Crítico do Vaticano se recusa a deixar comissão de abuso sexual
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CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Um proeminente e franco membro britânico da comissão consultiva papal sobre o tema do abuso sexual pelo clero se recusou a renunciar neste sábado, apesar do voto de não confiança, dizendo que apenas o papa Francisco poderia destituí-lo.
Declaração emitida anteriormente dizia "ter ficado decidido", em uma reunião da comissão, que Peter Saunders sairia de licença. Saunders, chefe da Associação Nacional de Vítimas de Abuso na Infância da Grã-Bretanha, deveria agora "pensar em uma maneira melhor de apoiar o trabalho da comissão", dizia o comunicado.
Saunders, que sofreu abuso de dois padres quando era criança, disse em entrevista coletiva convocada às pressas: "Eu não deixei e eu não vou deixar minha posição. A única pessoa que pode me remover é a pessoa que me indicou, o papa."
Saunders disse ainda que não tomou conhecimento da declaração até depois que ela foi emitida pelo escritório de imprensa do Vaticano.
Ele tem criticado publicamente a comissão, criada em 2014. Composto por clérigos e leigos de todo o mundo, o grupo tem a tarefa de ajudar o papa Francisco a estabelecer "boas práticas" em dioceses ao redor do mundo para acabar com o abuso sexual na Igreja. Oito dos seus 17 membros são mulheres e dois são eles próprios vítimas de abuso por parte de clérigos.
Saunders disse que a Comissão organizou na manhã de sábado um quase unânime voto de não confiança contra ele, acusando-o de ser uma pessoa difícil e um "militante" que fala demais com a imprensa.
Grupos que rastreiam casos de abuso sexual cometidos pelo clero reuniram-se para fazer a defesa de Saunders. "A aparente tentativa de hoje da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores de expulsar um sobrevivente que fala francamente levanta sérias dúvidas sobre sua integridade e independência", disse Anne Barrett Doyle, co-fundadora do site BishopAccountability.org, nos Estados Unidos.
copiado http://br.reuters.com/
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