Brasil Jair Bolsonaro Flavio Bolsonaro Carlos Bolsonaro Eduardo Bolsonaro; Última crise do governo foi protagonizada indiretamente por Flávio, o mais velho e tido como mais ponderado. Carlos, o segundo, e Eduardo, o terceiro, já se envolveram em brigas públicas com aliados do


Carlos Bolsonaro (à esquerda) com o pai e os irmãos Flávio e Eduardo

01, 02 e 03: Filhos dão cada vez mais dores de cabeça a Bolsonaro

Última crise do governo foi protagonizada indiretamente por Flávio, o mais velho e tido como mais ponderado. Carlos, o segundo, e Eduardo, o terceiro, já se envolveram em brigas públicas com aliados do pai.


A última semana da política brasileira foi marcada pela controvérsia em torno de Fabrício Queiroz, o assessor, motorista e segurança do senador eleito Flávio Bolsonaro, acusado de efetuar transações financeiras muito acima das suas posses, incluindo transferências para a mulher de Jair Bolsonaro, a futura primeira-dama Michele, e para a própria filha, que fez parte do gabinete do deputado entretanto eleito presidente. Até Flávio, portanto, considerado o mais sereno e afável dos três filhos políticos do capitão do Exército, dá dores de cabeça ao pai.
O episódio - longe de estar completamente esclarecido e por isso com potencial para pairar sobre o novo governo por muito tempo - é apenas o último de uma série de confusões em que Flávio (37 anos), Carlos (36) e Eduardo (34) se meteram para desespero de Jair e da restante equipa do presidente eleito.
Flávio, que foi deputado estadual e candidato à prefeitura do Rio de Janeiro e será agora senador, só fora notícia além da sua atividade parlamentar por ter alvejado um assaltante durante o tiroteio que se seguiu a uma tentativa de roubo do seu carro, em 2016, e por ter corroborado as declarações do pai a propósito da homossexualidade."O normal é ser heterossexual", afirmou. E acrescentou que duvidava que "algum pai tenha orgulho de ter um filho gay". Nenhum dos episódios terá desagradado o progenitor, pelo contrário, daí a surpresa por 01, como é chamado pelo pai, ter criado agora este embaraço ao governo, através do assessor que é seu amigo pessoal e de toda a família.
Carlos, o 02, segundo a nomenclatura familiar, que também lhe chama de pitbull (é considerado um elogio), é mais propenso a polémicas. Se nos restringirmos apenas às últimas duas semanas, verificamos que escreveu nas redes sociais que a morte de Jair Bolsonaro interessava às pessoas que lhe estão mais próximas, causando uma avalanche de comentários. Pensou-se que o segundo filho do presidente se referia, na sua enigmática mensagem, a Gustavo Bebianno, que foi presidente do PSL, será secretário da presidência e terá aconselhado Jair a vetar Carlos como novo ministro da Comunicação.
Outra publicação na internet, porém, dá a entender que o alvo de Carlos era outro. Ou eram dois, não se sabe. Escreveu que o deputado Julian Lemos, colaborador e amigo de Bolsonaro acusado de agressão à mulher e à irmã, "quer aparecer". "Julian Lemos, a pessoa que se tem colocado como coordenador de Bolsonaro no Nordeste, não é nem nunca foi, os detalhes creio que todos sabem", escreveu. "Sugerimos que ele pare de aparecer atrás dele, como faz sempre", concluiu. O visado respondeu que respeita a família Bolsonaro, mas só segue "orientações do presidente", "Ele me lidera e só aceito o seu comando", disse Lemos.
Finalmente, Eduardo, a quem o pai chama de 03, dera um importante contributo a Fernando Haddad, candidato do PT, ao ser citado na reta final da campanha eleitoral a dizer que para fechar o Supremo Tribunal Federal bastavam "um cabo e um soldado". Jair Bolsonaro, confrontado com estas palavras sem saber quem as proferira, disse que o autor "precisava de psiquiatra". Ao saber que fora o filho sublinhou que ele "é só um garoto".
Ao regressar de Washington, por onde circulou em reuniões oficiais com um chapéu a dizer "Trump 2022", o garoto chocou já em Brasília com Joice Hasselmann, deputada, como ele, do PSL de Bolsonaro. No grupo do aplicativoWhatsAppdos deputados do partido escreveu que ela "é sonsa" e que chegará no Congresso "com fama ainda maior de louca". Ao que Hasselmann ripostou dizendo que Eduardo era "um marmanjo que age como bebê". E prosseguiu: "Ponha-se no seu lugar (...) se formos discutir a questão "fama" a coisa vai longe, não envergonhe o que o seu pai criou."
Ambos disputam a liderança do grupo parlamentar do PSL, ancorados nas votações recorde que alcançaram nas urnas - ele foi o deputado mais votado da história, ela a mulher mais votada de sempre. "Você fez uma votação estrondosa com o nome que tem, eu também fiz, sem esse nome", disse Hasselmann.
O senador Major Olímpio, também do PSL, pôs mais lenha na fogueira ao acusar Hasselmann, que enquanto jornalista foi despedida da revista Veja e punida por dezenas de plágios, de ter lançado a conversa particular no WhatsApp para os jornais.
Como se não bastasse ao presidente, Renan Bolsonaro, de 19 anos, o seu quarto filho, único do segundo casamento, já avisou que quer entrar para a política.
São Paulo
copiado https://www.dn.pt/edicao-do-dia/10-dez-2018/i

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Ao Planalto, deputados criticam proposta de Guedes e veem drible no teto com mudança no Fundeb Governo quer que parte do aumento na participação da União no Fundeb seja destinada à transferência direta de renda para famílias pobres

Para ajudar a educação, Políticos e quem recebe salários altos irão doar 30% do soldo que recebem mensalmente, até o Governo Federal ter f...