Bolsonaro recebe credenciais de embaixadora venezuelana indicada por Guaidó Acordo UE-Mercosul será prioritário na cúpula entre Brasil e Argentina

Bolsonaro recebe credenciais de embaixadora venezuelana indicada por Guaidó

AFP/Arquivos / NELSON ALMEIDAMaria Teresa Belandria, embaixadora da Venezuela no Brasil indicada pelo presidente interino Juan Guaidó, fala à imprensa em Pacaraima, Roraima, 23 de fevereiro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta terça-feira (4) as credenciais de Maria Teresa Belandria como embaixadora da Venezuela designada pelo líder opositor e autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, informou o governo.
Belandria foi recebida por Bolsonaro, que apoia uma transição de poder na Venezuela, em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto, na qual outros sete embaixadores apresentaram suas cartas credenciais, de acordo com um texto publicado no Twitter pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
"Continuamos trabalhando pela democracia na Venezuela, em coordenação com o presidente Juan Gauidó, escreveu Araújo.
"O presidente optou por receber as cartas credenciais da embaixadora, mantendo-se coerente com a decisão de reconhecer o governo de Guaidó", afirmou mais tarde Otávio Rêgo Barros, porta-voz do presidente Bolsonaro.
A decisão "não implica a expulsão dos diplomatas venezuelanos que se encontram no país por determinação de Maduro", acrescentou.
O Brasil integra o grupo de cerca de 50 países, entre eles os Estados Unidos, que reconhecem o mandato interino de Guaidó à frente da Venezuela, após o Parlamento, de maioria opositora, ter declarado o presidente Nicolás Maduro como un "usurpador".
Apesar de o governo brasileiro não apoiar uma intervenção militar na Venezuela, considera que Maduro deve sair do poder e realizar novas eleições como uma saída para a crise política e social no país vizinho, onde segundo Bolsonaro, Maduro segue no poder porque "cooptou o Exército", seu principal aliado.

Acordo UE-Mercosul será prioritário na cúpula entre Brasil e Argentina

AFP/Arquivos / EVARISTO SAO presidente Jair Bolsonaro (D) cumprimenta o colega argentino, Mauricio Macri, no Palácio do Planalto, em Brasília, 16 de janeiro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro e seu colega argentino, Mauricio Macri, vão discutir na quinta-feira a conclusão do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), negociado há duas décadas, informou nesta terça (4) o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros.
A visita se concentrará "no fortalecimento dessa irmandade econômica entre Brasil e Argentina, tendo como fundo a assinatura do tratado da União Europeia com o Mercosul", afirmou o porta-voz, acrescentando que o tratado contribuirá para o "engrandecimento" dos dois blocos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, havia afirmado pouco antes na comissão parlamentar em Brasília que os Mercosul e UE podem estar a menos de um mês da assinatura de um acordo.
Segundo Guedes, os avanços, tanto nas discussões de questões tarifárias com a Argentina como no acordo com a UE aconteceram depois que Bolsonaro disse que dinamizaria o Mercosul.
"Logo que entramos, começamos a conversar com a Argentina, porque nós estamos no Mercosul, que não funcionou nem para Argentina, nem para o Brasil nem para nenhum dos integrantes. Todo o mundo foi para trás, o comércio não cresceu, o crescimento continua baixo. Então começamos imediatamente conversas com o governo da Argentina, dizendo: 'Olha, precisamos nos movimentar'.
O diálogo com a UE também se intensificou.
"Conversamos também com a União Europeia. E nós estamos conseguindo progredir também nessa dimensão, porque estamos possivelmente a três, quatro semanas (...) de fazermos um acordo", disse.
O Mercosul e a UE iniciaram negociações em 1999 e, embora os dois lados tenham anunciado em várias ocasiões que estavam próximos de um acordo final, isso não aconteceu em duas décadas de negociações.
"Tivemos uma postura dura. Ou fechamos ou vamos parar de conversar. Quem conversa 20 anos e não resolve é porque não quer fechar acordo", afirmou Guedes.
Os principais obstáculos são relacionados ao setor agrícola e a resistência da UE em abrir seu mercado a produtos sul-americanos e, mais recentemente, com divergências entre o Brasil e a UE em relação à carne, açúcar e setor automotivo.


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