eVnezuela fecha consulados no Canadá por 'hostilidade' de Ottawa Acordo migratório México-EUA tem um beneficiado: os traficantes de pessoas.

Venezuela fecha consulados no Canadá por 'hostilidade' de Ottawa

AFP / Marvin RECINOSBandeira do Canadá
A Venezuela fechará seus consulados em Vancouver, Toronto e Montreal e vai restringir à sua embaixada em Ottawa toda a atividade diplomática neste país, em resposta ao fechamento temporário da embaixada do Canadá em Caracas - anunciou a Chancelaria no sábado (8).
"A decisão" do Canadá "de fechar temporariamente sua embaixada em Caracas, longe de se tratar de um assunto administrativo, é uma decisão política que reflete a hostilidade crescente desse governo em relação à Venezuela", afirmou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país sul-americano.
"Em apego ao princípio de reciprocidade", segundo o documento, Caracas "deixará de prestar serviços temporariamente nos consulados gerais em Vancouver, Toronto e Montreal" e "todas as funções da diplomacia venezuelana no Canadá se concentrarão na sede de sua embaixada em Ottawa".
No domingo, o Canadá informou que fecharia de maneira temporária sua embaixada na Venezuela, acusando o governo de Nicolás Maduro de se negar a acreditar diplomatas críticos de sua gestão.
A chanceler canadense, Chrystia Freeland, disse que "o regime (de Maduro) tomou medidas para limitar a capacidade das embaixadas estrangeiras para funcionar na Venezuela, particularmente aquelas que defendem a restauração da democracia".

Acordo migratório México-EUA tem um beneficiado: os traficantes de pessoas

AFP / PEDRO PARDOMigrantes e moradores usam uma balsa improvisada para cruzar o rio Suchiate, de Tecun Uman, na Guatemala, para Ciudad Hidalgo, no México, em 8 de junho de 2019
O acordo migratório entre o governo mexicano e os Estados Unidos, o qual evitou a imposição de tarifas progressivas às exportações mexicanas, tem um beneficiado: os traficantes de pessoas na fronteira sul do México.
O pacto firmado na noite de sexta-feira implica que o México mobilizará efetivos militares da recém-criada Guarda Nacional para a fronteira com a Guatemala, além de desmantelar grupos de tráfico de pessoas.
Especialistas preveem, porém, que a presença da Guarda Nacional pode aumentar a pressão na fronteira sul, fortalecendo o negócio desses traficantes.
"Haverá mais mecanismos de controle. Haverá mais rigidez na passagem. E isso vai provocar o aumento do custo do translado. Isso fortalece o negócio do crime organizado que trafica pessoas", disse à AFP Javier Urbano, pesquisador em Assuntos Internacionais da Universidade Ibero-Americana.
"Quanto maior a dificuldade, maior o custo e maior a demanda do tráfico de pessoas", acrescenta.
As autoridades mexicanas chegaram a um acordo diante da ameaça dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 5% sobre todas as exportações do México a partir desta segunda-feira (10).
"Não vejo nenhum acordo. O que eu vejo é o pagamento de uma extorsão. Não tem tarifas, e o México aceita uma série de coisas que têm muitas complicações para o país", criticou a especialista em migração Leticia Calderón, do Instituto Mora, um centro de pesquisa situado na Cidade do México.
Ativistas e políticos mexicanos da oposição disseram ainda que o acordo implica a militarização da fronteira sul.
- Pressão mexicana -
Apesar do envio da Guarda Nacional para a fronteira sul, a pressão das autoridades mexicanas sobre os migrantes não é nova. Há meses, observam-se contínuas operações e detenções no sul do México. As medidas contradizem o discurso de portas abertas à migração adotado pelo presidente Andrés Manuel López Obrador desde que assumiu o cargo, em dezembro passado.
As detenções de estrangeiros em território mexicano passaram de 8.248 pessoas, em janeiro deste ano, para 23.679, em maio passado. A grande maioria é formada por cidadãos centro-americanos, apontam números recentes divulgados pelo governo mexicano. As deportações também mostram uma espiral ascendente. Passaram de 5.884, em janeiro passado, para 16.507, em maio. O perfil é o mesmo.
Para o especialista Javier Urbano, as detenções de migrantes e o acordo fechado na sexta-feira mostram a sintonia entre a política migratória dos Estados Unidos e a do México.
"Temos uma dependência quase patológica da economia dos Estados Unidos e vivemos em sincronia com a agenda de segurança desse país", comentou.
Apesar das medidas de pressão de ambos os governos, o ativista Luis Villagrán é categórico: "A migração não vai parar".

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