O Brasil Pós-eleições
Dilma nomeia Kassab e mais 12 para acomodar aliados no novo Governo
María Martín
São Paulo
Sem poder consultar o Ministério Público, presidenta deixa seis
pastas com o PMDB, uma a mais que no atual Governo. Ex-prefeito de São
Paulo irá para o Ministério das Cidades
Novo Mandato
Dilma nomeia Kassab e mais 12 para acomodar aliados no novo Governo
Sem poder consultar o Ministério Público, presidenta deixa seis pastas com o PMDB, uma a mais que no atual Governo. Ex-prefeito de São Paulo irá para o Ministério das Cidades
María Martín
São Paulo
23 DIC 2014 - 16:08 BRST
Com a equipe econômica já definida e nas mãos de Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento),
a presidenta Dilma Rousseff avançou na composição do gabinete do
próximo Governo. Complexas negociações com o principal partido aliado do
PT, o PMDB de seu vice Michel Temer, resultaram nesta terça-feira na
indicação de seis ministros para a sigla e outros sete nomes para o
gabinete.
Entre os escolhidos, está o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) que ocupará o Ministério das Cidades. Kassab, uma escolha particularmente dolorosa para parte dos apoiadores à esquerda do PT, apoiou Dilma na disputa presidencial. Derrotado na campanha pelo Senado por São Paulo, esperava-se que fosse acomodado no alto escalão.
Ainda para retribuir apoiadores de sua reeleição, Dilma entregou a pasta de Educação ao Governador do Ceará, Cid Gomes, do PROS, o partido que ele criou com o irmão Ciro. Cid, mais próximo da presidenta desde que rompeu com o PSB, pretendia ocupar um cargo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
No futuro Governo, o PMDB, chave para amenizar a atribulada relação de Dilma com o Congresso, passará a ocupar uma pasta a mais- hoje comanda cinco. O partido, formado por várias facções, já se rebelou contra Dilma no atual mandato e ameaça repetir a dose a partir de 2015, quando ela terá uma base aliada menor do que agora. Quando assumiu seu primeiro mandato, em 2011, Dilma tinha o apoio de 372 dos 513 deputados federais e de 60 dos 81 senadores. Agora seus coligados conseguiram 336 cadeiras na Câmara e 51 no Senado.
Ministério de Planejamento: Nelson Barbosa
Ministério da Agricultura: Kátia Abreu (PMDB)
Ministério de Minas e Energia: Eduardo Braga (PMDB)
Ministério de Educação: Cid Gomes (PROS)
Secretaria de Aquicultura e Pesca: Helder Barbalho (PMDB)
Secretaria de Portos: Edinho Araújo (PMDB)
Secretaria de Aviação Civil: Eliseu Padilha (PMDB)
Ciência Tecnologia e Inovação: Aldo Rebelo (PCdoB)
Ministério de Esporte: George Hilton (PRB)
Ministério das Cidades: Gilberto Kassab (PSD)
Ministério da Defesa: Jacques Wagner (PT)
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial: Nilma Lino Gomes
Controladoria Geral da União: Valdir Simão
Ministério de Turismo: Vinicius Lajes (PMDB)
O PMDB manterá o estratégico ministério de Minas e Energia, que
ficará com Eduardo Braga (AM), líder do Governo no Senado, e terá sob
seu comando outros setores importantes de infraestrutura.
O advogado Eliseu Padilha (RS), que contava com o apoio majoritário da bancada do PMDB para ocupar uma cadeira na Esplanada, assumirá a Secretaria da Aviação Civil. Padilha já foi ministro de Transportes no Governo de Fernando Henrique Cardoso. O deputado federal por São Paulo Edinho Araújo, no décimo mandato, ocupará a Secretaria de Portos, com status de Ministério.
Ainda no bloco peemedebista está Helder Barbalho, que vai para o Ministério da Pesca, e a ruralista Kátia Abreu (TO), confirmada na Agricultura.
Helder Barbalho é filho do senador Jader Barbalho, um homem influente na bancada do PMDB. Kátia Abreu, outra nomeação indigesta para parte do PT e apoiadores de esquerda, é considerada da "cota pessoal" de Dilma, e não um nome do comando do partido.
Henrique Alves (PMDB-RN), parceiro do vice Temer e também respaldado pelo partido após encerrar seu mandado como presidente da Casa, não foi nomeado para o Ministério de Turismo como era cotado. O correligionário Vinicius Lajes manterá o cargo. O nome de Alves apareceu em uma lista de políticos beneficiados pelos supostos desvios de dinheiro da Petrobras e ele mesmo pediu para sair do elenco dos ministeriáveis, conforme nota divulgada pela assessoria do deputado.
Por conta das constantes revelações da Operação Lavo Jato que implicariam dezenas de políticos no esquema, Rousseff quis blindar seu gabinete e afirmou na segunda-feira que iria consultar com o Ministério Público Federal o possível envolvimento dos candidatos. O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo revelou hoje, porém, que o procurador-geral da República Rodrigo Janot se negou a cooperar.
Rousseff indicou o Governador petista da Bahia Jaques Wagner, considerado próximo da presidenta, para liderar o Ministério da Defesa, mas deixou em aberto o destino de outros colegas de partido ligados fortemente ao Planalto. No anúncio desta terça-feira não foi confirmado se o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, manterá o cargo, nem se o atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, se mudará, como se especulou, para a pasta das Comunicações, ministério chave se a presidenta decidir levar à frente projeto de regulação da mídia.
