Óleo que vazou na costa da Nigéria foi 'amplamente dispersado', diz Shell

26/12/2011 12h57 - Atualizado em 26/12/2011 12h57

Óleo que vazou na costa da Nigéria foi 'amplamente dispersado', diz Shell

Ao menos 40 mil barris de óleo vazaram há cinco dias no litoral do país.
Empresa monitora derramamento por meio de imagens de satélites.

Do Globo Natureza, com Agência Estado
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A Shell Petroleum Production Co., filiada da Royal Dutch Shell, afirmou neste domingo (25) que o vazamento de petróleo no campo de Bonga, na costa da Nigéria, foi "amplamente disperso".
Cerca de 40 mil barris de petróleo vazaram há cinco dias durante uma operação de rotina para transferir petróleo de uma plataforma FPSO (unidade que produz, armazena e transfere óleo e gás) para um petroleiro.
De acordo com um comunicado divulgado pela companhia anglo-holandesa, foi confirmado que o vazamento "havia sido largamente disperso e que a empresa continuará a monitorar a área, incluindo o uso de satélite e a adoção de medidas apropriadas para dispersar qualquer mancha persistente de petróleo".
O documento dizia ainda que equipes trabalharam "ininterruptamente" com especialistas internacionais em vazamento de petróleo, usando uma combinação de dispersantes e barreiras flutuantes para conter o óleo vazado.
A exploração de óleo foi suspensa após o acidente, que ocorreu a 120 km da costa, no Oceano Atlântico. Autoridades do país afirmam que o vazamento de óleo é o pior desde 1998.
Histórico
A Nigéria tem um longo histórico de problemas ambientais por causa da exploração petrolífera. Em agosto, um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) afirmou que a região habitada pelo povo ogoni, no Delta do Rio Níger, foi poluído por petróleo durante 50 anos e precisará da maior limpeza de óleo já empreendida na história, a um custo de US$ 1 bilhão, e que pode demorar até 30 anos para ser executada.
A petrolífera Shell era a maior operadora em Ogoniland até ser forçada a sair pelas comunidades locais, em 1993. Seus oleodutos e outras infraestruturas, no entanto, permanecem e continuam a causar derrames e sofrer ataques de sabotagem. Na ocasião da divulgação do relatório, a Shell assumiu a responsabilidade por dois vazamentos na região ocorridos em 2008 e 2009.
O Pnuma afirmou que a água potável em algumas áreas foi contaminada tão gravemente que precisaria de ação de emergência imediata. O levantamento foi feito ao longo de um período de 14 meses, com visitas a 122 km de oleodutos e a revisão de mais de 5 mil registros médicos, envolvendo mais de 23.000 pessoas em reuniões locais.
O relatório, financiado pela própria Shell, foi o estudo científico mais detalhado já feito de qualquer área do Delta do Níger, coração da indústria de petróleo da África. O delta é a terceira maior área pantanosa do mundo, e tem grande biodiversidade em seus mangues e cursos d’água. Mas a exploração petrolífera a transformou numa das zonas de pior poluição por óleo no mundo. Já são mais de 6.800 vazamentos registrados, com até 13 milhões de barris derramados, de acordo com ambientalistas.
A Shell tem dito que os derramamentos de óleo no Delta do Níger são, em maioria, causados por roubo de petróleo e ataques de sabotagem, mas promete que limpará a área, qualquer que seja a causa.
Copiado : http://g1.globo.com/mundo/notic

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