Bolsonaro e Maia coabitam território da falsidade

Bolsonaro e Maia coabitam território da falsidade

Josias de Souza

04/06/2019 15h06

Um dia depois de ler entrevistas nas quais Rodrigo Maia declarou que a falta de agenda do seu governo conduz o país ao colapso social, Jair Bolsonaro visitou a Câmara. Tratou Maia com respeito e fidalguia. Chegou mesmo a elogiar o presidente da Câmara. Ou seja, estava completamente fora de si.
Rodrigo Maia respondeu às gentilezas com ensaiada amabilidade. Chamou de "projeto de lei importante" a peça que o visitante lhe entregou. Uma proposta considerada secundária e extemporânea, concebida para afagar motoristas infratores, elevando de 20 para 40 os pontos necessários para a cassação da carteira. Quer dizer: Maia voltou ao normal.
Foi o segundo encontro dos dois desde a manifestação pró-Bolsonaro, ornamentada com um boneco de Maia em versão de pixuleco. No primeiro, discutiu-se um pacto entre os três Poderes. Coisa dada como certa pelo ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil). Até que Maia esclareceu: "Zero verdade".
Que conclusão extrair de tanta desavença que evolui do cheiro de queimado para a conciliação —e vice-versa— como se tudo se resolvesse num passe de mágica? Por um lado, é bom que Bolsonaro e Maia continuem a se falar. Por outro lado…
Bem, por outro lado, o tipo de relacionamento que a dupla mantém apenas reforça a convicção de que a política é o território da falsidade, da hipocrisia. É como se Bolsonaro e Maia informassem à plateia que não convém levá-los a sério.
Coube ao presidente da Comissão Especial sobre a reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PL-AM) gritar no Twitter o que Maia e os parlamentares do centrão cochicham em privado: "…O presidente Bolsonaro não tem noção de prioridade e do que é importante pro país. Enquanto estamos num seminário sobre reforma da Previdência ele está vindo pra Câmara apresentar PL (projeto de lei) que trata de aumentar pontos na carteira de maus motoristas." copiado https://www.uol.com.br/

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