Brasília
- O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que, mesmo que
o Supremo Tribunal Federal (STF) receba a denúncia contra ele na Lava
Jato, na próxima quarta-feira, 2 de março, permanecerá no comando da
Casa.
Questionado se ainda teria condições de presidir a Câmara caso vire réu, respondeu com apenas uma palavra: "Total".
Cunha negou que o recebimento da denúncia o enfraqueça
politicamente na Casa e lembrou já ter sido réu em outra ação. "Já
aconteceu comigo de eu ter sido declarado réu e depois fui absolvido por
unanimidade", afirmou o parlamentar.
O presidente da Casa foi denunciado pelo procurador-geral da
República Rodrigo Janot, por suspeita de de receber ao menos US$ 5
milhões em propinas referentes a dois contratos de afretamento de
navios-sonda da Petrobrás em 2006 e 2007 pela diretoria Internacional da
estatal - cota do PMDB no esquema. O peemedebista é acusado de
corrupção e lavagem de dinheiro.
Além disso, o presidente da Câmara já teve bloqueados pelo
Supremo cerca de R$ 9,6 milhões (2,4 milhões de francos suíços)
mantidos em contas não declaradas por ele na Suíça. A medida faz parte
de outra investigação contra Cunha, sua esposa e sua filha a partir de
informações encaminhadas pelo Ministério Público da Suíça sobre as
contas mantidas por ele e seus familiares no exterior.
Documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça ao Brasil
comprovam que um negócio de US$ 34,5 milhões fechado pela Petrobrás em
2011, no Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas no país
europeu que têm como beneficiários Cunha, e sua mulher, Cláudia Cordeiro
Cruz. O dinheiro destas contas ainda foi utilizado para o pagamento de
despesas pessoas da família de Cunha, como revelou a documentação
encaminhada pela Suíça.
A polêmica envolvendo o dinheiro no exterior também deu origem
a um processo de cassação contra o peemedebista que se arrasta desde o
ano passado no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Cunha é
acusado de quebra de decoro ao afirmar na CPI da Petrobrás que não
possuía contas na Suíça. Após várias manobras de seus aliados, contudo, o
processo que pode levar à cassação do peemedebista ainda não saiu da
estaca zero.
COPIADO http://politica.estadao.com.br/
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