Almagro anuncia que tentará se reeleger como secretário-geral da OEA. Bolivianos protestam contra candidatura de Evo Morales a quarto mandato

Almagro anuncia que tentará se reeleger como secretário-geral da OEA

AFP/Arquivos / Brendan Smialowski(Arquivo) O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, em Washington DC, em 29 de maio de 2018
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, anunciou nesta quinta-feira (6) que tentará se reeleger, estimulado por um grupo de países, entre eles Colômbia e Estados Unidos.
"Embaixadores de Colômbia e Estados Unidos me comunicaram a proposta conjunta de um grupo de países expressando apoio à minha candidatura à reeleição como Secretário-Geral da OEA. Decidi aceitar esta responsabilidade", disse no Twitter o diplomata uruguaio, cujo mandato na OEA termina em 2020.
Almagro, de 55 anos, assumiu em 26 de maio de 2015 como secretário-geral da OEA sucedendo o chileno José Miguel Insulza, depois de ter sido chanceler do Uruguai.
Em fevereiro de 2015, durante um discurso ante o Conselho Permanente da organização para apresentar seu plano de gestão, esclareceu que cumpriria somente o período de cinco anos no cargo.
Naquele momento, Almagro disse que optaria por não se reeleger, a fim de dar espaço para que países do Caribe ou da América Central ocupem pela primeira vez a oposição de maior liderança da OEA.

Bolivianos protestam contra candidatura de Evo Morales a quarto mandato

AFP / AIZAR RALDESHabitantes de diferentes departamentos da Bolívia marcham rumo a La Paz para protestar contra a candidatura de Evo Morales à reeleição, Villa Remedios, em 5 de dezembro de 2018
As principais cidades bolivianas amanheceram bloqueadas nesta quinta-feira (6), em um dia de protesto nacional convocado por associações civis para se opor à candidatura por um quarto mandato sucessivo do presidente Evo Morales, no poder desde 2006.
Grupos de ativistas ocuparam as ruas com bandeiras bolivianas e cartazes com a legenda "Bolívia disse Não" - em alusão ao referendo de 2016 sobre a reeleição de Morales -, interrompendo o tráfego de veículos em oito das nove maiores cidades.
Principal eventual concorrente de Morales nas eleições previstas para outubro de 2019, segundo pesquisas de opinião, o ex-presidente Carlos Mesa (2003-2005) falou em "uma batalha democrática que vamos ganhar", depois que o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) sentenciou a favor de habilitar a candidatura de Morales, em uma dividida votação.
Com essa sentença, o TSE pôs "em dúvida as bases da democracia" e estabeleceu "um futuro incerto para os bolivianos", advertiu a influente Igreja católica em nota divulgada na quarta-feira.
Apesar da contundência da convocação do protesto, especialmente em bairros de classe média e alta de La Paz, sede dos Poderes Executivo, Legislativo e Eleitoral, a adesão não foi em massa.
Milhares de pessoas, entre funcionários públicos e estudantes, faziam filas na estação de teleférico da nobre zona sul para irem para o centro de La Paz, já que outros meios, como o serviço municipal de ônibus, estavam parados.
Imagens de redes de televisão locais mostraram que os protestos foram mais intensos em Santa Cruz, no leste do país. Seu governador, Rubén Costas, lidera a oposição a Morales.
A jornada de protesto era menos contundente nas cidades de El Alto, vizinha de La Paz, e Oruro (sur), habituais bolsões eleitorais de Morales.
O ministro de Governo (Interior), Carlos Romero, deixou "claramente estabelecido que a paralisação cívica de 24 horas (deste quinta) não será alvo de interferências de qualquer natureza".
"As manifestações de observação, de rejeição e de posicionamento político (contra o governo) merecem todo nosso respeito e garantias", acrescentou.
Após a sentença do TSE, a oposição ficou virtualmente sem possibilidades de vetar a candidatura de Morales pela via legal.
Um líder da oposição, o prefeito de La Paz, Luis Revilla, que apoia a candidatura de Mesa, comentou que "o que resta agora é resistir a esta decisão, é nos voltarmos para as mobilizações, para evitar que esta decisão se consuma".
Outro líder opositor, Samuel Doria Medina, derrotado três vezes nas urnas por Morales e que desistiu de se apresentar em 2019 em favor de um candidato único, convocou "a unidade para frear a ditadura".
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