"A Venezuela não está a pedir
nem aceita mediação alguma, nem de personalidades, nem de organismo
multilateral algum, porque na Venezuela existem instituições
democráticas e há uma vontade da maioria do povo para resolver esta
situação em paz e em democracia", disse, Elías Jaua.
Durante uma
conferência de imprensa do Partido Socialista Unido da Venezuela, Elías
Jaua afirmou que "o Presidente (Nicolás Maduro) tem sido firme e o
partido acompanha essa decisão", vincando que a única instância a que a
Venezuela consideraria, se necessário, seria a União de Nações da
América do Sul (Unasul devido "à agressão fascista a que está sendo
submetida".
Na semana passada, o secretário-geral da OEA, José
Miguel Insulza, disse estar preocupado com a possibilidade de que os
protestos em Caracas ocasionem novos episódios de violência e apelou ao
"Governo para evitar o uso da força" e à oposição para manifestar-se
"pacificamente, evitando preocupações".
"Se já não há confiança em
ninguém, em nenhuma instituição ou pessoas" disse, "talvez atores
externos provenientes da nossa própria América sejam uma alternativa
possível".
As manifestações na Venezuela ocasionaram 13 pessoas
falecidas, seis delas em Caracas e dezenas de feridos e mais de 500
detidos.
Segundo
o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa, pelo menos 62
jornalistas foram vítimas de repressão de parte de organismos de
segurança do Estado, de civis venezuelanos, de civis armados e de
manifestantes.
Maduro atribuiu entretanto às barricadas montadas
pelos seus opositores a morte de 30 pessoas, por "ataques de coração e
de asma", que se somam às 13 mortes quantificadas pela
Procuradoria-Geral no âmbito dos protestos.
"Já contabilizámos 30
compatriotas que faleceram por não terem sido socorridos a tempo",
disse, durante um discurso, transmitido pela cadeia pública de rádio e
televisão, a um grupo de motociclistas que foi ao palácio presidencial
manifestar-lhe apoio.
Dos EUA, chegaram apelos para o Presidente
venezuelano dialogue com os seus opositores e a população venezuelana e
acabe com as "acusações falsas" aos norte-americanos.
O porta-voz
da Presidência norte-americana, Jay Carney, disse que Maduro "pede um
diálogo" com o seu homólogo dos EUA, Barack Obama, "e a troca de
embaixadores", mas deveria "centrar-se no diálogo com o povo
venezuelano".
Durante
o dia de segunda-feira, Maduro anunciou ainda a detenção de um homem,
alegadamente proveniente do Médio Oriente, que classificou como
"mercenário" e a quem acusou de preparar atentados com carros
armadilhados.
O indivíduo foi detido quando num bairro de classe
média-alta, em Maracay, cem quilómetros da oeste de Caracas, "a preparar
carros armadilhados para encher o país de violência", adiantou o
dirigente venezuelano.
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