PT ataca ajuste de Dilma e propõe volta à política econômica de Lula
Mauro Pimentel/Folhapress | ||
O presidente do PT, Rui Falcão, discursa ao lado do ministro Jaques Wagner em evento da sigla no Rio |
O PT atacou o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff e propôs nesta
sexta-feira (26) um "programa nacional de emergência" para mudar a
política econômica.
O texto, aprovado pelo diretório nacional do partido, pede a redução dos juros, o aumento do gasto público e o uso das reservas cambiais para financiar obras.
Os petistas também defenderam um reajuste de 20% no Bolsa Família e a elevação de impostos sobre os mais ricos.
"A lógica das propostas é retomar o núcleo da política econômica do governo Lula", resumiu o presidente do partido, Rui Falcão.
O programa petista faz duras críticas à política econômica adotada após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.
O texto diz que o ajuste fiscal "não teve os resultados esperados, ao menos no que diz respeito aos interesses das camadas populares".
Para taxar os mais ricos, o PT propôs o aumento dos impostos sobre herança e grandes fortunas, a tributação de lucros e dividendos e a cobrança de IPVA sobre iates e aviões. Numa rara concordância com o governo, o partido também defendeu a recriação da CPMF.
Nos debates internos, houve críticas ao ministro Nelson Barbosa (Fazenda), que substituiu Joaquim Levy em dezembro do ano passado.
MAL-ESTAR
Os petistas se queixaram da possível ausência de Dilma no 36º aniversário do PT, neste sábado. Ela está no Chile e até a publicação deste texto não havia confirmado presença na festa da sigla.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) reclamou do aval do Planalto às mudanças na lei do pré-sal, aprovadas pelo Senado na quarta-feira (24). "A Dilma está querendo se distanciar do PT. É um movimento consciente", afirmou.
A direção do PT tentou contemporizar. Ao abrir o debate, Falcão pediu moderação nas críticas ao Planalto.
O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) disse que a posição de Dilma sobre o pré-sal nunca mudou e que o governo vai trabalhar para que a exclusividade da Petrobras seja mantida na Câmara.
Em outra resolução, o PT apontou "ameaça à legalidade democrática" na Operação Lava Jato. O texto protesta contra "delações sem prova, vazamentos seletivos e investigações unilaterais".
O documento diz que o ex-presidente Lula é vítima de uma campanha "vil e asquerosa" para impedi-lo de disputar as eleições de 2018.
O PT também criticou a retomada da ação do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral que pede a cassação da chapa vitoriosa em 2014. Na reunião fechada, Jaques Wagner disse que há um "movimento golpista" contra Dilma.
O texto, aprovado pelo diretório nacional do partido, pede a redução dos juros, o aumento do gasto público e o uso das reservas cambiais para financiar obras.
Os petistas também defenderam um reajuste de 20% no Bolsa Família e a elevação de impostos sobre os mais ricos.
"A lógica das propostas é retomar o núcleo da política econômica do governo Lula", resumiu o presidente do partido, Rui Falcão.
O programa petista faz duras críticas à política econômica adotada após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.
O texto diz que o ajuste fiscal "não teve os resultados esperados, ao menos no que diz respeito aos interesses das camadas populares".
Para taxar os mais ricos, o PT propôs o aumento dos impostos sobre herança e grandes fortunas, a tributação de lucros e dividendos e a cobrança de IPVA sobre iates e aviões. Numa rara concordância com o governo, o partido também defendeu a recriação da CPMF.
Nos debates internos, houve críticas ao ministro Nelson Barbosa (Fazenda), que substituiu Joaquim Levy em dezembro do ano passado.
MAL-ESTAR
Os petistas se queixaram da possível ausência de Dilma no 36º aniversário do PT, neste sábado. Ela está no Chile e até a publicação deste texto não havia confirmado presença na festa da sigla.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) reclamou do aval do Planalto às mudanças na lei do pré-sal, aprovadas pelo Senado na quarta-feira (24). "A Dilma está querendo se distanciar do PT. É um movimento consciente", afirmou.
A direção do PT tentou contemporizar. Ao abrir o debate, Falcão pediu moderação nas críticas ao Planalto.
O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) disse que a posição de Dilma sobre o pré-sal nunca mudou e que o governo vai trabalhar para que a exclusividade da Petrobras seja mantida na Câmara.
Em outra resolução, o PT apontou "ameaça à legalidade democrática" na Operação Lava Jato. O texto protesta contra "delações sem prova, vazamentos seletivos e investigações unilaterais".
O documento diz que o ex-presidente Lula é vítima de uma campanha "vil e asquerosa" para impedi-lo de disputar as eleições de 2018.
O PT também criticou a retomada da ação do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral que pede a cassação da chapa vitoriosa em 2014. Na reunião fechada, Jaques Wagner disse que há um "movimento golpista" contra Dilma.
Dilma confirma ausência na festa de aniversário do PT
A presidente Dilma Rousseff confirmou que não irá à festa de 36 anos do PT na noite deste sábado (27) no Rio de Janeiro.
Ela disse que o partido já foi avisado e que sua ausência decorre do fato de ela estar no Chile. Segundo a dirigente, essa viagem tem grande relevância, pois o país é um importante parceiro comercial, cujo estoque de investimentos no Brasil chega a US$ 26 bilhões.
"Eu gostaria muito [de ir], mas imagino que você perceba que entre o
Chile e o Brasil tem um problema de distância. [...] São quatro horas de
avião e eu ainda tenho um almoço com a presidente [chilena] Michelle
Bachelet e uma fala na Cepal [Comissão Econômica para América Latina e
Caribe]." Durante o evento na Cepal, Dilma também conversará com a
secretária-executiva, Alicia Bárcena, e com economistas do órgão.
