DESVIO DE VERBA EM CAMPANHA SALVAR LINK PF indicia assessores de ministro e 4 candidatas no caso de laranjas do PSL Justiça manda soltar três assessores de Antônio presos temporariamente Bolsonaro não cogita demitir ministro do Turismo 'neste momento', diz porta-voz Caso dos laranjas, 6 meses de Bolsonaro


PF indicia assessores de ministro e 4 candidatas no caso de laranjas do PSL

PF indicia 3 assessores de ministro e 4 candidatas no caso das laranjas do PSL

Eles são suspeitos de integrar esquema que desviou verba pública de campanha do partido de Bolsonaro

Fábio FabriniRanier Bragon

A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira (1º) um assessor especial do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, dois ex-auxiliares e quatro candidatas do PSL de Minas Gerais sob suspeita de participação em esquema de candidaturas de laranjas para desviar verba pública da legenda.
Os suspeitos (o número de implicados pode ser maior, já que o caso está sob sigilo) foram indiciados sob suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa —com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente.
A investigação sobre as candidaturas de laranjas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, começou após a Folha revelar, em reportagens publicadas desde fevereiro, a existência de um esquemaque direcionou R$ 279 mil em verbas públicas do PSL para quatro candidatas do partido em Minas.
Apesar de figurarem no topo do ranking das que nacionalmente mais receberam esse tipo de verba, elas tiveram, juntas, apenas cerca de 2.000 votos —indicativo de que não houve campanha real.
Parte desse dinheiro foi parar em empresas ligadas ao gabinete de Álvaro Antônio, na época deputado federal, presidente do PSL estadual e coordenador da campanha de Bolsonaro em Minas.
Mateus Von Rondon, assessor especial e braço direito do ministro, Roberto Soares e Haissander de Paula, ex-assessores e que coordenaram a campanha do político no Vale do Aço de Minas, foram presos na quinta-feira (27), ocasião em que houve busca e apreensão em suas residências.
A Justiça ordenou a soltura dos três nesta segunda-feira, último dia da prisão temporária de cinco dias.
A suspeita da Polícia Federal é a de que as candidaturas e o serviço eleitoral declarado pelas quatro candidatas não tenham passado de simulação, com o intuito de desviar dinheiro público do PSL.
As quatro candidatas —Lilian Bernardino, Naftali Tamar, Debora Gomes e Camila Fernandes, candidatas do Vale do Aço e de Curvelo— foram chamadas a prestar novo depoimento nesta segunda, mas permaneceram caladas.
Apesar do indiciamento, a PF ainda não concluiu as investigações, que prosseguem. Futuramente, caberá ao Ministério Público analisar o material e decidir se oferece denúncia à Justiça.

Justiça manda soltar três assessores de ministro ligados a laranjas do PSL

Auxiliares de Marcelo Álvaro Antônio estavam presos temporariamente desde quinta (27)

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Auxiliares de Marcelo Álvaro Antônio estavam presos temporariamente desde quinta (27)



