AFP / EDUARDO MUNOZ ALVAREZO embaixador francês, François Delattre, chega à reunião do Conselho
O Conselho de Segurança da ONU começou nesta quarta-feira sua reunião sobre o suposto ataque com armas químicas na Síria, que deixou dezenas de mortos, incluindo crianças.
Grã-Bretanha, França e Estados Unidos apresentaram um rascunho de resolução pedindo uma investigação exaustiva do ataque em uma localidade rebelde na província de Idlib, mas a Rússia, firme aliada do governo de Bashar al-Assad, afirmou que o texto era "categoricamente inaceitável".
"Aqui estamos falando de crimes de guerra, crimes de guerra em grande escala, crimes de guerra com armas químicas", criticou o embaixador francês, François Delattre, em declarações a jornalistas ao entrar na reunião.
O projeto de resolução pede que um painel conjunto da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e da ONU investigue o ataque, realizado na manhã de terça-feira no povoado de Khan Sheikhun.
Ao menos 72 pessoas morreram, entre elas 20 crianças, durante o ataque, e dezenas sofreram dificuldades para respirar, convulsões e soltaram espuma pela boca, segundo médicos.
O texto, visto pela AFP, convoca a Síria a entregar os planos e registros de voo, além de outras informações, de suas operações militares no dia do ataque.
Além disso, pede que Damasco forneça os nomes de todos os comandantes de esquadrões de helicópteros aos investigadores da ONU e permita que se reúnam com generais e outros oficiais de alto escalão, indica o projeto de resolução.
Também prevê que a Síria permita que as equipes da ONU e da OPAQ visitem suas bases aéreas, das quais os ataques com armas químicas podem ter sido lançados.
As negociações em torno do rascunho continuam, mas em Moscou o chanceler antecipou que o "texto tal como foi apresentado é categoricamente inaceitável".
Por enquanto não foi convocada uma votação, mas os diplomatas de países ocidentais disseram que as negociações não se estenderão muito, sugerindo que a Rússia pode recorrer a um veto para bloquear a medida.
"Um veto russo significaria que eles gastam mais tempo defendendo o indefensável", afirmou o embaixador britânico, Matthew Rycroft.
Grã-Bretanha, França e Estados Unidos responsabilizam as forças de Assad pelo ataque, mas o Exército sírio negou estar envolvido.
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