralista
Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura. Neste sábado, o
MST invadiu uma fazenda em Santa Catarina, em protesto contra a escolha
da presidente Dilma Rousseff. Leia, abaixo, nota do MST:
Da Página do MST
Na manhã deste sábado
(22), cerca de 2 mil jovens dos movimentos sociais do campo ocuparam a
Fazenda Pompilho, com 2 mil hacteres de cultivo de milho transgênico à
beira da BR 158, que liga a cidade de Palmeira das Missões à região
oeste de Santa Catarina.
Essa é a primeira
manifestação depois que foi divulgado que a ruralista Katia Abreu será a
nova ministra da Agricultura no governo Dilma.
Para Raul Amorim, da
coordenação do coletivo de juventude do MST, com esta ocupação a
juventude denuncia Katia Abreu pelo vínculo com o agronegócio, que é um
modelo explorador que não serve para o campo brasileiro.
“Katia Abreu é símbolo do
agronegócio, que tem como lógica a terra para produção de mercadorias,
com uso intensivo de agrotóxicos e sementes transgênicas destruindo os
recursos naturais e a saúde dos trabalhadores e de toda a população.
Além disso, empresas estrangeiras passam a controlar o território
brasileiro, por meio da associação com os latifúndios improdutivos, e se
apropriando de terras que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária.
Não produzem alimentos para o povo brasileiro. Deterioram o ambiente com
o uso da monocultura, como de soja, eucalipto, cana-de-açúcar e
pecuária intensiva”, afirmou Amorim.
O objetivo da ocupação é
denunciar o agronegócio que envenena a terra e contamina a produção dos
alimentos e a água (dos rios, lagos, chuvas e os lençóis freáticos) que a
população brasileira consome. O veneno está na mesa do brasileiro. O
consumo de alimentos transgênicos causam inúmeras doenças como o câncer,
depressão, doenças de pele, contaminação do leite materno, e etc.
Além disso o agronegócio é
um dos grandes responsáveis por retirar violentamente camponeses,
indígenas e povos originários do meio rural para garantir seu plantio em
larga escala para a exportação.
O Brasil é o maior
consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2009. Mais de um bilhão de
litros de venenos foram jogados nas lavouras, de acordo com dados
oficiais. Por isso a ocupação tem o caráter de denuncia, mas também de
luta por um novo modelo de agricultura.
Segundo Catiane Cinelli,
da direção nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, “ao ocupar esta
área a juventude do campo e da cidade diz para a sociedade que é
preciso repensarmos o modelo de produção que está hegemonicamente
colocado pra nós hoje. O que nós propomos é uma agricultura que tenha
como base a agroecologia, a produção de alimentos saudáveis, onde a
natureza e os seres humanos sejam respeitados e valorizados.”
Organizada pela juventude
da Via Campesina e demais organizações ligados ao campo e agricultura
familiar, a movimentação para o ato se iniciou antes do raiar do sol com
o soar da batucada e a concentração dos jovens que saíram em Marcha
rumo ao local.
A ação faz parte do 14º
Acampamento Latino-Americano da Juventude da CLOC-Via Campesina, que
pela primeira vez está sendo realizado no Brasil e reúne jovens de 18
paísescopiado http://www.brasil247.com/pt
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