BNDESPar junta outros minoritários da JBS contra família Batista, dizem fontes
- Os irmãos Wesley (à esq.) e Joesley Batista, donos da JBS
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O BNDESPar, braço de participações do BNDES, obteve apoio de outros minoritários na JBS, incluindo a Caixa Econômica Federal, para defender o afastamento da família Batista da administração da empresa e pedir indenização por perdas causadas pelos empresários, disseram duas fontes a par do assunto.
O BNDESPar, que detém 21,3% na JBS, pediu convocação de assembleia extraordinária de acionistas para tratar dos assuntos, disse na segunda-feira (26) o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro.
"Estão todos juntos na tentativa de tirá-los. A governança da JBS tem que melhorar senão a empresa vai piorar cada vez mais", disse uma fonte próxima à discussão.
Uma fonte familiarizada com a Caixa confirmou que o banco, que tem cerca de 4,5% das ações da JBS, participará em conjunto com o BNDESPar no esforço para tirar a família da administração da companhia.
A assembleia ainda não tem data marcada. Entretanto, segundo uma das fontes, haveria um prazo de 30 dias após o pedido, feito na semana passada. Além do afastamento dos Batista do comando da JBS, os minoritários querem receber indenização dos empresários pelos prejuízos causados por eles à empresa.
Cálculos preliminares apontam um pedido de ressarcimento de ao menos de R$ 500 a R$ 600 milhões, fora o dano de imagem e as perdas no mercado de ações.
"A indenização que se quer é dentro do que foi declarado na delação premiada", disse uma das fontes. Executivos da empresa, que assinaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, admitem ter pago propina.
A Associação de Acionistas Minoritários (Aidmin) pediu que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) permita acesso a todas as informações dos minoritários da JBS, disse o vice-presidente da entidade, Aurelio Valporto.
A associação também estuda mover uma ação na Justiça para tentar revogar as vantagens obtidas pelos empresários no acordo de delação premiada com Justiça.
A associação entende que, após o acordo, a empresa cometeu atos ilegais e crimes como manipulação de mercado, "insider trading" (uso de informação privilegiada) entre outros, disse Valporto. A empresa, no entanto, nega as irregularidades.
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