Recuo de Herman Benjamin garante dupla vitória política a Michel Temer no TSE

Recuo de Herman Benjamin garante dupla vitória política a Michel Temer no TSE

POR PAINEL
Dois coelhos Herman Benjamin entrou no TSE nesta terça (4) sabendo que seria derrotado. Era consenso que, se insistisse em negar o prazo pedido pela defesa, o caso poderia ser anulado. Por isso, o relator da ação que pode cassar o mandato de Michel Temer recuou. Só não contava que abriria espaço para o encaixe de novas testemunhas, o que vai alongar o processo. No fim, Temer obteve dupla vitória: tempo e a certeza de que nomeará não só um, mas dois dos nomes que julgarão sua cassação.
Consenso O Planalto e a cúpula do Congresso já esperavam uma mudança na rota do processo do TSE. Um ex-ministro consultado por uma das partes do caso resumiu o escorregão de Benjamin. É ponto pacífico, explicou, que juiz pode dar mais prazo para a defesa, mas nunca restringir o especificado em lei.
Incógnita Políticos de diversos partidos passaram o dia especulando sobre o que levou Nicolao Dino, representante da Procuradoria Eleitoral, a abrir, durante o julgamento no TSE, o acordo de delação firmado pelo publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura.
Tese vencedora A maioria acredita que Dino o fez para reforçar as conclusões que havia apontado em seu parecer anterior, quando isentou Temer de responsabilidade na captação irregular de recursos. Santana prestava serviços a Dilma, o que deve fazer da petista o foco de sua colaboração premiada.
Abra o olho Aliados de Renan Calheiros dizem que, hoje, ele comanda 5 dos 22 votos do PMDB no Senado. Lembram, porém, que Temer dará início a uma série de conversas individuais com os parlamentares e alertam para o risco de o senador terminar sozinho se esticar demais a corda contra o Planalto.
Vem cá Depois de rejeitar os apelos do ex-presidente Lula para desistir de disputar a presidência do PT, Lindbergh Farias pretende se reunir com a colega Gleisi Hoffmann no fim de semana. Em conversas reservadas o senador disse que nada impede que, depois do processo eleitoral, haja uma composição.
Vitrine A avaliação de petistas é de que, além do discurso de que não poderia abandonar seus apoiadores, Lindbergh também usará a projeção de sua candidatura para organizar sua base para a eleição no Rio, em 2018.
Chama pra si Há um movimento para pressionar a Assembleia Legislativa do Rio a anular a eleição dos cinco conselheiros do Tribunal de Contas presos.
Verão passado Os defensores da tese lembram que em 2008, então governador do Paraná, Roberto Requião indicou seu irmão para o TCE. Depois, os deputados estaduais invalidaram a eleição.
Moeda de troca Embora o prefeito João Doria trabalhe para aprovar parte de seu pacote de privatizações na Câmara até maio, os vereadores querem esticar as discussões.
Quem manda A privatização dos cemitérios municipais dará trabalho a Doria. Os parlamentares já fizeram chegar ao prefeito que o projeto precisa de lei específica.
Esse cara sou eu Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, convidou Doria para ser um dos conferencistas do evento em Davos, em janeiro de 2018. O tucano pretende montar uma comitiva de empresários brasileiros para mostrar “a nova face do Brasil”.
Visitas à Folha Marx Beltrão (PMDB), ministro do Turismo, visitou a Folha nesta terça (4). Estava acompanhado de Bruno Bernardes, chefe da assessoria de comunicação do ministério, e Darse Júnior, assessor de imprensa.
O embaixador Marcos Galvão, secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, visitou a Folha nesta terça (4). Estava acompanhado de Claudio Garon, assessor de imprensa do ministério.

TIROTEIO
A reforma política do jeito que está é uma volta ao coronelismo. Apenas os caciques dos partidos vão conseguir se eleger.
DO DEPUTADO OSMAR BERTOLDI (DEM-PR), sobre a proposta de “lista fechada”, em que o eleitor escolhe um rol de candidatos pré-definido pelos partidos.

CONTRAPONTO
Nem vem que não tem
Em 31 de março, dia dos protestos contra a terceirização e a reforma da Previdência, líderes dos movimentos sociais ligados à esquerda haviam estabelecido que, ao final do ato, na praça da República, em São Paulo, falariam apenas os representantes das centrais sindicais.
Quando o presidente nacional do PT, Rui Falcão, chegou, Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares, quis pregar uma peça no dirigente petista:
— Você pode fazer discurso desde que declare apoio à candidatura do Lindbergh [Farias] a presidente do PT.
O petista, imediatamente, disparou:
— Vou declarar apoio à greve geral no dia 28 de abril.
copiado http://painel.blogfolha.uol.com.br/

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