Não podemos perder cientistas por falta de condições de trabalho apropriadas nas empresas. Nos tempos atuais não podemos fugir, cada vez mais, da qualidade da ciência que o governo financia, selecionada com todo o rigor por comitês científicos inquestionáveis. Em tempos de crises, nosso país deve investir, sem dúvida, na formação de recursos humanos competentes e numa ciência sem fronteira realizada por nossos cientistas. Não podemos desperdiçar nossos novos pesquisadores, formados com tantos sacrifícios pela comunidade científica, sem recursos financeiros para realizarem o que sabem fazer: trabalhar na bancada do laboratório. Quaisquer áreas científicas, incluídas as ciências sociais e as humanidades, podem desenvolver projetos com estes perfis, nas universidades e institutos de pesquisas.O objetivo no final é a captação de novos talentos para reforçar a importância da pesquisa para a sociedade e a economia, mas rechaçando a busca imediata da aplicação da ciência. Esta virá no devido tempo.
Não devemos confundir a demanda dos políticos por inovações que geram produtos rapidamente e o interesse maior dos cientistas pela pesquisa de excelência conduzida na fronteira da criatividade e curiosidade. Um número considerável de cientistas brasileiros possuem projetos financiados pela Capes, CNPq, Finep e Agências de Amparo a Pesquisa Estaduais. Mas este número, pensando no futuro do país, ainda é insuficiente. Temos que aumentá-lo. Podemos crescer mais. Vamos apostar nos pesquisadores que estão chegando. Acreditando neles, desenvolveremos a qualidade científica e tecnológica alcançando com maior velocidade o sistema empresarial nacional e internacional. Eloi S. Garcia, ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz, é pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, além de membro da Academia Brasileira de Ciências
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