O presidente Bolsonaro afirmou durante viagem ao Japão que determinou ao ministro da Justiça, Sergio Moro, a investigação de candidaturas laranjas em outros partidos. O caso foi discutido pelo presidente em reunião com o ex-juiz nesta segunda.
Em buscas realizadas pela PF em Minas Gerais no final de abril, os policiais não encontraram nas empresas nenhum documento que indicasse que elas de fato prestaram os serviços declarados pelas mulheres à Justiça Eleitoral.
Outras candidatas do PSL passaram a acusar publicamente Álvaro Antônio de patrocinar o esquema, entre elas a deputada federal eleita Alê Silva (PSL-MG), que disse ter recebido relatos de ameaça de morte vinda do ministro.
Dezenas de pessoas foram ouvidas pelos investigadores. Entre elas um contador do partido que afirmou que cuidou da parte contábil da prestação de contas das candidatas investigadas a pedido de um irmão de Marcelo, Ricardo Teixeira.
Relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) também apontou operações atípicas em contas bancárias de Álvaro Antônio —R$ 1,96 milhão de fevereiro de 2018 a janeiro de 2019. 
Além de Minas, a Folha revelou a existência do esquema também em Pernambuco, terra do presidente nacional da legenda de Bolsonaro, o deputado federal Luciano Bivar.
A repercussão do caso resultou na demissão do coordenador da campanha de Bolsonaro, Gustavo Bebianno, que presidiu o PSL nacionalmente em 2018.
Na época, o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência negou em entrevista que o caso das laranjas do PSL tivesse desencadeado uma crise entre ele e Bolsonaro.
O presidente e um de seus filhos, o vereador Carlos, disseram que era mentira a informação divulgada pelo então ministro sobre ele ter conversado com Bolsonaro sobre esse tema. Bebianno acabou demitido dias depois.
Ele afirma que jamais teve contato com as candidatas laranjas e que os repasses do partido a elas, tanto em Minas quanto em Pernambuco, foram de responsabilidade dos diretórios dos respectivos estados, versão corroborada posteriormente por Bivar e Álvaro Antônio. 
Em diversas manifestações, o ministro do Turismo sempre negou irregularidades e acusou a Folha de promover uma perseguição político-partidária contra ele. Ele afirma que a distribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriu rigorosamente o que determina a lei e que confia no trabalho isento, sério e justo das autoridades que investigam o caso.
Segundo Ministério do Turismo, Von Rondon deve voltar ao trabalho nesta terça (2). A pasta informou que os dias em que ele ficou afastado, por estar preso, não podem ser descontados de seu salário, conforme jurisprudência do STF.
O advogado de Von Rondon, João Marcos Braga, disse que a prisão de seu cliente causou estranheza porque parece ter sido decretada apenas para a polícia interrogá-lo —o que, em seu entendimento, foi vetado desde que o STF proibiu conduções coercitivas para fins de interrogatório.
“Muito se perguntou sobre o ministro [do Turismo], sobre questões políticas envolvendo o partido em Minas Gerais”, e pouco sobre os fatos em si, disse Braga. Segundo ele, Álvaro Antônio não é investigado no inquérito.
O advogado disse que a PF apreendeu na casa de Von Rondon documentos, pen-drives, notebook e celular. Segundo ele, seu cliente provará que a prisão foi injusta porque ele não cometeu nenhum crime.
Por fim, o defensor lançou dúvidas sobre a atuação do delegado que conduz o inquérito em Minas, Marinho Rezende, porque ele aparece em uma foto ao lado da ex-deputada Jô Moraes (PC do B-MG). “Não quero crer que essa seja uma investigação de cunho político”, disse Braga.
Procurada, a PF informou que a foto foi tirada numa solenidade pública de posse do superintendente da instituição em Minas, em janeiro de 2018, realizada na sede da OAB local. Segundo a PF, o delegado não tem nenhum vínculo com a ex-deputada. Na foto original, havia mais pessoas além do delegado e da ex-deputada.
Roberto Soares e Haissander de Paula também sempre negaram ter promovido esquema de candidaturas de laranjas.
Das quatro candidatas indiciadas, apenas Débora já se posicionou sobre o caso à Folha nos últimos meses, quando negou ter sido candidata laranja. As demais não se manifestaram.
Colaborou Reynaldo Turollo Jr. 

O juiz Renan Chaves Machado, da 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, determinou nesta segunda-feira (1º) a soltura do assessor especial e de dois ex-auxiliares do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Os três estavam em prisão temporária desde quinta-feira (27), quando foram detidos pela Polícia Federal em decorrência das investigações sobre as candidaturas laranjas do PSL de Minas Gerais.
As prisões temporárias têm prazo de cinco dias, prorrogáveis. Na sexta-feira (28), o juiz havia negado o pedido de soltura feito pela defesa, que argumentava que clientes já haviam prestado depoimento e todos os esclarecimentos devidos.
Estavam presos Mateus Von Rondon, assessor especial e braço direitode Álvaro Antônio, Roberto Soares e Haissander de Paula, ex-assessores e que coordenaram a campanha do político no Vale do Aço de Minas. A residência deles também foi alvo de busca e apreensão.

Bolsonaro não cogita demitir ministro do Turismo neste momento, diz porta-voz

Segundo general, presidente aguardará inquérito da PF para decidir sobre Marcelo Álvaro Antônio

