Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia |
Sucessor imediato de Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indicou aos principais caciques de seu partido que não atuará para blindar ou salvar o peemedebista no processo de votação das denúncias contra ele.
Em jantar reservado na noite de quarta-feira (28), em Brasília, Maia disse a aliados que não vai atender à principal demanda de Temer, a unificação das denúncias, e usou um estudo preliminar da área técnica da Câmara para justificar que as matérias não podem tramitar de maneira conjunta, como deseja o presidente.
O presidente da Câmara avalia que, hoje, Temer consegue barrar a primeira denúncia contra ele, por corrupção passiva, no plenário da Casa. Ele fez chegar ao Palácio do Planalto, porém, que a provável apresentação de outras duas acusações formais pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente poderia deteriorar o cenário e aumentar as chances de derrota em votações futuras.
O núcleo político do governo sabe que a cada nova denúncia a possibilidade de apoio entre os deputados tende a diminuir –são necessários 342 dos 513 deputados para que a denúncia seja aceita –e vai apostar no discurso de que o presidente é vítima de uma perseguição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Equilibrando-se entre os papéis de aliado de primeira ordem e possível substituto do presidente em uma eleição indireta, Maia foi aconselhado a adotar uma postura "institucional" e dizer que seguirá o regimento para embasar todas as suas decisões.
Aliados do presidente da Câmara admitem que seu papel é "delicado" e que ele não pode fazer nenhum movimento brusco contra ou a favor de Temer durante a tramitação das denúncias. Nas palavras de um um dos participantes do jantar, Maia apoiará o governo "até o limite".
No Planalto, o presidente da Câmara é visto como um personagem leal, mas auxiliares de Temer dizem que é preciso acompanhá-lo de perto, uma vez que ele seria o primeiro beneficiário da queda do peemedebista e, portanto, teria motivo para trabalhar por sua destituição.
Na noite de quarta, o presidente da Câmara recebeu os principais nomes do DEM para discutir justamente o seu papel diante da tramitação das denúncias.
Estiveram na residência oficial o ministro da Educação, Mendonça Filho, o prefeito de Salvador, ACM Neto, o presidente do partido, Agripino Maia, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho, e outros parlamentares.
Em público, Maia tem dito que vai garantir "isenção" na tramitação das denúncias na Câmara e que ainda não há decisão sobre a possibilidade de que elas sejam votadas em conjunto, como quer Temer.
COPIADO http://www1.folha.uol.com.br/poder/
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