"Acredito no diálogo", diz Maduro após congelar negociações com oposição. Foxconn admite que bolsistas fizeram horas extras em suas fábricas da China

"Acredito no diálogo", diz Maduro após congelar negociações com oposição

Venezuelan Presidency/AFP / HONicolás Maduro, com baixa popularidade, conta com o apoio dos militares, da Rússia, China e Cuba para seguir no poder
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse neste sábado que está "preparado para chegar a acordos" com a oposição, a poucos dias de congelar o diálogo mediado pela Noruega.
"Eu acredito no diálogo político, social, econômico, porque acredito na palavra", disse o mandatário em seu discurso durante um protesto em Caracas contra o bloqueio comercial que os Estados Unidos impôs há quase uma semana ao governo socialista.
"Em um diálogo entre partes é preciso ceder sempre", continuou. "Digo ao mundo e digo ao nosso povo, estamos preparados para dialogar, para chegar a acordos, mas com respeito à Venezuela. Se não houver respeito, haverá protesto, haverá luta".
Maduro não disse que retomaria as negociações em Barbados, que suspendeu na quarta-feira, horas antes de uma nova jornada de negociações entre sua delegação e a do líder opositor Juan Guaidó, reconhecido pelos Estados Unidos e meia centena de países como presidente encarregado da Venezuela.
O presidente venezuelano disse acreditar que "esse conflito histórico se resolve com diálogo e paz, com respeito à Constituição, com respeito ao povo". "Nós estamos acostumados a respeitar o diálogo, sabemos chegar a acordos e sabemos cumprir os acuerdos, escrupulosamente", acrescentou.
O mecanismo de diálogo, que começou em maio, busca resolver a pior crise da história recente da Venezuela.
Na sexta-feira, 2 de agosto, após o último dia de diálogo, ambas as partes mostraram seu compromisso em buscar uma "solução acordada e constitucional".
Segundo Maduro, após essa reunião, a delegação de Guaidó "se comprometeu" a ir a Washington para "exigir" a suspensão de todas as sanções contra a Venezuela.

Foxconn admite que bolsistas fizeram horas extras em suas fábricas da China

AFP/Arquivos / STRFoxconn dá trabalho a mais de um milhão de pessoas na China
A taiwanesa Foxconn, que fabrica produtos para Apple e Amazon, entre outros, admitiu nesta sexta-feira (9) que fez estudantes bolsistas trabalharem horas extras e durante a noite em suas fábricas na China.
O comunicado da Foxconn responde a uma investigação do jornal britânico The Guardian, que revelou que centenas de estudantes entre 16 e 18 foram obrigados a trabalhar horas extras para fabricar assistentes virtuais para a Amazon.
Segundo o jornal The Guardian, os adolescentes das escolas próximas à cidade de Hengyang, no sul da China, tiveram que trabalhar horas extra e durante a noite como "parte de uma tentativa polêmica e muitas vezes ilegal de alcançar as metas de produção".
Foxconn, a maior empresa terceirizada de produtos eletrônicos do mundo, disse um comunicado que havia reforçado a supervisão de seu programa de bolsas com as escolas "para nos assegurar que, sob quaisquer circunstância, os bolsistas terão permissão para trabalhar horas extras ou durante a noite".
A empresa dá trabalho a mais de um milhão de pessoas na China e é a companhia privada que mais pessoas emprega em país.
Há vários anos, a companhia tem sido criticada por casos de suicídio de seus funcionários, protestos dos trabalhadores e o uso de menores em algumas de suas fábricas.
Em 2012, Foxconn admitiu ter feito adolescentes de 14 anos trabalharem em suas fábricas na China.


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