A investigação sobre as candidaturas laranjas do PSL começou após revelação da Folha, que mostrou em fevereiro o direcionamento de R$ 279 mil em verbas públicas do PSL para quatro candidatas do partido em Minas que tiveram, juntas, apenas cerca de 2.000 votos —um indicativo de que não houve campanha real.
Parte do dinheiro foi parar em empresas de Von Rondon e ligadas a Roberto Soares. A suspeita é a de que as quatro candidatas tenham sido usadas para desvio de dinheiro público eleitoral. Na época, Álvaro Antônio era o comandante do PSL em Minas Gerais.
Elas foram chamadas a prestar novo depoimento nesta segunda, mas permaneceram caladas.
O presidente Bolsonaro, que é do PSL, afirmou durante viagem ao Japão que determinou ao ministro da Justiça, Sergio Moro, a investigação de candidaturas laranjas em outros partidos. O caso foi discutido pelo presidente em reunião com o ex-juiz nesta segunda.
O ministro do Turismo sempre negou participação em irregularidades. 
Segundo o ministério, Von Rondon deve voltar ao trabalho nesta terça (2). A pasta informou que os dias em que ele ficou afastado, por estar preso, não podem ser descontados de seu salário, conforme jurisprudência do STF.
O advogado de Von Rondon, João Marcos Braga, disse que a prisão de seu cliente causou estranheza porque parece ter sido decretada apenas para a polícia interrogá-lo —o que, em seu entendimento, foi vetado desde que o STF proibiu conduções coercitivas para fins de interrogatório.
“Muito se perguntou sobre o ministro [do Turismo], sobre questões políticas envolvendo o partido em Minas Gerais”, e pouco sobre os fatos em si, disse Braga. Segundo ele, Álvaro Antônio não é investigado no inquérito. 
O advogado disse que a PF apreendeu na casa de Von Rondon documentos, pen-drives, notebook e celular. Segundo ele, seu cliente provará que a prisão foi injusta porque ele não cometeu nenhum crime.
Por fim, o defensor lançou dúvidas sobre a atuação do delegado que conduz o inquérito em Minas, Marinho Rezende, porque ele aparece em uma foto ao lado da ex-deputada Jô Moraes (PC do B-MG). “Não quero crer que essa seja uma investigação de cunho político”, disse Braga. 
Procurada, a PF informou que a foto foi tirada numa solenidade pública de posse do superintendente da instituição em Minas, em janeiro de 2018, realizada na sede da OAB local. Segundo a PF, o delegado não tem nenhum vínculo com a ex-deputada. Na foto original, havia mais pessoas além do delegado e da ex-deputada. 
Roberto Soares e Haissander de Paula também negaram ter promovido esquema de candidaturas laranjas.
Colaborou Reynaldo Turollo Jr. 


1º.jul.2019 às 19h38
O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta segunda-feira (1º) que o presidente Jair Bolsonaro não pretende, pelo menos neste momento, afastar Marcelo Álvaro Antônio do comando do Ministério do Turismo.
Segundo ele, o presidente aguardará a conclusão de inquérito da Polícia Federal que investiga esquema de candidaturas de laranjas doPSL, caso revelado pela Folha, para tomar uma decisão sobre a permanência ou exoneração do ministro.
Os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) com o presidente Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 11.abr.2019/Folhapress
Na semana passada, três assessores do ministro foram presos e, nesta segunda-feira, eles foram liberados e indiciados pela Polícia Federalpor suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.
"Ele [presidente] demonstrou o reconhecimento ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo ministro. Ele aguarda as investigações da Polícia Federal para, após analisá-las, tomar as decisões que sejam necessárias, de manutenção ou não manutenção. Mas esse não é um tema que perpassa pelo presidente neste momento", disse.
Em conversa com a imprensa, o porta-voz disse ainda que Bolsonaro "não teve em nenhum momento uma suposição" de tirar o ministro do cargo. Na semana passada, o presidente havia dito, no entanto, que analisaria o caso nesta segunda e que tomaria uma providência se fosse descoberta "alguma coisa mais robusta".
O presidente se encontrará com o ministro nesta terça-feira (2), durante reunião ministerial, e deve ter uma audiência privada com ele, no Palácio do Planalto, até quinta-feira (4). Nesta segunda-feira, ele discutiu a investigação sobre as candidaturas laranja com o ministro da Justiça, Sergio Moro.
Apesar da decisão de Bolsonaro, a maior parte do núcleo militar defende que o presidente demita imediatamente o ministro, evitando que a sua permanência desgaste ainda mais a imagem do governo. 
Desde que o caso das candidaturas laranjas do PSL veio à tona, Bolsonaro tem dito que aguarda a investigação para tomar alguma medida. A repercussão do episódio resultou na saída de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência.
O então ministro, que comandou o PSL em 2018, disse na ocasião que as revelações não haviam resultado em uma crise dele com Bolsonaro, mas acabou sendo desmentido publicamente pelo vereador Carlos Bolsonaro. O presidente ficou ao lado do filho e demitiu o ministro. 
A polícia também investiga esquema de laranjas no PSL de Pernambuco, estado do presidente nacional da sigla, o deputado federal Luciano Bivar. 
Folha mostrou em fevereiro que candidatos com votações pífias receberam ao menos R$ 15 milhões em dinheiro público dos fundos partidário e eleitoral.
O porta-voz disse ainda que Bolsonaro não avalia a demissão de Onyx Lorenzoni do comando da Casa Civil, o que vinha sendo defendido por parlamentares simpáticos ao governo.
Em uma demonstração pública de apoio a ele, o presidente Onyz para acompanhar com ele a partida entre Brasil e Argentina, nesta terça-feira (2), pela Copa América.


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