Polícia cumpre mandados de prisão relacionados ao caso Marielle
Policiais civis do Rio de Janeiro cumprem nesta quinta-feira (13) mandados de prisão e de busca relacionados aos assassinatos de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Os mandados judiciais são contra suspeitos que estariam diretamente envolvidos no crime, segundo informou ao UOL integrante da cúpula da Secretaria de Segurança.
Os mandados judiciais são cumpridos em endereços na zona oeste carioca, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em Angra dos Reis (litoral sul do estado), Petrópolis (região serrana do Rio) e Juiz de Fora (MG).
Segundo nota divulgada pela Polícia Civil, esses mandados de prisão e apreensão se originaram de inquéritos que correm em paralelo à investigação principal do caso Marielle. Contudo, um integrante da Secretaria da Segurança afirmou que a polícia suspeita que os alvos da operação tenham ligação direta com a morte de Marielle.
O integrante da cúpula da secretaria disse, porém, que ainda não é possível divulgar se os procurados são executores do crime ou seus mandantes. O objetivo é não atrapalhar as investigações.
Uma das principais linhas analisadas pela polícia até agora é que o crime tenha sido realizado por membros de milícias --forças paramilitares formadas por policiais e ex-policiais corruptos que exploram diversas modalidades de crimes nas favelas que controlam.
Marielle e Anderson foram mortos a tiros no dia 14 de março na região central do Rio. Eles retornavam para a casa da vereadora do PSOL após uma reunião política na Lapa, bairro do centro da capital fluminense.
As investigações correm sob sigilo e vêm sendo questionadas porque o caso não foi elucidado nove meses após o crime. Em nota, a Polícia Civil disse também que a Delegacia de Homicídios da Capital "vem realizando várias operações policiais voltadas a possibilitar a checagem e a qualificação de inúmeras informações de Inteligência que são coletadas ou transmitidas anonimamente para a unidade".
Em novembro, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, havia afirmado que não há garantias de que o crime conseguirá ser elucidado ainda este ano. Segundo Jungmann, "existiria uma grande articulação envolvendo agentes públicos, milicianos e políticos" atuando para impedir a resolução do caso. "Eu diria que [o envolvimento deles no crime] é mais do que uma certeza", disse.
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