A convite de Fernando Pimentel, Lula seria hoje a principal estrela nas comemorações do Dia de Tiradentes em Ouro Preto. Foi convidado na expectativa de aproveitar um palanque histórico em sua tentativa de dar a volta por cima depois de baleado pela Operação Lava Jato.
Após a maciça divulgação dos vídeos das explosivas delações da Odebrecht, Lula, chamuscado, cancelou a viagem a Ouro Preto. Não quis correr risco.
Poderia ter sido pior.
A situação dele se agravou com o contundente depoimento, na quinta-feira (20) de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, ao juiz Sérgio Moro. Apontado pelos petistas como o empreiteiro mais chegado a Lula, Léo disparou três tiros certeiros contra o parceiro por ele apelidado de Brahma:
- – Cravou com um passo a passo detalhado que o tal tríplex do Guarujá era mesmo de Lula – investigadores da Lava Jato dizem que ele prometeu entregar documentos que comprovam essa afirmação;
- – Relatou conversas com Lula sobre a entrega de dinheiro sujo para João Vaccari, que, em sua versão, operaria para o PT e para o próprio Lula;
- – Lula teria lhe dito para destruir toda e qualquer prova de uma contabilidade paralela com Vaccari, o que pode levar ao perigoso terreno da obstrução de Justiça.
Na estratégia de sempre, a defesa de Lula diz que é tudo mentira, uma encenação dirigida pelo Ministério Público.
O fato é que as peças estão se encaixando.
Pelo que se diz no entorno da Lava Jato, o quebra-cabeça está praticamente montado.
A delação de Antonio Palocci, em negociação, iria além.
A expectativa dentro e fora da Lava Jato é de que seja o xeque-mate.
A conferir.
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