29/03/2014 - 01:20
Exclusivo AFP - Olarticoechea e o Mundial do Brasil: "Os craques agora também se sacrificam"
AFP / MEREDITH DAVENPORT
Julio Jorge Olarticoechea, o multifuncional campeão
mundial com a Argentina no México-1986, é visto em foto de 26 de
fevereiro de 1999
Aos 55 anos de idade, Olarticoechea, vice-campeão no Mundial da Itália-1990, afirmou que "a maioria das equipes jogam com sistemas parecidos, menos Espanha e Argentina", em entrevista exclusiva à AFP.
O lateral e volante, ex-companheiro de Diego Maradona, jogou no Boca Juniors, River Plate, Racing e Nantes da França e agora integra a comissão técnica das categorias de base da seleção argentina.
- O que falta à seleção argentina para consolidar a condição natural de favorita ao título da Copa do Mundo?
"A Argentina vai chegar bem à Copa. É preciso tomar cuidado para que não aconteça uma lesão que complique. Em campo, eu vejo que tem boas chances. Alejandro Sabella é um técnico inteligente que sabe lidar com o grupo. Sabemos do potencial que existe do meio para cima, onde temos o melhor jogador do mundo em Leo Messi. Sabella terá que trabalhar, e com certeza o fará, para encontrar o equilíbrio entre ataque e defesa".
- Qual o ponto fraco da Argentina?
"Uma equipe que joga com quatro atacantes precisa encontrar um equilíbrio para não se complicar, principalmente num Mundial. Não pode haver descuido. A primeira partida é muito importante (com a Bósnia) e a Argentina tem a responsabilidade de começar vencendo. É uma pressão. Os adversários (completam o grupo Irã e Nigéria) não são potencias mas vão jogar cada partida como se fosse uma final.
- Quando você era jogador, você teve experiências ruins com estreias na Copa do Mundo, com derrotas frente à Bélgica por (1-0) no Mundial da Espanha-82 e para Camarões (1-0) na Itália-1990.
Sim, sim. Isso aconteceu na Espanha-82, mas a Bélgica tinha uma boa equipe. A Argentina, porém, era formada por campeões do mundo de 1978, e nós, os mais jovens, já tínhamos vencido o Mundial juvenil no Japão-1979. E claro que tínhamos Diego Maradona no auge".
- Quais são as seleções favoritas para a Copa do Mundo?
"Normalmente são os mesmos de sempre. Pode haver uma surpresa, mas já se prevê que os mais fortes, como Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha são favoritos. Outra equipe pode chegar às semifinais. A Itália não está muito bem, mas sempre aparece. No fim estarão, na minha opinião, três das quatro equipes que citei".
- Que tipo de jogo você espera deste Mundial, que tendência tática? Você acredita que o fato da sede ser o Brasil influenciará para que seja jogado um futebol melhor que na África do Sul-2010 e mudará a tendência conservadora que reina hoje?
"Acredito que o fato de ser no Brasil não vai mudar nada. Acredito que há uma imitação das seleções que estão fazendo coisas boas porque seus grandes jogadores, os craques, estão se sacrificando na hora de recuperar a bola na hora de se posicionar. Há equipes atualmente que ficam só no 4-4-2, mas existem outras, como o Real Madrid, que são ofensivas, e outras que ficam lá atrás e tentam contra-atacar. A maioria das equipes do mundo joga com sistemas parecidos, salvo Espanha e Barcelona, ou a Argentina, que tentam sair jogando lá de trás. Hoje, nem o Brasil joga desta maneira e mudou sua tática".
Copiado http://www.afp.com/pt/
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