Veja usa Chico Buarque para, de novo, atacar Lula Foto aérea de sítio revela ausência total de luxo


 

Veja usa Chico Buarque para, de novo, atacar Lula

Capa deste fim de semana exalta o samba "Vai passar", de Chico Buarque, para reforçar a campanha da publicação contra o ex-presidente Lula; no fim da reportagem, Veja revela que sua motivação é impedir a volta de Lula em 2018; "Salve o compositor popular, o intérprete do povo, que, tudo indica, impedirá que o lulopetismo 'escreva outra página infeliz da nossa história'"; num vídeo recente, Chico Buarque expressou publicamente sua solidariedade a Lula, pela campanha de ódio que vem sendo movida contra o ex-presidente; "estou com você, como sempre", disse Chico
6 de Fevereiro de 2016 às 07:43

247 – Escrita em meados dos anos 80, a letra do samba Vai Passar, um dos maiores sucessos de Chico Buarque, relata o drama da escravidão no Brasil e contesta a exploração do país pelas potências coloniais.
Neste fim de semana, no entanto, a canção foi usada de forma distorcida, pela revista Veja, que, mais uma vez, decidiu atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, recorrendo a um dos principais aliados de Lula, que é o cantor e compositor Chico Buarque.
No fim da reportagem, Veja revela que sua motivação é impedir a volta de Lula em 2018. "Salve o compositor popular, o intérprete do povo, que, tudo indica, impedirá que o lulopetismo 'escreva outra página infeliz da nossa história'".
Num vídeo recente, Chico Buarque expressou publicamente sua solidariedade a Lula, pela campanha de ódio que vem sendo movida contra o ex-presidente. "Estou com você, como sempre", disse Chico (assista aqui).
Leia, abaixo, a análise da letra Vai Passar, por Wéllia Pimentel Santos:
ANÁLISE DA CANÇÃO DE CHICO BUARQUE - VAI PASSAR
Vai Passar
 
Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos erravam cegos pelo continente,
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval
Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
e os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral... vai passar
 
 
A letra da música Vai Passar do cantor e compositor Chico Buarque de Holanda, foi escrita em meados da década de 80, num período conturbado da história brasileira que foi o fim da ditadura militar.

A obra pode ser associada especialmente aos seguintes autores debatidos em sala, sendo eles: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Júnior, Joaquim Nabuco.
A letra faz uma crítica veemente ao Estado e ao período colonial brasileiro. Faz um enredo sobre a história do Brasil desde tal período com o “descobrimento” do Brasil até a ditadura militar em 1984.  

Analisando trechos da letra, especificamente nos trechos: “Que aqui sangraram pelos nossos pés, que aqui sambaram nossos ancestrais, num tempo página infeliz da nossa história...” é perceptível que o cantor faz uma referência ao período da escravidão vivenciada no Brasil, no qual narram os autores citados, especialmente Caio Prado Júnior e Joaquim Nabuco que fazem um retrospecto ao período colonial brasileiro, tal página infeliz, como expõe a música seria o período da escravidão, com a exploração da mão-de-obra escrava pelos portugueses. Na parte da música: “levavam pedras feito penitentes, erguendo estranhas catedrais” pode se referir a imposição ao negro de uma cultura não vivenciada por eles, sendo imposta pelos portugueses. Joaquim Nabuco analisou que em nossa sociedade “O negro construiu um país para outros; o negro construiu um país para brancos”. Mas, ”um dia, afinal, tinham direito a uma alegria fugaz, uma ofegante epidemia que se chamava carnaval”. O samba pode ser considerada a representação da cultura negra, uma expressão artística, o estilo musical dessa categoria marginalizada.

Na parte da música: “palmas pra ala dos barões famintos, o bloco do napoleões retintos e os pigmeus do boulevard” demonstra uma crítica aos colonos, a elite portuguesa e quem mantinha o poder na época. Assim, a letra da música se mescla entre o período colonial brasileiro e com o período de opressão da ditadura militar, A liberdade obtida tanto pela alforria da escravatura quanto pelo período pós-ditadura, como exposto no seguinte trecho da música: “Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar aevolução da liberdade até o dia clarear”. “Dormia a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”. Caio Prado, assim como os outros autores citados relatam a relação de exploração de Portugal e Inglaterra, onde quem, literalmente, pagou os prejuízos da dívida portuguesa foi o Brasil.

O autor Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil aborda aspectos centrais da história da cultura brasileira que estão intrinsecas a letra da musica citada, haja vista, sobretudo, a importância do legado cultural da colonização portuguesa do Brasil, junto com "Casa-Grande & Senzala", deGilberto Freire e "Formação do Brasil Contemporâneo”, de Caio Prado Jr. são obras consideradas excêntricas para a compreensão da verdadeira história do processo de formação da sociedade até os nossos dias atuais.
 
WÉLLIA PIMENTEL SANTOS

Foto aérea de sítio revela ausência total de luxo

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Equipe da Folha sobrevoou o sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo ex-presidente Lula nos fins de semana; as descobertas são decepcionantes para quem esperava algum palácio suntuoso: na propriedade, foram vistos dois pedalinhos, um mini-Cristo e uma horta; o sítio é o mesmo onde foi localizada a canoa de lata comprada pela ex-presidente-dama Marisa Letícia; como ex-presidente reconhecido internacionalmente e palestrante bem remunerado, Lula poderia frequentar os melhores hotéis do mundo, mas prefere um sítio modesto, com horta, pedalinho e mini-Cristo
6 de Fevereiro de 2016 às 07:12

247 – Para quem esperava um palácio digno de um sultão, o sítio frequentado pelo ex-presidente Lula nos fins de semana é absolutamente frugal.
Isso pode ser constado por meio de reportagem da Folha de S. Paulo, que sobrevoou a propriedade em Atibaia (SP) e fez fotos aéreas.
As descobertas são decepcionantes para quem esperava algum palácio suntuoso: na propriedade, foram vistos dois pedalinhos, um minicristo e uma horta.
O sítio é o mesmo onde foi localizada a canoa de lata comprada pela ex-presidente-dama Marisa Letícia.
Como ex-presidente reconhecido internacionalmente e palestrante bem remunerado, Lula poderia frequentar os melhores hotéis do mundo, mas prefere um sítio modesto, com horta, pedalinho e mini-Cristo.
 copiado http://www.brasil247.com/pt

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