China promete trabalhar rapidamente para chegar a acordo com EUA
AFP / SAUL LOEBPresidente dos Estados Unidos, Donald Trump (D) e da China, Xi Jinping (E), com os membros de suas delegações, durante jantar ao fim da Cúpula de Líderes do G20 em Buenos Aires, em 1 de dezembro de 2018
Pequim prometeu, nesta quarta-feira (5), agir rapidamente para acalmar a guerra comercial aberta com Washington, apesar dos sinais dúbios enviados pelo presidente americano, Donald Trump, que causaram preocupação nos mercados.
Trump sinalizou a possibilidade de prolongar as negociações com a China para além dos 90 dias estabelecidos para alcançar um acordo e evitar, assim, um novo aumento das tarifas.
Mas o Ministério chinês do Comércio afirmou que os negociadores "promoverão ativamente a consulta nos próximos 90 dias com um calendário e um roteiro claros", na primeira declaração de Pequim citando o prazo anunciado pelos Estados Unidos durante o fim de semana.
O Ministério classificou os diálogos entre Trump e o presidente Xi Jinping do fim de semana como "bem-sucedidos" e afirmou que tem "confiança" na aplicação do que foi acordado.
A pasta prometeu começar a trabalhar nos "pontos de consenso" alcançados "o quanto antes", sem dar maiores detalhes.
Trump e Xi decidiram retomar as negociações sobre "mudanças estruturais" em suas relações comerciais, e Washington mencionou um prazo de 90 dias, nos quais o governo americano suspenderá a aplicação de uma nova onda de tarifas a produtos importados da China.
Na terça, porém, o presidente americano indicou que essas negociações poderiam ser estendidas para além de 1º março, quando o prazo termina.
- 'Acordo real' -
A mudança de tom e a confusão sobre as conquistas da reunião causaram quedas nos mercados americanos, que despencaram na terça-feira, devido a preocupações com o crescimento futuro dos Estados Unidos. As praças chinesas também abriram em baixa nesta quarta.
Na segunda-feira, Trump disse que as relações com a China deram "um grande passo à frente", depois de uma reunião com seu colega chinês, Xi Jinping, em Buenos Aires.
Mas, na noite de terça, depois que o Dow Jones caiu pouco mais de 3%, e o Nasdaq, 3,8%, o tom do presidente se tornou ameaçador, embora ele tenha insistido em que acredita em um acordo comercial com Pequim.
"Ou temos um acordo real com a China, ou não há acordo", tuitou o presidente na terça à noite, acrescentando que, sem pacto, ele vai impor novas tarifas a Pequim.
O prazo começou a contar em 1º de dezembro, quando Trump se reuniu com Xi em Buenos Aires após a cúpula do G20, e eles concordaram em trabalhar para alcançar um acordo e retirar as tarifas sobre bilhões de dólares impostas pelas duas partes ao comércio bilateral.
Embora tenha prometido que as negociações terão bons resultados, ele ameaçou impor novas tarifas, se elas derem errado.
- 'Homem de tarifas' -
Trump disse ser um "homem de tarifas" e afirmou que não vacilará até que a China "pague pelo privilégio" de vender no mercado americano.
"A menos que continuem, terminarão em 90 dias a partir da data do nosso maravilhoso e caloroso jantar com o presidente Xi na Argentina", escreveu Trump no Twitter.
Após a reunião, Washington concordou em frear a ameaça de Trump de aumentar as tarifas de importação sobre US$ 200 bilhões de produtos da China para 25%, a partir de 1º de janeiro, mantendo a taxa atual de 10%.
Em troca, Washington afirmou que a China compraria quantidades "muito grandes" de produtos agrícolas, energéticos, industriais e outros americanos.
No domingo, Trump disse que a China também "reduziria e eliminaria" as tarifas de 40% sobre os carros, embora Pequim ainda não tenha confirmado a medida.
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