Bolsonaro dá sinal verde à privatização da Eletrobras. Bolsonaro diz que dados "falsos" do desmatamento prejudicam sua imagem e do Brasil

Bolsonaro dá sinal verde à privatização da Eletrobras

Brazilian Presidency/AFP / Marcos CORREAO presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (c), o ministro do meio ambiente Ricardo Salles (d) e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo (e), em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro deu sinal verde, nesta quinta-feira, à privatização da Eletrobras, como parte do plano de venda de estatais para equilibrar as contas públicas.
Em um ofício enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, comunicou que Bolsonaro "autorizou que fossem aprofundados estudos para que o processo de desestatização da Eletrobras ocorra através de aumento de capital social, mediante subscrição pública de ações ordinárias da Eletrobras ou de eventual empresa resultante de processo de reestruturação".
O comunicado destaca que "o processo de desestatização deverá observar o rito legislativo para apreciação do Congresso Nacional".
O governo Bolsonaro está promovendo um ambicioso plano de privatizações e redução de gastos para sanear as contas públicas e recuperar a confiança dos investidores.
Segundo o ministério da Economia, o Brasil tem 134 empresas estatais, 88 consideradas filiais.
A Eletrobras tem 30 subsidiárias.

Bolsonaro diz que dados "falsos" do desmatamento prejudicam sua imagem e do Brasil

AFP / EVARISTO SAO presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar os dados alarmantes sobre desmatamento da Amazônia publicados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
O presidente Jair Bolsonaro voltou a questionar nesta quinta-feira os dados alarmantes sobre desmatamento da Amazônia publicados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que é um órgão do governo, e afirmou que esse tipo de informação "que não condiz com a verdade" prejudicam sua imagem e a do Brasil.
O presidente e vários ministros, entre eles o do Meio Ambiente, Ricardo Salles, rebateram numa coletiva de imprensa de mais de uma hora as leituras de imagens de satélite divulgadas nas últimas semanas pelo Inpe.
"Parece que [o desmatamento] está aumentando, mas não da forma como foi divulgado", declarou Bolsonaro.
"Uma notícia como essa que não condiz com a verdade tem um estrago muito grave na imagem do Brasil", acrescentou o presidente.
"A fama do Brasil e a minha é péssima lá fora ainda, tendo em vista os rótulos que foram colocados em mim. E esses rótulos têm que ser, aos poucos, combatidos na forma da verdade", afirmou.
Segundo o Inpe, os alertas de desmatamento emitidos por seu sistema de detecção em tempo real (Deter) aumentaram em junho em 88% em relação ao mesmo mês de 2018. Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 40%, de acordo com dados divulgados pelo Estado de São Paulo.
Salles defendeu que os índices "divulgados pela imprensa não são corretos", sem oferecer outros; criticou também a "fragilidade" do Deter e prometeu um novo sistema de detecção com imagens de alta resolução para detalhar áreas desmatadas.
Mostrando imagens de satélite, disse que pelo menos um terço do total do desmatamento em junho indicado pelo Inpe aconteceu em anos anteriores, principalmente em 2017 e 2018.
"A nossa preocupação não é trabalhar para criar número, seja número qual for. É dizer que o número, da forma como foi apresentado, e a análise que foi feita, não estavam corretos" e "só alimenta a indústria de manchetes sensacionalistas", afirmou.
- "Sem soluções concretas"
Os argumentos de Bolsonaro não convenceram as organizações ambientalistas.
"O presidente e três ministros passaram uma hora criticando a ciência e tentando maquiar a realidade. Em nenhum momento apresentaram soluções concretas para o problema real do desmatamento", denunciou Márcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace.
"Ao colocar em dúvida os dados do Instituto, o governo apenas tenta esconder a verdade", acrescentou.
No Brasil se encontra 60% da selva amazônica, considerada o "pulmão do planeta", ameaçada pelo avanço da agricultura, da pecuária e por mineradoras, entre outras atividades.
Após a divulgação dos dados de junho, Bolsonaro acusou o diretor do Inpe, Ricardo Galvão, de estar "a serviço de alguma ONG".
E nesta quinta-feira advertiu que "se [Galvão] quebrar a confiança, será destituído sumariamente".


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