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ViolênciaNúmero de mortos chega a 75 com UE negocia acordo na Ucrânia
Número de mortos chega a 75 com UE negocia acordo na Ucrânia
Três horas de violentos confrontos na Praça da Independência resultaram em corpos de mais de 20 civis estendidos pelo chão
O Parlamento ucraniâno visto atrás de barricadas durante confrontos em Kiev, da UcrâniaKiev - Ministros da União Europeia procuraram mediar um acordo político na Ucrânia depois que conflitos armados entre a polícia e manifestantes antigovernamentais elevaram a cifra de mortos para 75 nos dois dias da pior violência no país desde os tempos soviéticos.
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Os ministros de Relações Exteriores de Alemanha, França e Polônia embarcaram em uma "noite de negociações difíceis" com Yanukovich e a oposição, disseram autoridades da UE que esperam que um plano de formação de um governo interino e a antecipação de eleições possam trazer paz ao país.
O chanceler francês, Laurent Fabius, disse que ainda não havia um acordo sobre um cronograma para encerrar a crise, iniciada em novembro depois que Yanukovich abandonou os planos de um acordo comercial com a UE, preferindo estreitar relações com a Rússia.
"Não há acordo até agora, o diálogo está muito difícil e estamos trabalhando para chegar a uma solução pacífica", disse Fabius a repórteres.
Os três chanceleres, que prolongaram sua estada em Kiev até sexta-feira, vêm negociando com o governo e a oposição desde a manhã desta quinta-feira.
"Temos que avaliar todos os caminhos para ver como podemos instalar um novo governo, pensar sobre as eleições e ver como podemos acabar com a violência, mas, neste momento, não há solução", declarou Fabius.
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O Ministério da Saúde disse que 75 pessoas tinham sido mortas desde terça-feira à tarde, o que significa que pelo menos 47 morreram nos confrontos desta quinta-feira. Essa cifra foi de longe a pior em episódios de violência desde que a Ucrânia se tornou independente depois da derrocada da União Soviética, há 22 anos.
O trio de ministros estrangeiros se reuniu com Yanukovich e a oposição depois que colegas da UE em Bruxelas impuseram sanções contra alvos específicos na Ucrânia e ameaçaram aplicar outras se as autoridades não restabelecerem a calma no país.
Vitaly Klitschko, um dos líderes da oposição, disse esperar um acordo à noite, mas acrescentou que ainda não havia nenhum resultado claro.
Em outro esforço diplomático, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou com a chanceler alemã, Angela Merkel, que, por sua vez, discutiu a questão ucraniana com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Putin "enfatizou a enorme importância do fim imediato do derramamento de sangue, a necessidade de medidas urgentes para estabilizar a situação e a supressão dos ataques extremistas e terroristas", afirmou o Kremlin, compartilhando a posição de Yanukovich de que está enfrentando uma tentativa de golpe de Estado.
A Casa Branca afirmou que Obama e Merkel concordaram em que é "decisivo" que os EUA e líderes da UE "permaneçam em estreito contato nos próximos dias sobre os passos que adotaremos para endossar o fim da violência e uma solução política que seja do melhor interesse do povo ucraniano".
No começo do mês, ligações telefônicas grampeadas e depois divulgadas expuseram os desentendimentos dos EUA e a UE sobre a Ucrânia.
O plano do bloco europeu "oferece uma chance de pôr fim à violência", disse o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, em Varsóvia, acrescentando que Yanukovich estava disposto a realizar rápidas eleições para o Parlamento e a Presidência - neste último caso, até o momento Yanukovich parece relutante em aceitar a eleição, um ano antes do término de seu mandato.
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Em Kiev, após o anoitecer os manifestantes na Praça da Independência fizeram uma vigília pelos colegas mortos, iluminada pelas telas de celulares apontados para o alto. Equipes de socorro carregavam corpos em macas através de fileiras de manifestantes que gritavam "heróis, heróis" para os mortos.
Embora os militantes armados posicionados nas barricadas tendam a formar parte da extrema direita, a oposição conta com amplo apoio. Mas muitos ucranianos também temem que a violência fuja do controle.
"Isto é irmão lutando contra irmão", disse Iryna, uma mulher que andava até a Praça da Independência para doar seringas para transfusão de sangue nos feridos. "Temos de entender que somos todos um povo só." Moradores de Kiev esvaziaram os caixas eletrônicos e estocaram mantimentos, e a maioria ficou fora das ruas.
Em um sinal da perda de apoio por parte de Yanukovich, o prefeito da cidade de Kiev, escolhido pessoalmente por ele, deixou o partido governista em protesto contra o derramamento de sangue.
Num indício de que Yanukovich está perdendo apoio no Parlamento, o Legislativo adotou na noite desta quinta-feira uma resolução pedindo às autoridades que parem com o tiroteio, retirem a polícia do centro de Kiev e ponham fim à ação contra os manifestantes. Mas os principais aliados dele ainda mantêm o discurso duro.
O ministro do Interior, Vitaly Zakharchenko, usando uniforme militar ao fazer um comunicado na TV, disse que a polícia recebeu armas de combate e as usará "em conformidade com a lei" para se defender - ou libertar 67 de seus colegas que, segundo o ministério, estavam sendo mantidos em cativeiro.
Manifestantes disseram que os policiais capturados haviam sido soltos.
copiado http://exame.abril.com.br/
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