01/09/2012
às 9:00 \ Palavra da semana
Os condenados e os danos
O condenado é parente do danado, aquele a quem se infligiu um dano punitivo, todos descendentes do verbo latino damnare, “condenar judicialmente, censurar, rejeitar, desprezar”. Com o acréscimo da partícula con (por cum),
que nesse caso tem papel intensificador, o danado virou condenado e a
danação, condenação, como forma de indenizar (outro termo da família,
este com o sentido de desfazer o dano) a sociedade que teve seu
equilíbrio danificado pelo danado – ainda que fosse apenas uma
compensação moral.
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É curiosa a coincidência de sentido entre o verbo danificar, outro parente do condenado, e o latim corrumpere, matriz do nosso corromper, de onde brotam a corrupção e os corruptos. Mais uma vez a intensificação de cum (nesse caso sob a forma cor) comparece, agora para reforçar a ideia contida em rumpere (romper), que é a de quebrar, despedaçar, dilacerar. Corrumpere era em primeiro lugar “destruir, estragar, arruinar, deitar a perder” (Saraiva). Ou seja, um sinônimo de danificar. A princípio literalmente, mas logo também no sentido figurado.
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Há um ano, falando aqui na coluna, a propósito da absolvição da deputada Jaqueline Roriz, dessa última família de vocábulos, encerrei assim o artigo “A corrupção nasceu no desvio, mas aderiu ao sistema”:
COPIADO : http://veja.abril.com.br
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É curiosa a coincidência de sentido entre o verbo danificar, outro parente do condenado, e o latim corrumpere, matriz do nosso corromper, de onde brotam a corrupção e os corruptos. Mais uma vez a intensificação de cum (nesse caso sob a forma cor) comparece, agora para reforçar a ideia contida em rumpere (romper), que é a de quebrar, despedaçar, dilacerar. Corrumpere era em primeiro lugar “destruir, estragar, arruinar, deitar a perder” (Saraiva). Ou seja, um sinônimo de danificar. A princípio literalmente, mas logo também no sentido figurado.
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Há um ano, falando aqui na coluna, a propósito da absolvição da deputada Jaqueline Roriz, dessa última família de vocábulos, encerrei assim o artigo “A corrupção nasceu no desvio, mas aderiu ao sistema”:
No reino da matéria orgânica, o destino do que é podre é ser jogado fora para não contaminar o que é sadio, ponto final. Se não é esse o destino do corrupto, fica comprovado que alguma outra coisa – não apenas ele – não cheira bem.Algo parece estar mudando.
COPIADO : http://veja.abril.com.br
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