Temer quer ação rápida para barrar 1ª denúncia de Janot no Congresso Josias: Câmara mergulhará com Temer Colon: Temer virou problema para base Sakamoto: Câmara não tem legitimidade

Presidente na mira da Justiça

Temer quer ação rápida para barrar 1ª denúncia de Janot no Congresso



Congresso não tem condições éticas para avaliar denúncia contra Temer

Leonardo Sakamoto
Michel Temer e Rodrigo Maia (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A Câmara dos Deputados terá que analisar a denúncia que a Procuradoria-Geral da República deve apresentar contra Michel Temer por corrupção e obstrução de Justiça, entre outras razões. O problema é que os nobres parlamentares não têm condições de decidir sobre isso.
Não é uma questão legal, pois a eles cabe a tarefa de acordo com a Constituição. Também não é apenas pelo fato de muitos deles estarem na mira da Operação Lava Jato e dependerem da manutenção do próprio Temer na Presidência da República para preservarem a própria pele.
A questão é de legitimidade. O Congresso Nacional é, hoje, uma das instituições menos respeitadas pela população. Consegue a façanha de ser considerado do mesmo nível que a Presidência da República. De acordo com pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (24), ambas as instituições empatam em números de desaprovação. Apenas 3% da população confia muito nelas, 31% confia um pouco e 65% não confia.
Ou seja, um ocupante da Presidência da República em situação de desgraça será julgado por seus pares, em igual situação de desgraça, com grandes chances de darem prosseguimento ao acordo que os mantém vivos.
Os únicos grupos que se sentem representados politicamente nesse Congresso são os que financiaram campanhas eleitorais. Parlamentares de bancadas organizadas, como a ruralista, a dos empresários e a de fundamentalistas religiosos, estão aproveitando este momento de ''tudo pode'' para mudar a lei de acordo com os interesses de seus patrocinadores. O processo de construção coletiva das regras que guiam o país está privatizado. E a democracia, transformada em incômodo detalhe.
Nesse cenário, seria digno se Michel Temer renunciasse e lutasse pela convocação de nova eleições, pelo menos para o cargo que ocupa. E o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal deveriam fazer mudanças e interpretações necessárias para possibilitar uma eleição direta.
O problema é que a maioria dos brasileiros, que não participou de protestos nem a favor, nem contra o impeachment, segue bestializada diante da TV, tendo sido carregada ao fundo do poço do cinismo do ''todo mundo é igual''. Muitos preferem cuidar de sua sobrevivência, pois se não trabalharem hoje, não comem amanhã. Sobrevivência que ficará mais difícil por conta dos conchavos costurados. Afinal, o apoio dos empresários não é pelas belas mesóclises de Temer, mas em nome da aprovação das Reformas Trabalhista e da Previdência.
Como já disse aqui, apenas uma votação direta pela população será capaz de restabelecer minimamente a legitimidade do processo político nacional, garantindo que o desrespeito à dignidade humana não seja a tônica do próximo ano. E reverter a corrosão das instituições nacionais, evitando um ponto de não retorno.
E quando digo ponto de não retorno trato da possibilidade de eleger um protótipo de ditador no ano que vem, alguém que prometa o céu e nos empurre para o inferno.
Apenas uma eleição direta neste momento, que seja utilizada para um debate público sobre as prioridades reais da população, poderá impedir esse grande acordão organizado pelas elites política e econômica que vai aprofundar a desigualdade social, garantindo que a conta da crise seja paga com direitos dos pobres, mantendo os privilégios dos mais ricos.
A verdade é que os políticos envolvidos devem rir – e muito – ao lerem este post.

Governo Temer agoniza, não reage e comete erros primários




BRASÍLIA - Sábado, 13h. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, marca uma entrevista de última hora. Fala por menos de três minutos, foge das perguntas dos repórteres e deixa sozinho à mesa o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.


Alan Marques/Folhapress
O presidente Michel Temer e o ministro da Justiça, Torquato Jardim
O presidente Michel Temer e o ministro da Justiça, Torquato Jardim, no Palácio do Planalto
Episódios constrangedores e de comunicação desastrosa sobram no governo de Michel Temer, mas esse merece um lugar cativo: um ministro convoca a imprensa para bancar a permanência de quem ele já decidiu trocar, faltando apenas coragem para fazê-lo. Aos jornalistas o mesmo ministro evita garantir Daiello na direção da PF e ainda o abandona na frente das câmeras.
O governo Temer vive dias de pré-queda do governo Dilma Rousseff. Sem rumo, agoniza na Esplanada expondo falhas de estratégia, erros primários de comunicação, agenda internacional desprezível, e deslizes em votações essenciais como a da reforma trabalhista no Senado.
Depois de uma retomada de fôlego político nas semanas seguintes à revelação da delação da JBS, Temer termina o mês de junho em seu pior momento desde a divulgação do áudio do encontro com Joesley Batista.
Das ruas, o apoiou minguou, conforme mostra o Datafolha. Além dos pífios 7% de ótimo ou bom, em um ano subiu de 31% para 69% a avaliação "ruim ou péssimo" sobre o governo. Caiu de 42% para 23% a parcela que vê a gestão como "regular".
É diante deste cenário que a Procuradoria-Geral da República denunciará o presidente logo mais -no mínimo por corrupção passiva- em razão de sua relação com a JBS.
Impopular, investigado, provavelmente denunciado, e cada vez mais isolado, Temer não demonstra reação política. Aposta tudo na suposta fidelidade de uma base no Congresso e no discurso de que ele, Temer, é essencial na condução das reformas. O governo ficará inviável quando a mesma base perceber que o presidente se transformou em um problema e que não precisa mais dele no Planalto para aprová-las

Planalto quer ação rápida na Câmara contra denúncia de Janot


Em reunião no Palácio do Alvorada neste domingo (25), o peemedebista discutiu com sete ministros, além de parlamentares, estratégia para lidar com denúncia preparada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O governo quer liquidar a denúncia em três semanas, mas não sabe ainda como será apresentada, se fatiada ou uma única peça, nem quando chegará ao Congresso.
Por isso, Temer deixou a equipe de sobreaviso para um novo encontro tão logo Janot conclua os trabalhos.
Além de abreviar prazos na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, o Palácio do Planalto pretende garantir a nomeação de um relator próximo à gestão e um placar folgado na comissão para recusar a denúncia.
A ideia é que Temer use apenas três de dez sessões a que tem direito para apresentar sua defesa, pressionando o relator a elaborar a conclusão também em três sessões, e não nas cinco previstas.
O Planalto trabalha para que o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), indique para a relatoria um parlamentar peemedebista gaúcho: Alceu Moreira ou Jones Martins. Os dois tiveram parte de suas campanhas eleitorais em 2014 financiadas por Michel Temer, como mostrou a Folha.
Além disso, o governo defende substituições de titulares e suplentes na CCJ para garantir a presença de parlamentares combativos, que defendam insistentemente o presidente em discussões.
Neste domingo (25), a Folha mostrou que um quinto dos 66 titulares que julgarão a procedência da denúncia na comissão já foi citado em planilhas de pagamentos ou nas delações de executivos da Odebrecht e da JBS.
A avaliação do Palácio do Planalto é que, quanto mais se estender a tramitação da denúncia, maior será o desgaste do presidente e a duração da crise política, que tem afetado o cronograma das reformas governistas.
Caso não seja possível liquidar a fatura antes do início do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho, a base aliada articula o adiamento das "férias", segurando a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). 
copiado https://www.uol.com.br/

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