Mesmo com anúncio de redução dos impostos, os caminhoneiros prometeram continuar as paralisações
Um dos pontos de protesto dos caminhoneiros, na BR 101, na Serra, foi liberado na manhã deste sábado (26). Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os caminhoneiros que estavam reunidos na altura do Posto Brun, no km 247, deixaram o local espontaneamente.
No entanto, apesar das ameaças da retirada dos caminhoneiros pelas forças armadas, o protesto continua em outros 14 pontos de rodovias federais no Espírito Santo.
Os pontos na BR 101 são nos quilômetros 137 e 159, em Linhares; quilômetro 204, no trevo de João Neiva; quilômetro 214, no trevo de Aracruz; quilômetro 285, na rodovia do Contorno, em frente ao posto Santa Rita, em Cariacica; quilômetro 304, trevo com a BR 262 em frente ao posto Flecha, em Viana; quilômetro 376, em Iconha; e quilômetro 414; no trevo da Safra, em Itapemirim.
Na BR 262 há pontos de protesto no quilômetro 95, na Fazendo do Estado, em Pedra Azul, Domingos Martins; e no quilômetro 156, em Ibatiba.
Na BR 259 os caminhoneiros estão nos quilômetros 46 e 51, em Colatina, e o quilômetro 100 em Baixo Guandu. Já na BR 447 há retenção no quilômetro 13,7 no trevo de acesso ao posto Capuaba, em Vila Velha.
O PT aproveitou a greve dos caminhoneiross para criticar o governo de Michel Temer e defender a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, ao Palácio do Planalto. Em nota, o partido marca posição no jogo eleitoral e diz que a atual crise pode se transformar "em terreno fértil para aventuras autoritárias" porque o bloco político de centro - chamado no texto de "campo dos golpistas" - não consegue apresentar uma candidatura viável.
A referência indireta a "aventuras autoritárias" é ao deputado Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL. No próximo dia 9, o PT promoverá um ato nacional de lançamento da pré-candidatura de Lula, em Belo Horizonte. "Mais amado a cada dia. Mais candidato do que nunca", dirá o slogan do evento.
Condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão, em Curitiba, desde 7 de abril. A estratégia do PT é registrar sua candidatura em 15 de agosto, mesmo sob risco de impugnação pela Lei da Ficha Limpa.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente já teve o nome lançado outras vezes, em atos regionais. Trata-se de um movimento para mantê-lo em evidência.
Agora, o partido pegou carona na paralisação dos caminhoneiros para também defender seu maior líder. Assinada pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e pelos líderes do partido na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Lindbergh Farias (RJ), a nota sobre a greve afirma que a política adotada na Petrobrás trata a empresa "como se fosse uma bolha privada desconectada do interesse nacional".
Para os petistas, o protesto contra a alta dos combustíveis é "justo", mas a população precisa ficar de olho em "tentativas de manipulação política da paralisação dos transportes e suas consequências". O texto não cita em nenhum momento os escândalos na Petrobrás. Sustenta, porém, que houve 229 reajustes no preço do diesel, nos últimos dois anos, e "apenas 16" nos governos do PT (gestões de Lula e Dilma Rousseff).
"A reversão deste processo, em benefício do País e do povo, só será possível quando tivermos um governo eleito pela maioria, com legitimidade para enfrentar as pressões do mercado, ao invés de submeter-se a ele como fazem Michel Temer e Pedro Parente (presidente da Petrobrás). Esta é mais uma razão para lutarmos pela liberdade de Lula e pelo direito do povo de votar livremente", diz um trecho da nota do PT.
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