Em iniciativa inédita, G20 analisa envelhecimento demográfico. China ameaça empresas tecnológicas após veto dos EUA à Huawei

Em iniciativa inédita, G20 analisa envelhecimento demográfico

AFP / TOSHIFUMI KITAMURAParticipantes da reunião do G20 financeiro em Fukuoka, 9 de junho de 2019
Dos gastos de saúde que disparam à redução da mão de obra: pela primeira vez, os ministros da Economia e os presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros do G20 financeiro abordaram, neste domingo (9), questões econômicas relacionadas ao envelhecimento da população.
Anfitrião do encontro, que acontece em Fukuoda (sudoeste), o Japão não escolheu o tema por acaso. Muito em breve, vai-se tornar o primeiro país "ultravelho" do planeta, o que significa que 28% de seus habitantes terão 65 anos, ou mais. Serão cerca de 40% em 2050.
Diante de um problema que freia seu crescimento, a terceira maior economia do mundo quer compartilhar sua experiência. Dirigido em particular às economias menos desenvolvidas, seu conselho é que ajam antes que seja tarde demais.
"O que dizemos é o seguinte: 'Se o envelhecimento demográfico começa a produzir um impacto antes de que fiquem ricos, não poderão mais tomar medidas eficazes'", advertiu o ministro japonês das Finanças, Taro Aso.
Se a tendência afeta "a humanidade inteira, o G20 envelhece particularmente rápido", apontou o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), José Ángel Gurría, entrevistado pela AFP durante a reunião.
"É uma tendência que vai continuar, eu temo. Não é algo que se possa parar de repente", acrescentou.
- Nos países emergentes também -
No G20, estão reunidos países de perfil muito diferente: do "idoso" Japão a países muito jovens, como Arábia Saudita, Índia e África do Sul.
A maior expectativa de vida e o retrocesso da taxa de natalidade contribuem para uma rápida expansão dos aposentados nos países ricos, como Alemanha, França, Espanha, Itália, ou Coreia do Sul, diz a OCDE, que fez uma série de estudos sobre o tema.
Este problema se estende agora para países emergentes, como Brasil, ressalta.
Até 2050, o número de habitantes de pelo menos 60 anos no mundo vai mais do que duplicar até passar de 2 bilhões.
"O envelhecimento exerce uma pressão sobre as finanças públicas, que se traduz em um aumento dos gastos em aposentadorias e saúde", explica o Fundo Monetário Internacional (FMI) em nota publicada neste domingo.
O Japão sabe bem do que se trata, já que exibe uma enorme dívida equivalente a cerca de 230% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
"A riqueza desses países acabará sendo forçosamente afetada, já que cada vez menos pessoas estão em condições de trabalhar", segundo o Fundo.
Além da necessária reforma dos sistemas previdenciário e de saúde, as organizações internacionais apostam nas mulheres e nos trabalhadores com mais 65 anos (idade para aposentadoria na maioria dos países desenvolvidos) para compensar o declínio da mão de obra.
"O Japão já tem um dos percentuais de participação mais elevados para os aposentados na OCDE", de acordo com informe recente da organização.
Uma vez superada a idade para se aposentar, com frequência, as pessoas a partir dessa faixa etária são "recontratadas para vagas ruins e mal pagas", afirma a OCDE, acrescentando: "merecem algo melhor".

China ameaça empresas tecnológicas após veto dos EUA à Huawei

AFP/Arquivos / Hector RETAMALLoja da Huawei
O governo da China reuniu representantes das grandes empresas do setor tecnológico e as advertiu de que sofrerão consequências se interromperem suas vendas para o país - informou a imprensa americana no sábado (8).
A reunião aconteceu depois de o presidente Donald Trump colocar o gigante chinês das telecomunicações Huawei em uma lista negra que a impede de ter acesso ao mercado americano.
A decisão de Trump se baseou em razões de segurança nacional e de ameaça dos negócios da Huawei a Washington, acusando a empresa de fazer espionagem para Pequim.
Na última semana, o governo chinês reuniu executivos das companhias americanas Dell e Microsoft e da sul-coreana Samsung, entre outros, para adverti-los de que qualquer redução de suas operações na China vai gerar represálias, relatou o jornal "The New York Times".
Às empresas americanas foi dito que "a determinação de Trump de privar as companhias chinesas de tecnologia americana afetou a cadeia mundial de fornecimento e que as empresas que seguirem essa política podem enfrentar consequências permanentes", acrescentou o NYT.
Já às empresas com sede fora dos Estados Unidos foi dito que não serão penalizadas, desde que mantenham seus negócios normalmente, ainda de acordo com o jornal.
Na sexta-feira, o Facebook anunciou que deixará de pré-instalar seus aplicativos em aparelhos da Huawei com o objetivo de cumprir as normas americanas. Maior rede social do planeta, o Facebook isolou ainda mais a Huawei, segundo maior fabricante mundial de smartphones. No mês passado, o Google já havia feito um anúncio similar.





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