Paquistão Ex-presidente Musharraf acusado de "alta traição"


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Apoiantes do Presidente do Paquistão, Pervez Musharraf

Ex-presidente Musharraf acusado de "alta traição"


O antigo Presidente do Paquistão Pervez Musharraf foi hoje formalmente acusado de "alta traição" por um tribunal especial de Islamabad.


por Lusa, texto publicado por Paula Mourato
Apoiantes do Presidente do Paquistão, Pervez Musharraf
Apoiantes do Presidente do Paquistão, Pervez Musharraf Fotografia © Reuters
O antigo Presidente do Paquistão Pervez Musharraf foi hoje formalmente acusado de "alta traição" por um tribunal especial de Islamabad.
Musharraf, de 70 anos, foi formalmente acusado de traição, num processo relacionado com a imposição do estado de emergência em 2007, quando suspendeu a Constituição e o Parlamento e afastou os juízes do Supremo que declararam as suas medidas inconstitucionais e ilegais.
A leitura da acusação foi proferida pela juíza Tahira Safdar durante uma audiência naquele tribunal especial, situado na capital paquistanesa, Islamabad, a qual foi adiada por diversas vezes, nomeadamente por razões de segurança.
O ex-presidente paquistanês, que compareceu pela segunda vez diante do tribunal sob a ameaça de ser preso no caso de faltar, declarou-se 'não culpado' e pediu autorização para visitar a sua mãe, que se encontra doente no estrangeiro, de acordo com o jornal Express Tribune.
O painel, composto por três magistrados, decidirá ao longo do dia se permite que Musharraf visite a sua mãe nos Emirados Árabes Unidos, onde se encontra hospitalizada.
A comparência do antigo ditador teve lugar sob fortes medidas de segurança, com 2.700 polícias, militares e paramilitares mobilizados para a capital, o que causou constrangimentos no trânsito, fazendo com que os juízes chegassem atrasados ao tribunal.

Musharraf é alvo de quatro grandes processos relativos ao período em que esteve no poder. Num deles é acusado de ter ordenado o assassínio da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, em 2007.
Depois de ser destituído, em 2008, o general exilou-se no Reino Unido, regressando ao Paquistão em março do ano passado para se candidatar às eleições gerais de maio seguinte, mas foi acusado e colocado sob prisão domiciliária e impedido de se candidatar.
Em novembro último, Musharraf obteve a liberdade condicional no único processo que ainda determinava a sua detenção, relativo ao ataque contra islamitas refugiados na Mesquita Vermelha de Islamabad, em 2007, que fez mais de 80 mortos.
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