O PRÉ-SAL JÁ É DA EXXON, DA PETROGAL E DA STATOIL
A maior empresa de petróleo dos Estados Unidos, a Exxon, e duas estatais europeias, a Petrogal, de Portugal, e a Statoil, da Noruega, já são donas de um pedaço importante do pré-sal brasileiro; as empresas arremataram a área Norte do Campo de Carcará, num lance em que 67,12% do óleo fica com a União; Agência Nacional do Petróleo conseguiu realizar o leilão do pré-sal, após derrubar uma liminar que havia sido obtida pelos petroleiros; segundo o diretor-geral da agência, Décio Oddone, o Brasil perdeu R$ 1 trilhão em investimentos por não ter leiloado antes o pré-sal – uma medida polêmica, que, na visão de muitos analistas, entrega riquezas nacionais a empresas internacionais
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O consórcio entre a norte-americana Exxon Mobil, a norueguesa Statoil e a Petrogal arrematou a área de Norte de Carcará com um lance de 67,12 por cento de óleo à União, versus percentual mínimo de 22,08 por cento, de acordo com resultado do leilão realizado pela reguladora ANP nesta sexta-feira.
As três empresas disputaram a área, na Bacia de Santos, com a Shell.
No consórcio de Norte de Carcará, a Statoil ficou com 40 por cento de participação, a Exxon com outros 40 por cento, e a Petrogal, com 20 por cento.
Norte de Carcará é uma área adjacente a Carcará, onde a Statoil detém participação majoritária, após acordo com a Petrobras de 2,5 bilhões de dólares.
As petroleiras Galp, com 14 por cento de participação em Carcará, e Barra Energia, com 10 por cento, estão entre as outras sócias da área.
A área de Sudoeste de Tartaruga Verde, no pré-sal da Bacia de Campos, que não havia registrado lances quando foi leiloada pela primeira vez, também não recebeu oferta em rodada de “repescagem”.
Leia, abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre o leilão:
Nielmar de Oliveira e Vinícius Lisboa - Repórteres da Agência Brasil
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), Décio Oddone, disse hoje (27) que com a demora na realização de leilões para exploração do pré-sal, o país perdeu grande volume de investimentos. Desde que o pré-sal foi descoberto, somente uma área tinha sido licitada até o momento.
"O pré-sal foi descoberto há uma década, e nesse período, só uma área foi licitada, a de Libra. A sociedade brasileira perdeu mais de R$ 1 trilhão, entre investimentos e arrecadação. Esse atraso no desenvolvimento do pré-sal foi a maior oportunidade perdida em uma geração. Mas estamos deixando esse tempo para trás", disse Décio Oddone, na abertura da segunda rodada de leilão de partilha dos blocos da área.
O leilão estava programado para começar às 9h, mas uma decisão liminar do juiz Ricardo de Sales, da 3ª Vara Federal Cível do Amazonas, suspendeu a segunda e terceira rodadas. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu, e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) cassou a liminar, liberando a realização das rodadas de licitação do pré-sal. Para o diretor-geral, o Brasil tem mostrado segurança jurídica para os investidores.
Oddone afirmou ainda que os oito blocos ofertados vão transformar São Paulo em um dos principais produtores de petróleo do Brasil, e farão com que o Rio de Janeiro volte a ser a capital brasileira do petróleo e uma das regiões de maior produção do mundo. Os blocos estão localizados nas bacias de Campos (RJ) e Santos (SP).
"A produção do pré-sal poderá ser responsável pelo maior acréscimo de oferta de petróleo fora dos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, nos próximos anos. Com isso, o Brasil retoma seu espaço na primeira liga do petróleo mundial".
Liderança
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, também discursou na abertura da segunda rodada e destacou que o leilão faz parte do esforço para "reestabelecer a liderança do setor de óleo e gás na construção do Produto Interno Bruto Brasileiro".
Moreira Franco ressaltou a importância do setor para o estado do Rio de Janeiro, que vive uma das maiores crises financeiras, e afirmou que a economia nacional saiu de uma situação de "desesperança e profunda insegurança".
Segundo ele, o caminho seguido pelo governo "vai permitir a recuperação da economia brasileira e com a possibilidade de ter um desenvolvimento sustentável no país, sobretudo pela segurança jurídica, pela clareza nas regras, pela capacidade que todos terão e começam a ter, com a certeza de que há igualdade de oportunidade e concorrência em todos os campos da atividade econômica, sobretudo na relação do setor privado com o setor público".
