Onde mesmo está o “crime organizado”? O “mercado” segue batendo palmas para maluco dançar

bot1Onde mesmo está o “crime organizado”?

A reportagem de Elenice Bottari  – conhecedora há    décadas dos problemas de segurança no Rio  – e Juliana Castro, hoje, em O Globodá boa ideia do que vem a ser o “crime organizado” no Estado.
Oficialmente, 20% dele provém da polícia. Extra-oficialmente, sabe-se que muito mais, porque corporativismo e cumplicidades encobrem boa parte destes agentes.
Aliás o “dono dos dados” que elas citam é mesmo o  Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, órgão do Ministério Público Estadual.
O promotor que o coordena, Daniel Braz, explica:
 Dificilmente uma estrutura de organização criminosa vai funcionar sem a presença do agente público dentro dela ou a conivência dele. Ela, em geral, funciona com a participação ou a corrupção do agente público. As investigações mostram que as quadrilhas de tráfico de drogas tinham sempre, ao menos, um policial.
Um, doutor?
Não há tráfico de drogas estabelecido – não se está falando de “aviões” ou freelances eventuais – sem cumplicidade policial, e não é com o guarda da esquina.
Pode-se, sendo simplista, dizer que isso é resultado da anomia dos governos, da falta de disciplina, da flacidez das normas e instrumentos de controle interno e externo da atividade policial. Certamente é, mas não é só: basta olhar a história e se verá que a polícia – aqui mais gravemente, mas em toda parte – desenvolve promiscuidades com o crime.
Ontem, na volta do JB, o ex-governador e jurista Nilo Batista, escreveu:
Certas funções policiais são brutalizantes e produzem efeitos deteriorantes sobre aqueles que as realizam. Trata-se do fenômeno denominado “policização”, que pode acontecer também com outros operadores do sistema penal, carcereiros, advogados, promotores de Justiça e magistrados. Quem não conhece a policização passará o resto da vida reclamando do pouco rigor na admissão e adestramento dos policiais, quando o problema não está na seleção e sim na prática. Quem está disposto a correr o risco de policização de algumas unidades de nossas Forças Armadas?
O combate à corrupção policial – como de resto a todas as modalidades de corrupção – jamais será eficiente por espasmos, mas como regra institucional.
O resto funciona apenas como demagogia, eliminando algumas mutucas gordas e espantando o enxame sedento por alguns instantes.

tubaO “mercado” segue batendo palmas para maluco dançar

Uma das características mais comuns às crises financeiras mais agudas é que elas, como as tempestades, surgem de razões climáticas reais e conhecidas, mas frequentemente não mandam sinais claros de que vão acontecer.
Ou mandam, mas os pequenos tubarões das finanças, no frenesi do lucro, não percebem. Os grandes, estes começam a sair para o oceano aberto.
O rebaixamento da nota de risco do Brasil foi solenemente ignorado pelo “mercado”.
O mesmo acontece hoje com o anúncio, pelo Banco Central de que o fluxo cambial na conta financeira atingiu, até sexta-feira última, um resultado negativo de quase 4,6 bilhões de dólares, o que, mesmo com o bom desempenho das exportações, deixa um déficit de US$ 2 bi, quase, na conta de câmbio do país.
O inverso da enxurrada de dólares que empurrou a Bolsa para o patamar irreal em que está e tirou pouco mais de 4% do valor do dólar no mês. Pois, em janeiro, a balança entre a entrada e saída de investimentos financeiros foi de US$ 8 bilhões positivos, sendo US$ 5,5 bilhões da conta financeira.
Como, nos primeiros dias de fevereiro, a conta ainda era positiva, é possível afirmar que, em pouco mais de duas semanas, a partir do “mini-crash” da bolsa novaiorquina,  o resultado “espelhou”: o que era saldo virou déficit.
Cruzem os dedos para que prossiga a calmaria – na qual nem eles acreditam que dure – no mercado americano. Os tubarões, aqui, estão tão ocupados em abocanhar tudo que não percebem a chegada de uma tempestade
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