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Manifestantes entram em confronto com a polícia em Kiev Europa

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Corpos de manifestantes mortos durante confrontos em Kiev, na Ucrânia Protestos na Ucrânia Vídeos mostram ucranianos protestos na Ucrânia
  • Violência
    Número de mortos chega a 75 com UE negocia acordo na Ucrânia

    Número de mortos chega a 75 com UE negocia acordo na Ucrânia

    Três horas de violentos confrontos na Praça da Independência resultaram em corpos de mais de 20 civis estendidos pelo chão

    Richard Balmforth e Alessandra Prentice, da
    Konstantin Chernichkin/Reuters
    O Parlamento ucraniâno visto atrás de barricadas durante confrontos em Kiev
    O Parlamento ucraniâno visto atrás de barricadas durante confrontos em Kiev, da Ucrânia
    Kiev - Ministros da União Europeia procuraram mediar um acordo político na Ucrânia depois que conflitos armados entre a polícia e manifestantes antigovernamentais elevaram a cifra de mortos para 75 nos dois dias da pior violência no país desde os tempos soviéticos.
    Três horas de violentos confrontos na Praça da Independência, em Kiev, que foi retomada pelos manifestantes, resultaram em corpos de mais de 20 civis estendidos pelo chão, a pouca distância de onde o presidente do país, Viktor Yanukovich, se reunia com uma delegação europeia.
    Os ministros de Relações Exteriores de Alemanha, França e Polônia embarcaram em uma "noite de negociações difíceis" com Yanukovich e a oposição, disseram autoridades da UE que esperam que um plano de formação de um governo interino e a antecipação de eleições possam trazer paz ao país.
    O chanceler francês, Laurent Fabius, disse que ainda não havia um acordo sobre um cronograma para encerrar a crise, iniciada em novembro depois que Yanukovich abandonou os planos de um acordo comercial com a UE, preferindo estreitar relações com a Rússia.
    "Não há acordo até agora, o diálogo está muito difícil e estamos trabalhando para chegar a uma solução pacífica", disse Fabius a repórteres.
    Os três chanceleres, que prolongaram sua estada em Kiev até sexta-feira, vêm negociando com o governo e a oposição desde a manhã desta quinta-feira.
    "Temos que avaliar todos os caminhos para ver como podemos instalar um novo governo, pensar sobre as eleições e ver como podemos acabar com a violência, mas, neste momento, não há solução", declarou Fabius.
    No início da manhã foram registradas imagens de policiais atirando do topo de edifícios contra manifestantes na praça central, conhecida como Maidan. Manifestantes lançaram coquetéis molotov e pedras do calçamento para encurralar as forças de segurança em um canto da praça que a polícia havia retomado nas batalhas iniciadas dois dias antes.
    O Ministério da Saúde disse que 75 pessoas tinham sido mortas desde terça-feira à tarde, o que significa que pelo menos 47 morreram nos confrontos desta quinta-feira. Essa cifra foi de longe a pior em episódios de violência desde que a Ucrânia se tornou independente depois da derrocada da União Soviética, há 22 anos.
    O trio de ministros estrangeiros se reuniu com Yanukovich e a oposição depois que colegas da UE em Bruxelas impuseram sanções contra alvos específicos na Ucrânia e ameaçaram aplicar outras se as autoridades não restabelecerem a calma no país.
    Vitaly Klitschko, um dos líderes da oposição, disse esperar um acordo à noite, mas acrescentou que ainda não havia nenhum resultado claro.
    Em outro esforço diplomático, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou com a chanceler alemã, Angela Merkel, que, por sua vez, discutiu a questão ucraniana com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
    Putin "enfatizou a enorme importância do fim imediato do derramamento de sangue, a necessidade de medidas urgentes para estabilizar a situação e a supressão dos ataques extremistas e terroristas", afirmou o Kremlin, compartilhando a posição de Yanukovich de que está enfrentando uma tentativa de golpe de Estado.
    A Casa Branca afirmou que Obama e Merkel concordaram em que é "decisivo" que os EUA e líderes da UE "permaneçam em estreito contato nos próximos dias sobre os passos que adotaremos para endossar o fim da violência e uma solução política que seja do melhor interesse do povo ucraniano".
    No começo do mês, ligações telefônicas grampeadas e depois divulgadas expuseram os desentendimentos dos EUA e a UE sobre a Ucrânia.
    O plano do bloco europeu "oferece uma chance de pôr fim à violência", disse o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, em Varsóvia, acrescentando que Yanukovich estava disposto a realizar rápidas eleições para o Parlamento e a Presidência - neste último caso, até o momento Yanukovich parece relutante em aceitar a eleição, um ano antes do término de seu mandato.
    Colegas Mortos

    Em Kiev, após o anoitecer os manifestantes na Praça da Independência fizeram uma vigília pelos colegas mortos, iluminada pelas telas de celulares apontados para o alto. Equipes de socorro carregavam corpos em macas através de fileiras de manifestantes que gritavam "heróis, heróis" para os mortos.
    Embora os militantes armados posicionados nas barricadas tendam a formar parte da extrema direita, a oposição conta com amplo apoio. Mas muitos ucranianos também temem que a violência fuja do controle.
    "Isto é irmão lutando contra irmão", disse Iryna, uma mulher que andava até a Praça da Independência para doar seringas para transfusão de sangue nos feridos. "Temos de entender que somos todos um povo só." Moradores de Kiev esvaziaram os caixas eletrônicos e estocaram mantimentos, e a maioria ficou fora das ruas.
    Em um sinal da perda de apoio por parte de Yanukovich, o prefeito da cidade de Kiev, escolhido pessoalmente por ele, deixou o partido governista em protesto contra o derramamento de sangue.
    Num indício de que Yanukovich está perdendo apoio no Parlamento, o Legislativo adotou na noite desta quinta-feira uma resolução pedindo às autoridades que parem com o tiroteio, retirem a polícia do centro de Kiev e ponham fim à ação contra os manifestantes. Mas os principais aliados dele ainda mantêm o discurso duro.
    O ministro do Interior, Vitaly Zakharchenko, usando uniforme militar ao fazer um comunicado na TV, disse que a polícia recebeu armas de combate e as usará "em conformidade com a lei" para se defender - ou libertar 67 de seus colegas que, segundo o ministério, estavam sendo mantidos em cativeiro.
    Manifestantes disseram que os policiais capturados haviam sido soltos.
    copiado  http://exame.abril.com.br/

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