Reunião | 28/03/2012 12:30
Com exceção da China, a soma da participação de Índia, Rússia e África do Sul nas importações ou exportações do Brasil é inferior a 5%
Dilma Rousseff durante a reunião dos BRICs: a China é o principal destino das exportações brasileiras no mundo, e a segunda principal origem das nossas importações
São Paulo - Hoje a presidente Dilma começou a cumprir sua agenda no encontro dos BRICs. Além das discussões sobre a crise europeia e a eleição do próximo presidente do Banco Mundial, um dos objetivos da reunião é intensificar as relações comerciais entre os países do grupo. O comércio do Brasil com os outros BRICs passou de 7,64 bilhões de dólares em 2002 para 96,13 bilhões de dólares em 2011. Mesmo assim, com exceção da China, as trocas entre os membros do grupo ainda são tímidas.
O foco inicial dos BRICs foi e continua sendo um melhor posicionamento global, principalmente junto aos fóruns multilaterais, segundo Leonardo Ananda Gomes, diretor vice-presidente da Câmara de Comércio Índia Brasil. “Em relação às trocas comercias entre os países dos BRICs estamos apenas ‘engatinhando’”, afirmou.
Na balança comercial brasileira, o país dos BRICs com maior participação é a China, que é o principal destino das exportações brasileiras no mundo, especialmente do minério de ferro – e a segunda principal origem das nossas importações.
Cada um no seu quadrado - a China em todos
A China comprou 17,3% dos 53,4 bilhões de reais que o Brasil exportou em 2011. Enquanto isso, a participação somada de Rússia, Índia e África do Sul nas exportações brasileiras foi de apenas 3,6% em 2011. Nas importações, a participação da China foi de 14,5% em um bolo de 42,7 bilhões de reais. A participação da Índia foi de 2,7%, a Rússia registrou 1,3% e a África do Sul, 0,4%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Para Rakesh Vaidyanathan, executivo da Jai Group, as relações comerciais entre os países são importantes, mas o crescimento da China acaba ofuscando as outras nações. De fato, ao observar as relações comerciais de cada país dos BRICs, na maior parte das vezes apenas a China aparece entre os 10 principais destinos ou origens de produtos.
A China é o sexto principal destino de exportações russas, com 5,1% do total – os outros países dos BRICs nem aparecem entre os dez primeiros. Ela também é o país de quem a Rússia mais importa: 15,7% do total de importações russas vem da China. As relações do país com o Brasil não são muito extensas. Em 2010, as exportações do Brasil para a Rússia representaram 1,7% do total de importações do país, em valor. O produto líder foi o açúcar de cana. Já as importações do Brasil representaram 0,5% do valor total de exportações realizadas pela Rússia, o carro chefe foram os adubos e fertilizantes
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Na balança comercial brasileira, o país dos BRICs com maior participação é a China, que é o principal destino das exportações brasileiras no mundo, especialmente do minério de ferro – e a segunda principal origem das nossas importações.
Cada um no seu quadrado - a China em todos
A China comprou 17,3% dos 53,4 bilhões de reais que o Brasil exportou em 2011. Enquanto isso, a participação somada de Rússia, Índia e África do Sul nas exportações brasileiras foi de apenas 3,6% em 2011. Nas importações, a participação da China foi de 14,5% em um bolo de 42,7 bilhões de reais. A participação da Índia foi de 2,7%, a Rússia registrou 1,3% e a África do Sul, 0,4%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Para Rakesh Vaidyanathan, executivo da Jai Group, as relações comerciais entre os países são importantes, mas o crescimento da China acaba ofuscando as outras nações. De fato, ao observar as relações comerciais de cada país dos BRICs, na maior parte das vezes apenas a China aparece entre os 10 principais destinos ou origens de produtos.
A China é o sexto principal destino de exportações russas, com 5,1% do total – os outros países dos BRICs nem aparecem entre os dez primeiros. Ela também é o país de quem a Rússia mais importa: 15,7% do total de importações russas vem da China. As relações do país com o Brasil não são muito extensas. Em 2010, as exportações do Brasil para a Rússia representaram 1,7% do total de importações do país, em valor. O produto líder foi o açúcar de cana. Já as importações do Brasil representaram 0,5% do valor total de exportações realizadas pela Rússia, o carro chefe foram os adubos e fertilizantes
Entre os 10 principais destinos de exportações da Índia em 2010, o único dos BRICs era a China, na terceira posição. Nas origens de importações, lidera a china, com participação de 12,3% no total. No comércio entre Brasil e Índia predominam as trocas de óleos brutos de petróleo e óleos combustíveis. No caso, o Brasil vende os óleos brutos para depois comprar os óleos combustíveis. As exportações do Brasil para o país representam 1,1% das importações da índia. As importações do Brasil proveniente da Índia representam 2% das exportações totais daquele país.