A composição completa da equipe de Governo, dificultada pelas revelações do escândalo da Petrobras, não será definitiva até 29 de dezembro, quando Rousseff voltar de suas férias na Bahia.
copiado http://brasil.elpais.com/brasil/
Entre os escolhidos, está o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) que ocupará o Ministério das Cidades. Kassab, uma escolha particularmente dolorosa para parte dos apoiadores à esquerda do PT, apoiou Dilma na disputa presidencial. Derrotado na campanha pelo Senado por São Paulo, esperava-se que fosse acomodado no alto escalão.
Ainda para retribuir apoiadores de sua reeleição, Dilma entregou a pasta de Educação ao Governador do Ceará, Cid Gomes, do PROS, o partido que ele criou com o irmão Ciro. Cid, mais próximo da presidenta desde que rompeu com o PSB, pretendia ocupar um cargo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
No futuro Governo, o PMDB, chave para amenizar a atribulada relação de Dilma com o Congresso, passará a ocupar uma pasta a mais- hoje comanda cinco. O partido, formado por várias facções, já se rebelou contra Dilma no atual mandato e ameaça repetir a dose a partir de 2015, quando ela terá uma base aliada menor do que agora. Quando assumiu seu primeiro mandato, em 2011, Dilma tinha o apoio de 372 dos 513 deputados federais e de 60 dos 81 senadores. Agora seus coligados conseguiram 336 cadeiras na Câmara e 51 no Senado.
Ministros confirmados até hoje
Ministério de Fazenda: Joaquim LevyMinistério de Planejamento: Nelson Barbosa
Ministério da Agricultura: Kátia Abreu (PMDB)
Ministério de Minas e Energia: Eduardo Braga (PMDB)
Ministério de Educação: Cid Gomes (PROS)
Secretaria de Aquicultura e Pesca: Helder Barbalho (PMDB)
Secretaria de Portos: Edinho Araújo (PMDB)
Secretaria de Aviação Civil: Eliseu Padilha (PMDB)
Ciência Tecnologia e Inovação: Aldo Rebelo (PCdoB)
Ministério de Esporte: George Hilton (PRB)
Ministério das Cidades: Gilberto Kassab (PSD)
Ministério da Defesa: Jacques Wagner (PT)
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial: Nilma Lino Gomes
Controladoria Geral da União: Valdir Simão
Ministério de Turismo: Vinicius Lajes (PMDB)
O advogado Eliseu Padilha (RS), que contava com o apoio majoritário da bancada do PMDB para ocupar uma cadeira na Esplanada, assumirá a Secretaria da Aviação Civil. Padilha já foi ministro de Transportes no Governo de Fernando Henrique Cardoso. O deputado federal por São Paulo Edinho Araújo, no décimo mandato, ocupará a Secretaria de Portos, com status de Ministério.
Ainda no bloco peemedebista está Helder Barbalho, que vai para o Ministério da Pesca, e a ruralista Kátia Abreu (TO), confirmada na Agricultura.
Helder Barbalho é filho do senador Jader Barbalho, um homem influente na bancada do PMDB. Kátia Abreu, outra nomeação indigesta para parte do PT e apoiadores de esquerda, é considerada da "cota pessoal" de Dilma, e não um nome do comando do partido.
Henrique Alves (PMDB-RN), parceiro do vice Temer e também respaldado pelo partido após encerrar seu mandado como presidente da Casa, não foi nomeado para o Ministério de Turismo como era cotado. O correligionário Vinicius Lajes manterá o cargo. O nome de Alves apareceu em uma lista de políticos beneficiados pelos supostos desvios de dinheiro da Petrobras e ele mesmo pediu para sair do elenco dos ministeriáveis, conforme nota divulgada pela assessoria do deputado.
Por conta das constantes revelações da Operação Lavo Jato que implicariam dezenas de políticos no esquema, Rousseff quis blindar seu gabinete e afirmou na segunda-feira que iria consultar com o Ministério Público Federal o possível envolvimento dos candidatos. O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo revelou hoje, porém, que o procurador-geral da República Rodrigo Janot se negou a cooperar.
PC do B E RETAGUARDA PETISTA
O ministério de Ciência será assumido por Aldo Rebelo (PCdoB), ex-ministro de Esportes, pasta que ocupará George Hilton, do PRB. Na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial estará Nilma Lino Gomes, conhecida por ser a primeira reitora negra de universidade do Brasil. Valdir Simão substituirá Jorge Hage na Controladoria Geral da União.Rousseff indicou o Governador petista da Bahia Jaques Wagner, considerado próximo da presidenta, para liderar o Ministério da Defesa, mas deixou em aberto o destino de outros colegas de partido ligados fortemente ao Planalto. No anúncio desta terça-feira não foi confirmado se o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, manterá o cargo, nem se o atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, se mudará, como se especulou, para a pasta das Comunicações, ministério chave se a presidenta decidir levar à frente projeto de regulação da mídia.
A composição completa da equipe de Governo, dificultada pelas revelações do escândalo da Petrobras, não será definitiva até 29 de dezembro, quando Rousseff voltar de suas férias na Bahia.
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