Chanceler da Venezuela nega crise humanitária no país
AFP/Arquivos / JUAN BARRETO(Arquivo) O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou nesta segunda-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU que não existe crise humanitária no país, apesar da situação de penúria que afeta parte da população.
"Se pretende fazer que o mundo acredite que na Venezuela há uma crise humanitária, um velho truque unilateralista", disse em um discurso em Genebra.
Arreaza fez menção, mas sem uma citação direita, a Colômbia, onde o presidente Juan Manuel Santos denuncia uma crise humanitária que, segundo números de seu governo, levou 500.000 venezuelanos a atravessar a fronteira.
O chanceler também criticou o que chamou de "relatórios sem fundamento" do Alto Comissariado das Nações Unidas, assim como os especialistas da ONU que "publicam diagnósticos a partir de fontes insólitas, sem jamais terem visitado a Venezuela".
A situação na Venezuela, onde a população sofre as consequências de uma enorme inflação e da escassez de alimentos e medicamentos, é objeto de controvérsia entre o governo de Caracas e vários países e instituições internacionais, que insistem em descrever uma situação grave.
Nesta segunda-feira, os chanceleres da União Europeia (UE) debatem a situação de uma Venezuela em "horas críticas", nas palavras da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
Arreaza também citou as eleições presidenciais convocadas para 22 de abril, nas quais Nicolás Maduro aspira a reeleição. A coalizão de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) decidiu não participar no pleito, que acusa de fraude.
"Teremos eleições livres, soberanas, transparentes, em 22 de abril", afirmou o chanceler.
Colômbia: ELN cessará operações militares durante legislativas
AFP/Arquivos / LUIS ROBAYO(Arquivo) A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), cujos diálogos de paz com o governo da Colômbia estão congelados, anunciou um cessar-fogo de suas atividades armadas durante as eleições legislativas, que serão realizadas em 11 de março
A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), cujos diálogos de paz com o governo da Colômbia estão congelados, anunciou um cessar-fogo de suas atividades armadas durante as eleições legislativas, que serão realizadas em 11 de março.
"O Exército de Libertação Nacional (ELN) realizará um cessar das operações militares ofensiva, entre os dias 9 e 13 de março próximos", indicou o grupo rebelde em um comunicado datado de domingo, dia 25 de fevereiro, mas divulgado nesta segunda-feira.
A última guerrilha da Colômbia também defendeu a retomada dos diálogos de paz com o governo de Juan Manuel Santos, congelados no final de janeiro pelo presidente depois de uma ofensiva rebelde contra delegacias de polícias que deixou oito agentes mortos e dezenas de feridos.
"A agenda deve continuar se desenvolvendo com rigor e rapidez (...) para buscar um acordo que supere os confrontos armados e acerte transformações na busca de uma Colômbia em paz e igualdade", acrescentou.
Santos suspendeu as conversações, instaladas em Quito há um ano, depois de um ataque guerrilheiro iniciado horas depois que finalizou a primeira trégua bilateral com essa guerrilha em meio século de conflito.
"Esse é o tipo de gesto que nós estávamos pedindo", afirmou o chefe de Estado à emissora LaFM.
Santos assegurou também que vai estudar o comunicado e que depois tomará uma decisão.
Ambas as partes se mostraram dispostas a acertar um novo cessar-fogo e retomar os diálogos, no entanto a delegação governamental permanece na Colômbia.
"Propomos ao presidente Santos fixar uma data de início do Quinto Ciclo de conversações para que envie sua Delegação de Diálogo a Quito", assinalou o ELN no texto.
O presidente colombiano, Prêmio Nobel da Paz 2016 por seus esforços para finalizar o confronto armado em seu país, busca alcançar com o ELN um acordo similar ao assinado no final de 2016 com as Farc, já desarmadas e transformadas em partido político.
Depois do histórico pacto, as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) participarão nas eleições legislativas de março e nas presidenciais de maio, nas quais os colombianos elegerão o sucessor de Santos.
Os ex-guerrilheiros têm garantidos 10 cadeiras no Congresso, apesar de terem de participar igualmente na votação, segundo o combinado depois de quatro anos de negociações em Havana.
Santos, que em agosto conclui seu segundo mandato de quatro anos, está impedido por lei de se candidatar a outro período presidencial.
A Colômbia quer por fim a um conflito armado que em meio século deixou cerca de oito milhões de vítimas entre mortos, desaparecidos e deslocados.
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