Meirelles admite subir impostos para cumprir meta fiscal
Arrecadação do governo está abaixo do esperado devido aos impactos da crise.
Até o momento, o mercado financeiro não acredita que a meta fiscal deste ano será cumprida pela equipe econômica.
Meirelles diz que governo pode elevar impostos para cumprir meta fiscal Arrecadação abaixo da esperada, devido à demora na retomada do crescimento econômico, dificulta cumprimento da meta, que é de déficit primário de R$ 139 bilhões.
O
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira
(29) que a o governo elevará impostos, se verificar que a medida é
necessária para o cumprimento da meta fiscal neste ano. Ele disse,
porém, que essa decisão ainda não foi tomada.
Para
2017, a meta fiscal é que as despesas do governo superem a
arrecadação em até R$ 139 bilhões. Essa conta não inclui os
gastos com o pagamento de juros da dívida pública.
Apesar
de já significar um novo rombo nas contas públicas, o governo
enfrenta dificuldade para cumprir a meta devido à demora na retomada
do crescimento da economia, que vem frustrando as expectativas de
receita com impostos.
"Se
for para aumentar impostos, vamos aumentar. Agora, não foi tomada
essa decisão. A Fazenda e o Planejamento estão trabalhando o tempo
todo nisso. Em algum momento, se se configurar a necessidade de
aumentar impostos, certamente o faremos", disse Meirelles a
jornalistas.
"Não
vamos deixar de cumprir objetivos por uma resistência teórica ao
aumento de impostos", declarou ele, se referindo à meta fiscal.
Crise econômica
A
expectativa de economistas é que, diante do fraco ritmo de
recuperação da economia, a arrecadação tenha uma performance pior
que a esperada anteriormente. A própria equipe econômica já revisou
para baixo a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) em 2017.
Na
última pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma
centena de economistas, a previsão para alta do PIB em 2017 oscilou
de 0,4% para 0,39%.
Para
2018, os economistas das instituições financeiras baixaram suas
estimativas de expansão da economia de 2,20% para 2,10%.
Como o
governo já fez corte de gastos neste ano e
tem pouco espaço para novos contingenciamentos, a alta de impostos
deverá ser adotada caso a arrecadação se mantenha abaixo da
esperada.
A
principal aposta é de que o governo eleve a tributação sobre
combustíveis, inicialmente o PIS e a Cofins, e, depois de uma
noventena (exigida legalmente) a Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômica (CIDE) sobre o diesel e a gasolina - reduzindo a
PIS e Cofins.
Até
o momento, o mercado financeiro não acredita que a meta fiscal deste
ano será cumprida pela equipe econômica. Pesquisa realizada em maio
pelo Ministério da Fazenda com instituições financeiras, e
divulgada em junho, mostra que a estimativa para o rombo fiscal deste
ano é de R$ 142 bilhões, acima da meta de déficit de até R$ 139
bilhões.
Para
tentar atingir a meta fiscal de 2017, o governo tem apostado, até o
momento, principalmente em receitas extraordinárias, como o novo
Refis, parcelamento de débitos tributários de empresas e pessoas
físicas com o governo; em uma nova rodada do processo de
repatriação; no recebimento de precatórios (foi enviado um projeto
de lei ao congresso sobre o assunto) e também em receitas de
concessões.
copiado http://g1.globo.com/economia/notici
Nenhum comentário:
Postar um comentário