“A premissa não é esperar que exista um comércio extraordinário entre os BRICs”, afirmou Antônio Jorge Ramalho, professor do departamento de Relações Internacionais da UnB. E é isso que se observa entre os países do grupo, com exceção da China. A África do Sul, por exemplo, foi apenas o 38° mercado mais significativo para as importações brasileiras realizadas em 2011. A participação brasileira no total de exportações do país foi de 0,9%, tendo como carro-chefe a hulha. É uma presença muito tímida. O Brasil vendeu 1,4% de tudo que a África do Sul importou em 2010, sendo a carne de frango o principal produto exportado. O principal país para as exportações e importações da África do Sul no mundo é a China, claro.
Enquanto a China tem uma participação muito relevante no comércio dos outros BRICs, eles não tem o mesmo peso para ela enquanto destino de exportações – em que a participação somada dos BRICs mais relevantes, Índia e Rússia, chega a 4,7%, bem atrás dos líderes, Estados Unidos (17,1%) e Hong Kong (14,1%). Entre os 10 países mais representativos nas importações da China, o BRICs melhor posicionado, depois da própria China, é o Brasil, na 9ª posição, com uma participação de 3%.
Benefícios
“O comércio é um beneficio lateral, a real importância do grupo tem a ver com o fortalecimento”, afirmou Ramalho. Se as trocas comerciais ainda são tímidas, com o grupo, o Brasil ganha força para negociações pois projeta-se como um país capaz de fazer articulações, além de ter acesso a outros governos e, com isso, poder se preparar para as divergências e potencializar o que é convergente, segundo Ramalho. “O agrupamento favorece os países a se aliarem embora não necessariamente se alinhem”, disse. A ideia é defender as ideias comuns e não brigar perante os países de fora do grupo por causa dos pontos de discordância.
“Até o último século, Brasil, Índia e China estavam tentando ser a melhor flor no jardim dos países ricos, hoje está na hora de sermos jardineiros”, afirmou Vaidyanathan. O surgimento dos BRICs, após um relatório do Goldman Sachs, em 2001, auxiliou a ampliar o diálogo entre os países integrantes e a coordenar suas posições políticas e, consequentemente, acabou abrindo espaço para o comércio, segundo o executivo.
“Existe um grande esforço na intensificação da relações comerciais entre os países dos BRICs. Por isso organizamos uma forte delegação empresarial brasileira (para esse encontro)”, afirmou diretor vice-presidente da Câmara de Comércio Índia Brasil. A comitiva brasileira no evento inclui cerca de 80 empresários brasileiros. Integram a delegação, empresas como ArcelorMittal, Vale, Andrade Gutierrez, Embraer e Petrobras. COPIADO : http://exame.abril.com.br/
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Benefícios
“O comércio é um beneficio lateral, a real importância do grupo tem a ver com o fortalecimento”, afirmou Ramalho. Se as trocas comerciais ainda são tímidas, com o grupo, o Brasil ganha força para negociações pois projeta-se como um país capaz de fazer articulações, além de ter acesso a outros governos e, com isso, poder se preparar para as divergências e potencializar o que é convergente, segundo Ramalho. “O agrupamento favorece os países a se aliarem embora não necessariamente se alinhem”, disse. A ideia é defender as ideias comuns e não brigar perante os países de fora do grupo por causa dos pontos de discordância.
“Até o último século, Brasil, Índia e China estavam tentando ser a melhor flor no jardim dos países ricos, hoje está na hora de sermos jardineiros”, afirmou Vaidyanathan. O surgimento dos BRICs, após um relatório do Goldman Sachs, em 2001, auxiliou a ampliar o diálogo entre os países integrantes e a coordenar suas posições políticas e, consequentemente, acabou abrindo espaço para o comércio, segundo o executivo.
“Existe um grande esforço na intensificação da relações comerciais entre os países dos BRICs. Por isso organizamos uma forte delegação empresarial brasileira (para esse encontro)”, afirmou diretor vice-presidente da Câmara de Comércio Índia Brasil. A comitiva brasileira no evento inclui cerca de 80 empresários brasileiros. Integram a delegação, empresas como ArcelorMittal, Vale, Andrade Gutierrez, Embraer e Petrobras. COPIADO : http://exame.abril.com.br/
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