Aviões-robôs dos EUA atacam militantes no Paquistão e Iêmen

30 de março de 2012 23h51
 
Aviões teleguiados dos Estados Unidos realizaram na sexta-feira letais ataques com mísseis contra supostos alvos da Al Qaeda no Paquistão e Iêmen, segundo fontes governamentais americanas. Não havia ligação entre os alvos nos dois países, a não ser pelo fato de ambos os grupos atacados terem uma suposta ligação com a Al Qaeda, segundo essas fontes.
Relatos de Aden (Iêmen) dão conta de que pelo menos cinco suspeitos viajando em um veículo na província de Shabwa (sul) foram mortos no incêndio causado pelo impacto do míssil. Testemunhas disseram que um segundo disparo atingiu um prédio vazio.
Em Miranshah, principal cidade da região paquistanesa do Waziristão do Norte, quatro supostos militantes morreram e três ficaram feridos no ataque, segundo militantes e autoridades locais. Uma fonte de inteligência paquistanesa disse que os mortos eram militantes do Taliban.
Os ataques aparentemente são parte de uma prolongada campanha da CIA (Agência Central de Inteligência) para matar militantes da Al Qaeda em ataques teleguiados. A CIA não comenta essas operações.
Autoridades dos EUA disseram que os novos bombardeios contradizem recentes reportagens apontando uma redução no uso desse tipo de missão. Uma dessas reportagens - desmentida por autoridades americanas - relatava meses atrás que Washington ofereceu a suspensão dos ataques teleguiados como forma de melhorar suas relações com o Paquistão.
"Os Estados Unidos estão conduzindo e vão continuar a conduzir as operações de contraterrorismo que forem necessárias para proteger os EUA e seus interesses", disse uma autoridade americana. Essa fonte acrescentou que Washington e Islamabad mantêm "um diálogo sobre a melhor forma de os dois países reforçarem sua cooperação contra a Al Qaeda e outros grupos terroristas que ameaçam os cidadãos e os interesses de ambos os países".
Mas os funcionários americanos admitem que a frequência de bombardeios teleguiados no Paquistão diminuiu no último ano. Durante um período de dois meses a partir de 2011, os ataques de fato cessaram, em parte para atenuar a insatisfação paquistanesa com um incidente no qual forças dos EUA mataram acidentalmente 24 militares paquistaneses numa remota região da fronteira afegão-paquistanesa.
Os ataques teleguiados no Waziristão do Norte, suposto refúgio de militantes da Al Qaeda e Taliban, recomeçaram em janeiro, mas ainda com frequência menor que no período anterior.
No final do governo de George W. Bush, as exigências para os ataques foram abrandadas, e essas regras foram mantidas após o início do governo de Barack Obama, em 2009. Mas uma fonte oficial disse que nos últimos meses a política foi novamente revista para exigir mais rigor na autorização para os bombardeios.
Reuters
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