Conferência sobre Venezuela começa amanhã em Lima sem aliados de Maduro
AFP / Federico PARRA(Arquivo) O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, em discuso em Caracas, em julho de 2019
Uma conferência internacional será realizada em Lima, nesta terça-feira (6), com a presença de cerca de 60 países, em busca de uma saída pacífica para a crise política na Venezuela.
Organizado pelo Grupo de Lima, o evento será marcado pela ausência de representantes do governo Nicolás Maduro, assim como do líder parlamentar de oposição, Juan Guaidó.
Estará presente uma delegação de alto nível dos Estados Unidos, formada pelo secretário americano do Comércio, Wilbur Ross, e pelo conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton.
Entre outros participantes, são esperados delegados do Vaticano, França, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Coreia do Sul, Israel, Emirados Árabes Unidos, África do Sul e 18 países latino-americanos.
Estarão ausentes China, Cuba, Rússia e Turquia, que foram convidados, especialmente, por poderem funcionar como uma ponte com o governo Maduro.
"Queremos (que estes quatro países) sejam parte da solução e não aprofundem o problema", explicou o chanceler peruano, em 4 de julho, em um encontro com correspondentes estrangeiros.
O propósito do encontro "é que, pela primeira vez, nos sentemos todos os países que, em alguma medida, têm uma relação com o que está acontecendo na Venezuela", disse o ministro peruano das Relações Exteriores, Néstor Popolizio, na ocasião.
"Não aceitamos o uso da força para a Venezuela como solução para a crise política, social e humanitária", frisou o chanceler, insistindo na posição do Grupo de Lima.
"O propósito é buscar um ponto de convergência, estabelecer um diálogo crível que aponte para a convocação de eleições na Venezuela", completou.
A conferência terá duas partes: "Será iniciada com uma reunião entre os (50) países que apoiam (o líder opositor Juan) Guaidó e depois se amplia ao restante", explicou uma fonte da chancelaria peruana nesta segunda-feira.
Entre os participantes que reconhecem ao governo de Maduro figuram México e Uruguai.
O representante de Guaidó no Grupo de Lima, Julio Borges, estará no primeiro encontro e também se reunirá com Bolton. Para a conferência não foram convidados nem delegados do líder opositor, nem de Maduro.
Para este evento, foram chamados cerca de 100 países "em nível ministerial (Relações Exteriores)", disse recentemente o chanceler Popolizio, anfitrião da reunião que acontece em um hotel em Lima.
Os convites foram feitos pelo Peru no início de julho, dando prosseguimento a uma decisão tomada pelo Grupo de Lima em uma reunião em abril no Chile. Por enquanto a delegação de mais alto nível ministerial é a dos Estados Unidos.
"Até agora, 62 delegações (59 países e três organismos internacionais) confirmaram sua participação na Conferência Internacional pela Democracia na Venezuela, que será realizada na terça", disse a Chancelaria peruana em um comunicado divulgado no fim de semana.
Os organismos internacionais que enviarão delegados são a União Europeia, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (antiga Corporação Andina de Fomento).
O Grupo de Lima foi criado em agosto de 2017 para definir uma postura comum frente à crise venezuelana. É composto de vários países latino-americanos e do Canadá.
EUA se dizem prontos para ajudar na reconstrução da Venezuela
AFP / Federico PARRA(Arquivo) O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, em discuso em Caracas, em julho de 2019
Os Estados Unidos estão prontos para ajudar a reconstruir a Venezuela, depois da "devastação" do governo de Nicolás Maduro, informou nesta segunda-feira (5) a Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), garantindo a capacidade de levar assistência humanitária assim que um eventual governo de transição for instalado.
"Os Estados Unidos estão prontos para ajudar os venezuelanos a reconstruir seu país após a devastação da crise produzida por Maduro", afirma o comunicado da agência.
O país "também está preparado para assistir a recuperação a longo prazo de setores inteiros da sociedade venezuelana, como saúde, agricultura, energia e instituições econômicas e democráticas".
A nota ainda afirma que, quando essa "transição democrática" acontecer e abrir as portas para a assistência humanitária internacional, a Usaid poderá enviar "imediatamente" comida e atenção médica.
Há duas semanas, a Assembleia Nacional (AN, Parlamento) venezuelana de maioria opositora aprovou o retorno da Venezuela a um tratado regional de defesa, chamado TIAR, que ampararia uma eventual intervenção militar.
Juan Guaidó, chefe do Parlamento e considerado presidente inteiro pela oposição e por cerca de 50 países, alertou que, embora este tratado "não seja mágico", permitirá "alianças internacionais".
As Forças Armadas venezuelanas mantêm seu apoio a Maduro, seis meses depois de Guaidó se declarar presidente, argumentando um vácuo de poder.
Guaidó e o Parlamento "expressaram a necessidade de assistência humanitária internacional imediata", escreveu a Usaid. "Em resposta, os Estados Unidos continuam prontos para apoiar organizações humanitárias independentes e imparciais para prestar assistência na Venezuela, se as condições permitirem".
A Usaid tentou entrar na ajuda humanitária por meio da Colômbia em fevereiro, mas Maduro a rejeitou acusando os Estados Unidos de esconder uma intervenção nela. O governante aceitou a Cruz Vermelha.
O comunicado da Usaid destaca a crise no setor de saúde por carência de medicamentos e profissionais, surtos epidêmicos, emergência alimentar e os extensos cortes de energia que atingem os venezuelanos.
copiado https://www.afp.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário