Dizem os jornais que “parte” das lideranças do movimento dos caminhoneiros estaria disposta a acatar o pedido de trégua feito pelo Governo Federal. Até agora, porém, esta “parte” não tem nome ou sobrenome, o...
Longe demais para um recuo rápido
Dizem os jornais que “parte” das lideranças do movimento dos caminhoneiros estaria disposta a acatar o pedido de trégua feito pelo Governo Federal.
Até agora, porém, esta “parte” não tem nome ou sobrenome, o que não é nada estranho, pois ao lado do que há de justiça nas dificuldades dos autônomos, há o interesse de empresários que controlam a maior parte da frota de caminhões pertence a empresas – sejam as que usam no transporte de produtos próprios, seja as que usam veículos próprios para o transporte de produtos alheios. Para estes empresários, diesel mais barato é lucro.
Há, ainda, o componente ideológico do segmento, muito bem investigado pela BBC em reportagem publicada hoje (veja a imagem do post):
A BBC Brasil entrou em cinco grupos fechados criados em redes sociais por caminhoneiros para difundir informações sobre a greve. Em todos eles, frases de apoio a militares começaram a ganhar força nos últimos dias.
“As reações à greve dos caminhoneiros, amplamente apoiada pela população, demonstram que o brasileiro está sem paciência alguma com as ‘autoridades’. As condições são ideais para uma verdadeira revolução que refunde o Brasil. Mas onde está a liderança desse processo? Escrevam no para-brisa dos caminhões e carros. Intervenção militar!”, diz uma das mais replicada.
“As reações à greve dos caminhoneiros, amplamente apoiada pela população, demonstram que o brasileiro está sem paciência alguma com as ‘autoridades’. As condições são ideais para uma verdadeira revolução que refunde o Brasil. Mas onde está a liderança desse processo? Escrevam no para-brisa dos caminhões e carros. Intervenção militar!”, diz uma das mais replicada.
Diante disso, não creio que, existindo, estas lideranças não se arriscariam a pedir que se dissolvessem manifestações que transcorrem sem qualquer repressão e que, do ponto de vista político e midiática, está vencendo a luta.
Obter uma redução de 10% no preço do diesel, convenhamos, pode não resolver os problemas, mas é uma vitória.
O mais provável é que trabalhem para esvaziar progressivamente as manifestações.
Mandar desfazer os bloqueios seria falar a surdos.
O problema é que, com a histeria causada pela mídia, os ânimos se acirraram, os estoques se acabaram e a anormalidade continuará mesmo com um desfecho relativamente rápido da crise.
E, na atual situação, rápido é na semana que vem, apenas.
copiado http://www.tijolaco.com.br
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