Rota mundial do petróleo
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, diz que o leilão dos blocos representa a "reinserção do país na rota mundial da indústria do petróleo e gás".
“É o momento em que o país se encontra dividido e envolvido em questionamentos, mas também momento de esperança. O povo brasileiro saberá dar a volta por cima”.
Ele aposta que o resultado da licitação "será um sucesso que será alardeado pelos quatro cantos do mundo, que em alto e bom som dirá que o Brasil voltou a rota da indústria de óleo e gás no mundo - e tenho certeza de que não mais sairá d
Agora que escapou, Temer fará jorrar maldades e retrocessos
"A nova fase começa nesta sexta-feira com o leilão do pré-sal, que fará a festa das petroleiras estrangeiras. Na semana que vem Temer já envia ao Congresso o projeto que estabelece a modelagem da venda da Eletrobrás para acelerar a entrega do setor elétrico ao capital privado, colocando em risco a segurança energética do país. Se hoje a energia é cara, quando deixar de ser serviço público e virar mercadoria é que veremos", diz a colunista Tereza Cruvinel; ela diz ainda que ele tem encontro marcado com a Justiça, "onde terá que responder, quando deixar o cargo, pelas denúncias que ele conseguiu barrar na Câmara aliciando deputados com recursos públicos"
Depois de escapar da segunda denúncia criminal ao custo de R$32 bilhões, Temer vai despejar sobre o Brasil um saco abarrotado de maldades, entreguismos e retrocessos. Só que agora enfrentando um Congresso mais guloso e dono de si, que disputará com o Executivo a condução da agenda. Medidas mais impopulares, como a reforma previdenciária, o Congresso vai desidratar, mas eles vão se entender no que for de interesse do poder econômico. A nova fase começa nesta sexta-feira com o leilão do pré-sal, que fará a festa das petroleiras estrangeiras. Na semana que vem Temer já envia ao Congresso o projeto que estabelece a modelagem da venda da Eletrobrás para acelerar a entrega do setor elétrico ao capital privado, colocando em risco a segurança energética do país. Se hoje a energia é cara, quando deixar de ser serviço público e virar mercadoria é que veremos.
A equipe econômica agora não quer mais desculpas para ver editadas as medidas provisórias do ajuste fiscal. O rombo acumulado este ano já alcança R$ 108,533 bilhões, o pior resultado da história para o período desde o início da série histórica, em 1997. Ainda antes do resultado desastroso do mês massado (deficit de R$ 22,7 bilhões), estavam engatilhadas, contra os servidores públicos federais, medidas como o aumento da contribuição previdenciária, de 11% para 14% e o congelamento de todos os aumentos escalonados que foram negociados ainda no governo Dilma. Novas maldades devem ser acrescentadas. Benefícios, como ajuda de custo para remoções, serão cortados ou reduzidos. A observância do teto será rigorosa e para isso haverá cortes em salários que estiverem extrapolando o limite. O governo planeja também fixar um piso salarial de R$ 5 mil reais para os funcionários que ingressarem no serviço público daqui para a frente, o que desestimulará o ingresso em carreiras mais qualificadas, como as de gestores, auditores e diplomatas, cujos concursos são concorridíssimos. O resultado será a degradação da máquina administrativa.
Na pauta de urgência da Câmara entrará o projeto que altera a lei dos planos de saúde, que poderá expulsar do sistema as pessoas com mais de 60 anos, se prevalecer a planejada regra de reajustes a cada aniversário.
Com o início da vigência da reforma trabalhista em 11 de novembro, já pairam ameaças sobre a própria justiça trabalhista, onde é forte o movimento de resistência de juízes e desembargadores contra medidas que consideram inconstitucionais.
Estas e outras maldades, retrocessos e entreguismos é que fazem de Temer o presidente mais impopular do mundo mas ele não se importa. Afinal, não tem mesmo qualquer futuro na política. O encontro marcado que ele tem não é com as urnas, é com a Justiça, onde terá que responder, quando deixar o cargo, pelas denúncias que ele conseguiu barrar na Câmara aliciando deputados com recursos públicos.
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