EUA: Tecnologia militar
Poderão as máquinas de guerra escapar ao controlo humano?
por Luis Manuel CabralOntem
O X-47B a ser inspecionado numa base militar em San Diego, na Califórnia Fotografia © Mike Blake - Reuters
A marinha norte-americana está a testar um avião autónomo, com capacidade para aterrar e levantar de um porta-aviões e atuar de forma autónoma sem o controlo direto de um piloto. Fortemente armado, o novo "drone" poderá intervir em qualquer teatro de guerra quase sem interferência humana.
O novo "drone" norte- americano está a ser testado perto de Chesapeake Bay, transportando a moderna tecnologia militar para uma nova dimensão. O X-47B consegue aterrar e levantar sózinho de um porta-aviões, em alto mar, naquela que é considerada uma das mais difíceis manobras para um piloto de avião. O que é mais espantoso é que, além de não necessitar da presença de um piloto no cockpit, este "drone" não precisa de piloto nenhum. Até agora, os "drones" utilizados, necessitavam de ser controlados por um piloto a partir do seu avião.
Num artigo publicado no "Los Angeles Times", o jornalista W.J. Hennigan levanta o problema que pode representar o facto de as novas máquinas militares poderem passar a operar de forma semi-independente. Para o jornalista, o X-47B vai abrir uma nova era para a tecnologia militar com consequências imprevisíveis: com a possibilidade das novas máquinas de guerra voarem autonomamente, através dos seus próprios computadores de bordo, poderá estar próximo o tempo em que aparelhos robotizados, praticamente independentes, semearão morte e destruição em qualquer cenário de guerra sem a intervenção humana.
Apesar da programação dos "drones" ser feita por seres humanos, que lhes indicam o plano de voo e lhes poderão enviar instruções, a perspetiva de ver surgir nos céus uma máquina fortemente armada e praticamente sem controlo humano, está a preocupar muita gente.
Para Noel Sharkey, perito em robótica, "as ações letais de combate devem ter uma cadeia de comando a quem pedir responsabilidades", adiantando que "isso é difícil de conseguir com uma arma robotizada". Para o cientista, a questão da responsabilidade é muito importante quando se está na presença de uma arma com um enorme poder de destruição.Se alguma coisa correr mal, "como o robô não pode ser responsável", diz, "quem o será? o comandante que o usou em combate? o político que deu a ordem? o exército que comprou? a empresa que o produziu, devido a uma falha no equipamento?
Sharkey e muitos outros cientistas pensam que a introdução de máquinas de guerra autónomas, nos teatros de guerra, deveria ser alvo de um debate internacional muito sério, tal como aconteceu quando apareceu o gás mostarda na Primeira Guerra Mundial, ou as armas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial.
Num artigo publicado no "Los Angeles Times", o jornalista W.J. Hennigan levanta o problema que pode representar o facto de as novas máquinas militares poderem passar a operar de forma semi-independente. Para o jornalista, o X-47B vai abrir uma nova era para a tecnologia militar com consequências imprevisíveis: com a possibilidade das novas máquinas de guerra voarem autonomamente, através dos seus próprios computadores de bordo, poderá estar próximo o tempo em que aparelhos robotizados, praticamente independentes, semearão morte e destruição em qualquer cenário de guerra sem a intervenção humana.
Apesar da programação dos "drones" ser feita por seres humanos, que lhes indicam o plano de voo e lhes poderão enviar instruções, a perspetiva de ver surgir nos céus uma máquina fortemente armada e praticamente sem controlo humano, está a preocupar muita gente.
Para Noel Sharkey, perito em robótica, "as ações letais de combate devem ter uma cadeia de comando a quem pedir responsabilidades", adiantando que "isso é difícil de conseguir com uma arma robotizada". Para o cientista, a questão da responsabilidade é muito importante quando se está na presença de uma arma com um enorme poder de destruição.Se alguma coisa correr mal, "como o robô não pode ser responsável", diz, "quem o será? o comandante que o usou em combate? o político que deu a ordem? o exército que comprou? a empresa que o produziu, devido a uma falha no equipamento?