O evento do PT acontece em um dos momentos de maior tensão na relação do partido com Dilma, que chegou a dizer a aliados que gostaria de não participar da festa.
Segundo a presidente, os atritos não são pessoais e é normal haver discordâncias. "Não é possível vocês acharem que essa relação tenha mágoas."
Ela acrescentou que as propostas diferentes fazem o governo amadurecer e que nem o governo nem os partidos são "donos da verdade".
O voo de volta da presidente está programado para sair de Santiago às 17h e tem como destino Brasília. A festa do partido começa às 18h.
A viagem da presidente ao Chile foi organizada em cima da hora -os preparativos começaram há cerca de uma semana.
O sub-secretário-geral da América do Sul, Central e do Caribe, embaixador Paulo Estivallet, afirmou que a decisão abrupta se deu porque a agenda de Dilma estará bastante atribulada nos próximos meses, sobretudo no segundo semestre por causa da Olimpíada.
CPMF e PREVIDÊNCIA
A presidente Dilma Rousseff voltou a defender neste sábado (27) a CPMF e a reforma da previdência —assuntos que estão criando atritos com o PT, contrário às reformas na área.
"Um partido é um partido e um governo é um governo. Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros. Não governo só para PP, PSD, PDT, PTB, PMDB. Eu tenho de governar olhando todos os interesses", afirmou neste sábado (27) em seu último dia de visita ao Chile.
A dirigente disse também que, para recuperar o grau de investimento, o país necessita estabilizar sua situação fiscal e que isso não pode ser feito sem alterações na previdência. Sua ideia é que as mudanças sejam feitas no logo prazo.
"O período de transição em uma reforma previdenciária tem de ser longo para que você possa diminuir os impactos."
Além dos cortes nas despesas, Dilma comentou a necessidade de se aumentar as receitas e insistiu que isso deve ser feito com a CPMF. A presidente acrescentou que realizará neste ano leilões de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias para elevar o nível de investimentos no país e aquecer a atividade econômica.
Apesar de o PT convergir com a ideia da recriação da CPMF, ele diverge bastante de Dilma em relação às outras política econômicas. Nesta sexta (26), o partido publicou o seu programa de combate a crise. Entre as medidas apresentadas, está a utilização de parte das reservas internacionais na promoção do investimento.
Dilma afirmou que, mesmo tendo um projeto diferente do partido, conta com sua base aliada para aprovar as reformas. "Sobretudo o PT, que é o partido ao qual pertenço e pelo qual fui eleita."
copiado http://www1.folha.uol.com.br/fsp/Ela disse que o partido já foi avisado e que sua ausência decorre do fato de ela estar no Chile. Segundo a dirigente, essa viagem tem grande relevância, pois o país é um importante parceiro comercial, cujo estoque de investimentos no Brasil chega a US$ 26 bilhões.
Rodrigo Garrido/Reuters | ||
Dilma Rousseff conversou com a imprensa depois de se encontrar com a presidente chilena Michelle Bachelet, em Santiago |
O evento do PT acontece em um dos momentos de maior tensão na relação do partido com Dilma, que chegou a dizer a aliados que gostaria de não participar da festa.
Segundo a presidente, os atritos não são pessoais e é normal haver discordâncias. "Não é possível vocês acharem que essa relação tenha mágoas."
Ela acrescentou que as propostas diferentes fazem o governo amadurecer e que nem o governo nem os partidos são "donos da verdade".
O voo de volta da presidente está programado para sair de Santiago às 17h e tem como destino Brasília. A festa do partido começa às 18h.
A viagem da presidente ao Chile foi organizada em cima da hora -os preparativos começaram há cerca de uma semana.
O sub-secretário-geral da América do Sul, Central e do Caribe, embaixador Paulo Estivallet, afirmou que a decisão abrupta se deu porque a agenda de Dilma estará bastante atribulada nos próximos meses, sobretudo no segundo semestre por causa da Olimpíada.
CPMF e PREVIDÊNCIA
A presidente Dilma Rousseff voltou a defender neste sábado (27) a CPMF e a reforma da previdência —assuntos que estão criando atritos com o PT, contrário às reformas na área.
"Um partido é um partido e um governo é um governo. Eu não governo só para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros. Não governo só para PP, PSD, PDT, PTB, PMDB. Eu tenho de governar olhando todos os interesses", afirmou neste sábado (27) em seu último dia de visita ao Chile.
A dirigente disse também que, para recuperar o grau de investimento, o país necessita estabilizar sua situação fiscal e que isso não pode ser feito sem alterações na previdência. Sua ideia é que as mudanças sejam feitas no logo prazo.
"O período de transição em uma reforma previdenciária tem de ser longo para que você possa diminuir os impactos."
Além dos cortes nas despesas, Dilma comentou a necessidade de se aumentar as receitas e insistiu que isso deve ser feito com a CPMF. A presidente acrescentou que realizará neste ano leilões de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias para elevar o nível de investimentos no país e aquecer a atividade econômica.
Apesar de o PT convergir com a ideia da recriação da CPMF, ele diverge bastante de Dilma em relação às outras política econômicas. Nesta sexta (26), o partido publicou o seu programa de combate a crise. Entre as medidas apresentadas, está a utilização de parte das reservas internacionais na promoção do investimento.
Dilma afirmou que, mesmo tendo um projeto diferente do partido, conta com sua base aliada para aprovar as reformas. "Sobretudo o PT, que é o partido ao qual pertenço e pelo qual fui eleita."
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