03/29 | 20:17 GMT
©AFP/Arquivo / Jose Luis Valera
"Vamos avaliar se há um consenso majoritário na sociedade venezuelana de priorizar a retirada das armas à frente da criminalização para que se possa propor ao presidente da República (...) uma anistia, como optaram no Brasil", disse o secretário técnico da Comissão, Pablo Eugenio Fernández.
O objetivo seria incentivar a confiança entre os portadores de armas ilegais ou seus familiares para gerar entregas massivas.
"No Brasil, a entrega é anônima" e a arma "é inutilizada diante da pessoa que a entregou", o que permitiu desde 2004 retirar das ruas mais de meio milhão, ressaltou a imprensa Fernández.
Esse secretário da Comissão indicou que uma primeira consulta realizada com cerca de 600 pessoas revelou que 70% dos venezuelanos são partidários de um plano de desarmamento voluntário que siga o mesmo procedimento.
Ele não indicou, no entanto, se o governo também pretende recompensar a entrega das armas, como é o caso no Brasil.
A Comissão Presidencial para o Desarmamento, criada em 2011, indicou nesta quinta-feira que não se sabe "quantas armas ilegais existem" na Venezuela, que tem uma população de 27 milhões de pessoas. A última estimativa oficial de 2009 situou entre 9 e 15 milhões o número de armas legais e ilegais.
Até agora, a Comissão anunciou principalmente a proibição do comércio de armas de fogo por um ano a partir de junho próximo e iniciou um processo de registro de armas legais.
Paralelamente, a Comissão apresentou uma pesquisa indicando que a principal causa de homicídios na maioria dos estados venezuelanos é o ajuste de contas, principalmente entre jovens de até 25 anos.
As armas são usadas pelos jovens para ajustes de contas em 30% dos casos, contra 27% para roubos.
Segundo a ONU, a Venezuela é o país com a maior taxa de homicídios da América do Sul. O governo informou que não conseguiu reduzir as 14.000 mortes de 2010 no ano passado, enquanto a ONG Observatório Venezuelano de Violência calculou 19.000 em 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário