'Vamos ficar. Se apanharmos, será por causa justa', diz caminhoneiro em bloqueio
Motoristas prometem resistir a desbloqueio de estradas; Exército não foi informado
POR ELISA MARTINS
25/05/2018
14:50 / atualizado 25/05/2018 16:05
Caminhoneiros fazem bloqueio na Rodovia
Regis Bittencourt, em São Paulo - Edilson Dantas / Agência
O Globo
O Comando Militar do Sudeste tomou conhecimento da determinação
de Temer pelo pronunciamento do presidente na televisão. Até 14h,
não havia nenhuma ordem do comandante das Forças Armadas para
iniciar operações de desbloqueio das rodovias paulistas.
Os bloqueios cresceram ao longo do dia. Em alguns pontos da Regis Bittencourt caminhões ocupam acostamento e uma das vias. Há agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Força Tática da Polícia no local, mas apenas para monitoramento. Embora os policiais circulem armados pela via, agentes afirmaram que não receberam ordens para intervir.
Nos bloqueios, manifestantes decidem quais veículos podem passar. Caminhões e vans de carga são orientados a encostar. Os que furam um bloqueio são parados mais adiante. A comunicação é rápida entre os caminhoneiros de um bloqueio e outro, pelo WhatsApp.
Os bloqueios cresceram ao longo do dia. Em alguns pontos da Regis Bittencourt caminhões ocupam acostamento e uma das vias. Há agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Força Tática da Polícia no local, mas apenas para monitoramento. Embora os policiais circulem armados pela via, agentes afirmaram que não receberam ordens para intervir.
Nos bloqueios, manifestantes decidem quais veículos podem passar. Caminhões e vans de carga são orientados a encostar. Os que furam um bloqueio são parados mais adiante. A comunicação é rápida entre os caminhoneiros de um bloqueio e outro, pelo WhatsApp.
— Somos nós que orientamos aqui. Liberamos carro de passeio,
ambulância, remédios, carga animal. Não estamos impedindo ninguém
de passar, por isso não tem por que haver nenhuma intervenção —
afirmou outro motorista.
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Moradores e comerciantes locais oferecem comida, água e café para os caminhoneiros. Há relatos de que empresas de caminhão também contribuem nessa logística.
— Mas normalmente o pessoal vem sem estar caracterizado como sendo da empresa. Sem uniforme nem nada. Só falam que vieram de tal e tal lugar. Os patrões não estão nos obrigando a furar bloqueio nem seguir viagem — diz o caminhoneiro Rodrigo Marques, em outro ponto da rodovia.
Ao lado, outro caminhoneiro se grava em vídeo, enquanto faz sinal de avançar ou parar para os carros que circulam em apenas uma pista. Outro faz uma ligação pelo Whatsapp para a família e manda um beijo pela tela para o filho.
Alguns quilômetros mais adiante, em outro bloqueio, o caminhoneiro Expedito Farias, há décadas na boleia de um caminhão, desabafa:
— Somos chamados de preguiçosos, de vagabundos, mas a verdade é que a vida na estrada ninguém sabe como é.
Minutos depois do anúncio de que as Forças Armadas poderiam agir na liberação das estradas, vários caminhoneiros pregaram papéis na frente dos veículos com a frase "Intervenção militar já". Eles afirmam que não temem o uso da força.
— Não bloqueamos totalmente as estradas, nem estamos fazendo baderna. Então o Exército não vai poder fazer nada com a gente.
Na altura do Km 281 da rodovia Regis Bittencourt há um reforço de patrulhas da Polícia Rodoviária Federal em um bloqueio. Minutos antes da chegada de uma equipe de policiais, caminhoneiros foram vistos com pedaços de pau no mesmo ponto. Porém não há, por enquanto, nenhuma desmobilização de manifestantes
copiado https://oglobo.globo.com/economia/
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dos caminhoneiros: com subsídio ao diesel, governo ficará mais
dependente do Congresso, dizem especialistasCaos
com a greve de caminhoneiros continua mesmo após acordo da
categoria. Entenda
Os caminhoneiros afirmam ainda que a proposta de reduzir o preço do diesel em 10% não é suficiente.
— Queremos que o diesel baixe a pelo menos R$ 2,80 na bomba.
Esses 10% não é nada. Pagamos impostos, pneu. No final não sobra
nada para a gente — diz Magno.Os caminhoneiros afirmam ainda que a proposta de reduzir o preço do diesel em 10% não é suficiente.
Moradores e comerciantes locais oferecem comida, água e café para os caminhoneiros. Há relatos de que empresas de caminhão também contribuem nessa logística.
— Mas normalmente o pessoal vem sem estar caracterizado como sendo da empresa. Sem uniforme nem nada. Só falam que vieram de tal e tal lugar. Os patrões não estão nos obrigando a furar bloqueio nem seguir viagem — diz o caminhoneiro Rodrigo Marques, em outro ponto da rodovia.
Ao lado, outro caminhoneiro se grava em vídeo, enquanto faz sinal de avançar ou parar para os carros que circulam em apenas uma pista. Outro faz uma ligação pelo Whatsapp para a família e manda um beijo pela tela para o filho.
Alguns quilômetros mais adiante, em outro bloqueio, o caminhoneiro Expedito Farias, há décadas na boleia de um caminhão, desabafa:
— Somos chamados de preguiçosos, de vagabundos, mas a verdade é que a vida na estrada ninguém sabe como é.
Minutos depois do anúncio de que as Forças Armadas poderiam agir na liberação das estradas, vários caminhoneiros pregaram papéis na frente dos veículos com a frase "Intervenção militar já". Eles afirmam que não temem o uso da força.
— Não bloqueamos totalmente as estradas, nem estamos fazendo baderna. Então o Exército não vai poder fazer nada com a gente.
Na altura do Km 281 da rodovia Regis Bittencourt há um reforço de patrulhas da Polícia Rodoviária Federal em um bloqueio. Minutos antes da chegada de uma equipe de policiais, caminhoneiros foram vistos com pedaços de pau no mesmo ponto. Porém não há, por enquanto, nenhuma desmobilização de manifestantes
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