A burrice de querer transformar abacaxi em laranja. O velório de quem fica vivo

A burrice de querer transformar abacaxi em laranja

A oferta de uma diretoria da Itaipu Binacional a Gustavo Bebianno para “sair manso” do ministério, noticiada por Lauro Jardim é das maiores burrices que já vi ser praticada por um governo.
Depois das ameaças nada veladas de Bebianno de “afundar atirando” tem o sentido óbvio de ofertar um “cala a boca”.
Os R$ 67,6 mil mensais e um “ano de 16 meses”, embora sejam uma enormidade para os comuns dos mortais é nada para o grande mundo dos escritórios de advocacia por onde Bebianno transitava.
Serviriam, com sobras, a um “padrão Queiroz”, mas é muito pouco para Bebbiano renunciar a ser um “abacaxi” que terá de ser manuseado com mil cuidados de agora em diante.
Só mesmo o vício de alguém que acha que os outros vão agir como ele próprio agiria explica uma asneira destas.
Para todos os efeitos, agora, é Bebianno que passa como aquele que recusou um “bocão” para manter o seu fechado.

O velório de quem fica vivo

O cadáver insepulto de Gustavo Bebbiano não é, neste final de semana, o tema principal da festa fúnebre instalada no governismo.
O morto está silente, arranjando para si epitáfios pseudofilosóficos de internet que, ainda que perfumados de fragrâncias baratas sobre lealdade, não despertam a curiosidade mórbida das emanações que prometeu.
O mais significativo é o espanto e o choque com a dinâmica desta crise e o comportamento de Jair Bolsonaro nela.
Daquelas situações tão constrangedoras em que mil vezes importante é aquilo que se murmura entre poucos, com grande temor, do que os lamentos públicos do “que pena que teve de ser assim”.
É óbvio que não tinha de ser assim e, se foi, além de revelar a total falta de escrúpulos presidenciais, mostra que foi a execução infamante (ou o tiro na nuca do soldado, para usar as palavras do cadáver ministerial) de alguém que transitou em pouquíssimo tempo de braço-direito para inimigo figadal.
E um esparramar-se de ódio destes pode mesmo ter um pequeno gatilho que o dispare, mas certamente tem atrás de si uma barragem de rejeitos que se acumulou e fez algo que de outra forma seria pouco relevante tornar-se o estopim de um desastre de vastas proporções.
Os senhores generais – são muitos e foram chamados à junta médica que tentava evitar o desfecho do caso – talvez tenham podido escapar, ontem, já tarde da noite, da incômoda pergunta ouvida ao chegarem em casa: “o que é que está acontecendo, fulano?”.  Pode haver um “agora não, estou cansado”, seguido de um banho e um uísque silencioso.
Hoje, porém, as conversas se multiplicarão e se exponenciarão as dúvidas sobre a capacidade de comando presidencial, porque o velório termina no sepultamento e o enterro já há dois dias não sai.
Nos quartéis da política será pior. A paúra de entregar seu destino cegamente ao “Mito” e sua prole é agora um monstro real. Se as adesões, entre os políticos, têm grandes proporções de cumplicidades, como confiar num cúmplice que, sem razões explicadas, executa seu parceiro em praça pública ao primeiro sinal de dificuldades?
Jair Bolsonaro começa uma semana, a da reforma previdenciária, em que terá de pedir apoio e fazer concessões e promessas.
Terá de fazê-lo com as roupas ainda salpicadas do sangue destes três dias de “massacre do twitter elétrico”

copiado http://www.tijolaco.net/


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