Dallagnol critica Gilmar Mendes por barrar transferência de Cabral: "Desmoraliza a justiça"
Coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol usou o Twitter para criticar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, que, nesta terça-feira (31), suspendeu a transferência do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) do Rio de Janeiro para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).
"Quando a Justiça desmoraliza a justiça. Minha solidariedade a Bretas, que corajosamente tem enfrentado corruptos poderosos", escreveu o procurador, ao compartilhar a notícia sobre a decisão de Mendes e citando o juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de janeiro, Marcelo Bretas, que autorizou a transferência --atendendo a pedido feito pelo MPF (Ministério Público Federal) no dia 23.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do ministro Gilmar Mendes, que está em viagem particular em Portugal, informou que ele não vai se manifestar sobre as declarações de Dallagnol.
Investigado em desdobramentos da Lava Jato, e já condenado em primeira instância por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Cabral está preso em uma cadeia de Benfica, na zona norte da capital fluminense.
A transferência do ex-governador foi determinada depois que Cabral mencionou informações pessoais sobre Bretas durante interrogatório na 7ª Vara, em processo referente a suposto crime de lavagem de dinheiro a partir da aquisição de joias e pedras preciosas.
Na ocasião, o peemedebista afirmou que a família do magistrado é proprietária de negócio no ramo de bijuterias. Repreendido pelo juiz, o político respondeu: "São as informações que me chegaram".
O MPF considerou que, mesmo detido, Cabral estaria recebendo informações privilegiadas e possivelmente atuando de forma ilegal no sentido de reunir dados para sua defesa. Na versão da Promotoria, a cadeia onde ele está não teria, portanto, condições de garantir a permanência do ex-governador nos termos estabelecidos pela Justiça.
O advogado de Cabral, Rodrigo Roca, afirmou ser arbitrária a decisão e entrou com recurso no TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) para anular a decisão de Bretas. Mas o desembargador Abel Gomes, em decisão monocrática, concordou com os argumentos do juiz da 1ª instância e indeferiu o pedido da defesa do réu.
A defesa de Cabral em seguida recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas o pedido de decisão liminar (provisória) para impedir a transferência também foi negado.
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