GREVE DOS CAMINHONEIROS AGU cobra R$141 milhões de transportadoras que descumpriram decisão do STF Indústrias de alimentos voltam à ativa Após chegarem a uma situação-limite, as indústrias de alimentos esperam normalizar a situação até esse fim de semana



AGU cobra R$141 milhões de transportadoras que descumpriram decisão do STF

De Brasília

De acordo com a ministra, a petição diz respeito apenas às primeiras empresas que foram flagradas descumprindo decisão do Supremo de desobstruir as vias, e uma nova relação de transportadoras ainda será enviada ao STF para a aplicação de novas multas.
"Estamos analisando a documentação encaminhada pelos órgãos de segurança e deveremos, ainda esta semana, enviar nova relação para, igualmente, informar as empresas que desconsideraram a decisão do Supremo", disse a ministra da AGU, segundo comunicado do órgão.
Na semana passada, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes atendeu a pedido da AGU e concedeu liminar para estabelecer penalidade de 100 mil reais por hora a empresas que colocassem veículos para bloquear estradas ou permanecer em acostamentos de rodovias federais ou estaduais durante as manifestações dos caminhoneiros.
Segundo a AGU, os dados foram computados a partir de fiscalizações promovidas pela Polícia Rodoviária Federal, e os valores das multas variam entre 400 mil e 9,2 milhões de reais para cada empresa.

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Indústrias de alimentos voltam à ativa

Após chegarem a uma situação-limite, as indústrias de alimentos esperam normalizar a situação até esse fim de semana

Os funcionários da BRF chegou a negociar com caminhoneiros para liberação das cargas / Foto: Divulgação
Os funcionários da BRF chegou a negociar com caminhoneiros para liberação das cargas
Foto: Divulgação
Estadão Conteúdo

As grandes indústrias de alimentos do País chegaram a uma situação-limite e estão empenhadas em retomar a atividade das fábricas e a distribuição de produtos. Na terça-feira (29), a catarinense Aurora anunciou que, após quatro dias de paralisação, os funcionários vão voltar ao trabalho nesta quarta-feira (30). A ideia da empresa é cumprir a determinação da Justiça de retorno às atividades. Ao jornal O Estado de S. Paulo, a empresa afirmou que a Aurora negociará com caminhoneiros e recorrerá à força policial, se necessário, para garantir o escoamento da produção.
A Aurora está enfrentando problemas tanto no campo, onde tem suínos e aves prontos para o abate, quanto nas unidades produtivas, onde há estoques de alimentos prontos que precisam ser escoados. A cooperativa Aurora é formada por 70 mil famílias rurais, 12 cooperativas agropecuárias e 16 plantas industriais, que processam 1 milhão de aves, 20 mil suínos e 1,6 milhão de litros de leite por dia.
A BRF, da mesma forma, passou a terça-feira empenhada em garantir o transporte de ração para suas unidades de criação e a entrega de animais vivos às unidades de criação. Fonte próxima à empresa afirmou que funcionários foram até os pontos de concentração de caminhoneiros nas estradas para negociar a liberação de cargas. Em alguns pontos, a companhia se deparou com manifestantes agressivos, recorrendo, nesses casos, ao apoio das polícias militar e rodoviária.

Consultada pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo e do Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), a empresa disse que os esforços estão concentrados sobretudo na garantia de alimentação aos animais. A BRF, que é dona das marcas Sadia e Perdigão, disse que, após o fim das manifestações, os prejuízos serão medidos e informados ao mercado.
Líder no setor de carne bovina no mundo, a JBS - proprietária das marcas Friboi e Seara - informou que retomou parcialmente as atividades de unidades que haviam sido paralisadas totalmente.

Aos poucos

De acordo com uma fonte do setor de alimentos, no entanto, a situação não deve ser normalizada até o fim da semana. Em virtude dos diferentes insumos necessários ao abastecimento de uma grande indústria de alimentos processados - diferentes tipos de proteína animal, embalagens e demais insumos -, só seria possível voltar à carga total de produção entre quatro dias e uma semana após a normalização da situação nas estradas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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