Sharkey e muitos outros cientistas pensam que a introdução de máquinas de guerra autónomas, nos teatros de guerra, deveria ser alvo de um debate internacional muito sério, tal como aconteceu quando apareceu o gás mostarda na Primeira Guerra Mundial, ou as armas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial.
por Luis Manuel CabralOntem
O X-47B a ser inspecionado numa base militar em San Diego, na Califórnia Fotografia © Mike Blake - Reuters
Especialistas em armamento militar também partilham das mesmas preocupações, uma vez que armas deste tipo irão alterar de forma radical a condução de uma guerra. Para estes especialistas, os políticos irão ter de lidar com as questões éticas da utilização destes "drones", muito antes de entrarem ao serviço ativo o que, afirmam, acontecerá dentro de uma década.
Os "drones", guiados por controlo remoto, começaram a ser utilizados pela CIA e pelo exército norte-americano na sua campanha contra o terrorismo, no Médio Oriente. Desde o atentado às torres gémeas, em Nova Iorque, a 11 de Setembro de 2001, o Pentágono já contabilizou a produção de cerca de 7.500 "drones", cerca de um terço da produção de aviões militares dos EUA.
Apesar dos cortes nas despesas militares, a produção de "drones" não abrandou, uma vez que são mais baratos, custam menos a construir e são comandados por um piloto de avião. Atualmente, o exército norte-americano está a proceder a uma profunda transformação das suas unidades de guerra, avançando para uma cada vez maior robotização de meios. Num futuro próximo, submarinos robôs fortemente armados estarão a atuar em águas inimigas sem tripulação humana e tanques autónomos protegerão o avanço de tropas durante uma batalha.
O que há pouco tempo poderia parecer ficção ciêntifica, tornar-se-á realidade em breve, uma vez que todos os serviços militares nos Estados Unidos estão a avançar para uma cada vez maior robotização, o que irá permitir, acreditam os responsáveis militares, uma redução de baixas humanas nos cenários de guerra e uma importante redução de custos com a manutenção de tropas no estrangeiro.
Ainda não há uma data certa para o X-47B entrar em ação, mas a Força Aérea dos Estados Unidos já afirmou que "é uma questão de tempo até os "drones" terem capacidade de tomar sózinhos decisões de vida ou morte num campo de batalha", apesar de tudo, os militares asseguram que a utilização dos "drones" será sempre monitorizada por oficiais superiores a partir de um centro de comando.
COPIADO : http://www.dn.pt/inicio/globo
Os "drones", guiados por controlo remoto, começaram a ser utilizados pela CIA e pelo exército norte-americano na sua campanha contra o terrorismo, no Médio Oriente. Desde o atentado às torres gémeas, em Nova Iorque, a 11 de Setembro de 2001, o Pentágono já contabilizou a produção de cerca de 7.500 "drones", cerca de um terço da produção de aviões militares dos EUA.
Apesar dos cortes nas despesas militares, a produção de "drones" não abrandou, uma vez que são mais baratos, custam menos a construir e são comandados por um piloto de avião. Atualmente, o exército norte-americano está a proceder a uma profunda transformação das suas unidades de guerra, avançando para uma cada vez maior robotização de meios. Num futuro próximo, submarinos robôs fortemente armados estarão a atuar em águas inimigas sem tripulação humana e tanques autónomos protegerão o avanço de tropas durante uma batalha.
O que há pouco tempo poderia parecer ficção ciêntifica, tornar-se-á realidade em breve, uma vez que todos os serviços militares nos Estados Unidos estão a avançar para uma cada vez maior robotização, o que irá permitir, acreditam os responsáveis militares, uma redução de baixas humanas nos cenários de guerra e uma importante redução de custos com a manutenção de tropas no estrangeiro.
Ainda não há uma data certa para o X-47B entrar em ação, mas a Força Aérea dos Estados Unidos já afirmou que "é uma questão de tempo até os "drones" terem capacidade de tomar sózinhos decisões de vida ou morte num campo de batalha", apesar de tudo, os militares asseguram que a utilização dos "drones" será sempre monitorizada por oficiais superiores a partir de um centro de comando.
COPIADO : http://www.dn.pt/inicio/globo
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